Karmesim

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As coisas estavam esquentando em torno da Vila, principalmente com os caras de sobretudo com a nuvenzinhas vermelhas. Eu tinha tantos lugares para ir, tantas Vilas a visitar mas por segurança essas viagens foram deixadas de lado. Os dias tinham sido de tédio, mas acho que está mais para a ansiedade de sair e, possivelmente, poder me encontrar com a minha bebê de novo.

Sorrio ao lembrar o quanto ela odiava quando eu a chama de bebê quando era criança, "eu não sou bebê..." e fazendo bico "sou gande, tá? Lavi, gande" e jogava as mãos para cima. Meu coração era um misto de dor e aperto com a lembrança.

Imersa nessas lembranças nem percebo que já estou na porta da Kurenai. Minha parceira de saquê. Bato a porta e então logo ela se abre, mostrando aqueles olhos carmesim tão profundos. Ela sorri e então dá passagem para que entre em sua apartamento "entre, Li-san."

Era um lugar calmo, aconchegante e... cheirando a cigarro. Sorrio "Asuma esteve por aqui, não é?" e logo a vejo corar. Meu casal, eles eram tão discretos que nem pareciam, mas era só ver em ambos olhos o amor e admiração que um tem pelo outro, me fazendo sair querer gritar de felicidade por ver minha amiga feliz.

Vou passando o olho pelo cômodo até que eles param nas flores vermelhas lindas que estavam no parapeito da janela, se a cada uma das mulheres mais próximas a mim fossem atribuídas flores, Sakura seria a sakura, por motivos óbvios...

Tsunade-sama seria a flor de lótus, imponente e resiliente. Nossa como eu admiro essa mulher. Shizune seria um girassol, sempre com o seu sol, a Godaime-sama. E a Kurenai essa que eu não consigo lembrar qual era... E eu? Seria qualquer tipo de trepadeira mesmo hahahahaha.

"São papoulas, o Asuma-san que me deu as sementes, faz um tempo já." Aquela voz doce e calma me dava vontade de guardar ela em um potinho para que ninguém a fizesse nenhum mal, na minha ingenuidade pensava que poderia proteger alguém, principalmente ela que é a mais forte aqui...

Ela me olha com curiosidade da minha risada sem nexo que estava fazendo "ah... Dá pra fazer umas substâncias psicotrópicas legais com essa flor." Ela então levanta uma das sobrancelhas mas logo se dá por vencida, "drogada..." e logo muda seu semblante para um mais calmo e diria até apaixonado "bom, na linguagem das flores, papoulas significam consolo e assistência." E sorri.

"Que fofo... e brega..." e logo dou uma gargalhada vendo a cara dela de brava. Era muito estranho a ver brava já que raramente ficava e eu não podia perder a chance. Mas eu não vim aqui para ficar conversando sobre flores, vim aqui para sairmos para beber. "Hmm, Shizune nos chamou para ir beber e comer alguma coisa, provavelmente tá fugindo da Tsunade-sama." E com apenas um leve aceno ela concorda em ir para o nosso pequeno passeio.


Na rua, acendo um cigarro e vamos em direção ao bar, no caminho ficava a barraca de Lamen mais famosa da Vila, quando estávamos quase nos aproximando do Ichiraku, vejo algumas pessoas saindo de lá, a cabeleira loira e uma... prateada. Quando o mascarado fez menção de se virar em nossa direção eu logo puxo a morena para uma das ruas adjacentes para que ele não nos veja... Sim, aquela vergonha idiota, afinal depois daquele dia não tivemos chance de nos falar... Ainda.

Kurenai me olha curiosa e então logo abre um sorrisinho meio sarcástico. Ela sabia o que havia acontecido naquele fatídico dia, não com muito detalhes, claro. "Com vergonha? Li-san? Ainda não conversaram sobre?" Estou observando, escondida, a rua em que estávamos para ver se eles já haviam ido embora quando ouço a pergunta dela "tsc, vergonha do que? Apenas estou treinando meu jeito ninja de ser." E então ouço ela rir descontrolada, chamando atenção do prateado que agora olha em nossa direção e rapidamente me escondo atrás da parede. "Ri baixo, saco."

Sem ChakraOnde histórias criam vida. Descubra agora