Paro no em frente aos portões de Konoha, esperando eles. Antes de sairem de Suna, Kotetsu e Izumo me mandaram uma mensagem, informando quanto tempo demorariam na viagem de volta, porém eles finalizam dizendo que algo estranho havia ocorrido na ida, mas não era nada grave. Me deixando mais apreensivo, decido esperá-los lá.
Faz quase 15 dias que não a vejo e não se passou um dia em que ela não habitava meus pensamentos, "parece que foi fisgado, hein grandão?" rio ao lembrar do que Anko havia me dito quando contei a ela que talvez estivesse tendo algum sentimento pela cientista. Eu só queria que ela soubesse o quanto eu acho ela incrível. Ela é muito inteligente, traçando planos e inventando coisas, que, por mais que ela tentasse me explicar, as vezes eu simplesmente não entendia.
Era muito forte, não no sentido de força física, mas em resiliência. Ela estava em um universo estranho, tendo que viver cada dia na incerteza, por ser um mundo completamente diferente do seu e ainda com o peso da culpa, que óbvio que não era dela, da sua irmã nas mãos do inimigo, que também acabou levando um dos nossos. Mas o problema era que, sua irmã nem podia se defender, diferente do Uchiha. E por pior que um genjutsu fosse, não deve se comparar a o que ela deve ter passado e passa ainda para que faça o que lhe foi mandado.
Sei das noites em claro que a Li passa por causa disso, isso acaba me doendo mais do que gostaria de admitir, por isso tento ao máximo tirar essa dor dela. Ela diz que quando vira as noites do laboratório é por conta do excesso de trabalho, fazendo ela perder a noção do tempo, mas eu sei que nesses dias, o intuito dela é na verdade ocupar a cabeça para não ficar pensando demais em outras coisas que ela não pode dar conta.
Depois então do episódio em que o Kakashi apareceu no apartamento dela, sei que mexeu muito com ela e consequentemente acabou me levando junto. Só aí percebi o quanto eu prezo por ela e o quanto eu gosto dela. Sei que uma hora nossos objetivos vão se chocar. Eu, em defender a vila com a minha vida, se precisar, e ela em busca da redenção da irmã. Sei que nesse dia eu vou acabar a machucando de verdade... Mas até esse dia chegar, vou fazer de tudo para protegê-la.
Vejo então, ao longe, três pessoa caminhando em direção a entrada. Fico feliz, apesar de não transparecer, em ver que todos, em especial a loira, bem. Ao me verem, ambos apertam o passo, primeiro a Li e então os demais, a acompanhando.
Chegando perto, ela me cumprimenta com um longo e espaçado "Ta-da-i-ma" sorrindo ao final, aquilo me deixa sem jeito e logo respondo um seco "okaeri". Ela sabia o quanto eu odiava essas demonstrações em publico, mas deixo pra lá, fazia tempo que não nos víamos. Ela então abre um sorriso maior me fazendo desarmar qualquer cara de mal que estivesse fazendo. Olho então os outros dois atrás dela e fazendo caras engraçadas, ambos estão fazendo joinhas com as mãos. Logo reviro os olhos e então, assumindo a posição séria, digo que depois que acompanhar a cientista até a casa dela, volto para conversar com eles.
"Deu tudo certo, Gaara-san adorou o projeto" ela me diz, bem satisfeita e então percebo todo o cansaço que acumulou durante a viagem. Sorrio, minimamente e logo dizendo "vamos, vou te levar até em casa". No caminho vamos conversando sobre a viagem, como o pessoal de Suna a recebeu até que bem, apesar de não esconderem a curiosidade sobre ela e a encherem de perguntas, principalmente Kakuro.
Perguntei se Kotetsu e Izumo sempre a acompanharam e ela disse que nem sempre, mas a mando dela. Eu os instruí a não sairem de perto dela nenhum minuto, mas como sei que ela acaba fazendo as coisas do jeito dela, relevo essa parte. "Parece que temos um ciumento aqui..." ela diz ao perceber a cara que eu fiz quando ela disse que quem ficou responsável pelo tour foi o conselheiro do Kazekage.
Após deixar a Li no apartamento dela, que consistiu em deixá-la na cama e quando me virei para vê-la novamente ela já estava dormindo, me sento ao seu lado na cama para apenas observá-la. Ela estava tão casada que do jeito que deitou, adormeceu, penso e sem querer deixo escapar um sorriso. Retiro uma mecha de seu rosto como desculpa para passar a mão no seu rosto, só para me lembrar da textura de sua pele.
Suspiro, já lembrando do inevitável, de que teria que conversar com os dois que a acompanharam por causa daquela mensagem bem suspeita que mandaram. Assim, saio do apartamento, sem vontade alguma.
Ao chegar onde trabalho, logo vou em busca dos ninjas. Aqueles dois são inseparáveis. Não demoro ao os encontrar, pigarreio, anunciando minha presença e logo eles param o que estavam fazendo e voltam sua atenção a mim, já sabendo a razão de estar ali.
"Muito bem, sobre o que gostariam de falar?" Pergunto, me sentando a cadeira que havia naquele cômodo. Eles então se olham e um para o outro, como se ambos tentassem se encorajar, a tensão na sala é tão densa que acabo me divertindo com isso.
Izumo então toma coragem "na terceira e última noite na ida, aconteceu algo muito estranho" ele diz, hesitando a cada palavra. Kotetsu, que olhava para Izumo, agora olha para mim, continuando o relato "nós não sabemos o que aconteceu, apenas que acordamos no dia seguinte".
Izumo já sem temor em revelar nada desafaba "não é comum isso, é a viagem tranquila, nem estávamos correndo" ele então coloca ambas as mãos sobre a mesa "a questão é, nós dois dormimos quando era para revezarmos a vigília durante a noite".
Faço uma cara de dúvida, não estava entendendo nada do que eles estavam falando. Tudo bem dormirem, não era uma missão rank S para terem que ficar sempre em alerta. Claro que, ultimamente algumas rotas não eram totalmente seguras mas...
Kotetsu então me tira do meu pensamento, concluindo o relato, "mas a última coisa que lembramos, antes de dormir, foi a Li nos oferecendo a dose de sake para cada um, em comemoração a primeira viagem dela". Ao ouvir isso meu primeiro sinal foi de fechar a cara, pensando no que eu poderia ou deveria fazer sobre isso, sem saber no que pensar sobre tudo isso, pergunto.
"E quando vocês acordaram, o que aconteceu?" Observando atentamente os dois, cada micro expressão que faziam, mas todas indicavam vergonha, medo ou tristeza. Imagino que essa mistura de sentimentos ou seja por terem a ideia de falha na missão, ou por estarem, de alguma forma, traindo a cientista. Mas por enquanto não quero presumir nada sobre esse comportamento dela, ainda.
Izumo então decide romper o silêncio "ela parecia bem abatida e cansada, como se não tivesse conseguido pregar o olho a noite inteira". Kotetsu que observava Izumo falar, ao final conclui "e isso, inclusive, prejudicou bastante o nosso deslocamento. Por mais que ela tentasse disfarçar, quando chegamos ela desmaiou de exaustão".
Ao ouvir isso, arqueio as sobrancelhas, quase sem perceber e capto que ambos também me olham com surpresa. Percebendo isso, desfaço a expressão, voltando a séria de sempre porém mais pensativo, sobre o que fazer em diante. Com a mão no queixo, ainda pensando no que fazer, olho para eles, dando a última ordem "bom, ainda é muito cedo para fazer qualquer presunção. De qualquer jeito, vocês vão acompanhá-la novamente em uma viagem. O senhor feudal daqui quer conhecê-la".
Ambos assentem e os dispenso ainda perdido em meus pensamentos, tentando achar algum motivo para tal comportamento da loira. Eu disse que algum dia teria que me preparar para isso...
Na verdade estava claro o que havia acontecido, ela fez isso para se encontrar, muito provavelmente, com a Lavínia, sua irmã. Agora resta saber sobre o que elas conversaram, infelizmente eu não posso deixar isso passar. Não tenho como protegê-la da acusação de traição e isso jamais poderia chegar aos ouvidos do Danzou. Ele era louco para colocar as mãos nela sob alguma acusação na qual ele teria carta verde para poder fazer qualquer tipo de experimento com ela. Esse crápula sempre foi contrário a estada dela na Vila e sempre tentava envenenar o conselho contra ela.
Ela, a que achou um absurdo esconder coisas, principalmente do Naruto e do Sasuke. Que dizia que a verdade, apesar de dolorida, não deixava cicatrizes. Enfim, a hipocrisia.... Penso e logo um sorriso se forma em meus lábios, lembrando o quanto eu me importava com aquela pirralha (brat).
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Sem Chakra
FanfictionNaruto (o universo) x OC Em seu universo, o seu mundo está acabando. A solução é procurar por universos paralelos onde as leis da física que os regem sejam parecidas com as do seu mundo. O tempo está acabando e ela encontra um onde é quase compatíve...