Izumo e Kotetsu acordam totalmente confusos. Estou sentada, observando eles acordarem, mascarando toda a minha dor da noite passada solto "acho que estavam bem cansados, dormiram a noite inteira..." então eles se olham e continuam em silêncio.
Seguimos em direção a Suna, já adentrando ao país do vento. Percebo que logo o cenário muda de um ambiente de florestas, para um mais árido. A viagem segue então em silêncio, andando o mais rápido de posso para chegarmos lá rápido, a tempo de descansar um pouco antes de me apresentar ao Kazekage.
Me forço a ponto de chegar perto da exaustão, mas só percebo isso quando já acordo em uma cama e percebo que estou no hospital. Olho para os lados e não vejo ninguém, o lugar estava deserto, os barulhos que ouvia era apenas de máquinas. Não ouvia nada humano a minha volta. Decido logo me trocar para sair daquele quarto em busca de alguém, pelo menos o Izumo ou o Kotetsu, afinal era bem provável que eles haviam me trazido até aqui.
Então começo a pensar o porquê de estar aqui, e então a avalanche de tudo o que tinha acontecido me vem a tona e concluo que provavelmente devo ter desmaiado de exaustão. Já trocada sigo em direção a qualquer tipo de recepção que possa ter naquele prédio. Esse lugar me dava arrepios, estava deserto e me lembrava das minhas buscas por componentes eletrônicos que fazia em meu antigo mundo. Aquela nostalgia me fazia tremer de medo, não por fantasmas, aquilo era o de menos que eu deveria me preocupar. Os vivos que não conseguiam viver em sociedade e com a falta de animais para comerem, acabaram virando canibais. Fazendo com que qualquer captura da parte deles não houvesse nenhuma esperança de fuga ou vida, já que o trágico fim era o fogo.
Vou caminhando, totalmente alerta, mas não o suficiente para perceber uma pessoa que logo esbarro, caindo ao chão enquanto o mesmo continuava imóvel. O olho e com o semblante sério de seu meio rosto, a outra parte encoberta por um pano, me faz tremer e consequentemente me afastar me empurrando para trás. Ele então começa a caminhar em minha direção, com o mesmo olhar sério, porém agora estendendo a mão, com o intuito de me ajudar a levantar.
Com tanto medo e a adrenalina tomando meu corpo não percebo a intenção daquele homem em me ajudar, apenas fico parada, travada como se meu cérebro estivesse derretido. E então, percebo que na impaciência o homem decide então falar, acabando com o silêncio que pairava no ar "vai ficar no chão aí até quando?" a sua voz grossa me fez sair daquela paralisia momentânea e então decido aceitar a ajuda para me levantar.
Após o momento vergonhoso me recomponho me apresentando "olá, sou Li Rurik de Konoha, vim conversar com o Kaze..." e ele faz um gesto para que eu interrompesse imediatamente o que estava fazendo para logo dizer "eu sei quem você é, e não é de Konoha, na verdade nem desse mundo é. Está hospedada em Konoha" suspiro já sabendo que talvez minha missão seja mais difícil do que imaginei. Sentindo seu olhar sobre mim, porque tinha a impressão que queimava reúno coragem para perguntar "sabe onde estão os dois ninjas de Konoha que vieram comigo?" Pergunto, colocando minha mais seria feição, tentando não transparecer meu medo.
"Eles já estão com o Kazekage, vou te levar lá" e então ele sai e sigo logo atrás. Chegando ao escritório logo entro, depois do grandão assustador que nem se deu ao trabalho de me dizer seu nome. Lá encontro duas faces já conhecidas mas com expressões sérias, o próprio Gaara, seu conselheiro e irmão, Kankuro.
"Obrigado por trazê-la, Baki" e então o ruivo me olha, com um olhar sério, de poucos amigos. Com Naruto já havia me alertado, ele era assim mesmo mas era um cara muito legal. E sorrio para o Kage a minha frente, parte como um comprimento e parte tentando esconder o riso pela lembrança do loiro. "Bem-vinda a Suna, Li-san" com as boas vindas eu apenas me curvo para em seguida dizer "Obrigada Kazekage-sama, estou muito feliz por você me receber". Olho ao seu lado e também comprimento seu irmão que me olhava com uma imensa curiosidade que chegava a ser palpável "sabe" e logo volto meu olhar ao ruivo com o começo da frase "todos estavam super curiosos sobre você, principalmente Kankuro que me fez diversas perguntas e que nenhuma eu soube responder, então se prepare para o interrogatório mais tarde" e termina com um pequeno riso, tão discreto que era quase imperceptível.
Fico com um pouco de vergonha devido a exposição, de fato eu sempre teria que lidar com isso mas a vergonha sempre imperava nesses momentos. Balanço a cabeça para organizar meus pensamentos e começo então minha apresentação. Izumo e Kotetsu me ajudam a montar o protótipo e enquanto explico, vejo o brilhinho nos olhos do Kankuro e Gaara por mais que tentasse parecer sério, estava adorando o brinquedo.
Termino com apreensão, não sabia se iriam gostar do projeto ou não. De fato não teriam muitos custos para eles, e seria muito benéfico. O único que continuava impassível a apresentação era Baki, e pensar que teria que lidar com ele o resto dos dias que passar aqui porque a bonita não confiava em mim e queria me manter sob vigilância.
Após ouvir que o Kage havia adorado o projeto e que estava esperançoso pela cooperação sou dispensada. Após desmontar o 'brinquedo' vou em direção ao hotel que nós iamos ficar, ainda com aquele clima pesado da viagem e também por ter uma sombra me seguindo. Paro e logo me viro em sua direção "vai ficar me seguindo pra todo lugar?"
Com aquela cara de peixe morto ele responde um simples "sim" e logo os dois amigos vem tentar apartar qualquer briga que poderia começar, "calma, Li. Eles recentemente tiveram uma invasão e o Kazekage quase foi morto..." diziam fazendo gestos com as mãos para que me acalmasse e um sorriso sem graça, sem desviar meu olhar dele "ele não sabe que sou imune a qualquer tipo de chakra?" e então ele agora responde a minha pergunta "mas sua irmã é capacho do Orochimaru, não é?".
Nessa hora eu tento avançar no pescoço dele, não que eu fosse conseguir aplicar algum dano nele, mas a minha vontade de socá-lo era maior para então ser segurada pelos ninjas de Konoha que me acompanhavam "Li, não faz isso" ouço Kotetsu dizer e logo lembro do que Ibiki havia me dito eles vão tentar te desestabilizar, não deixe. E como se só de lembrar daquilo fosse o que precisava para me acalmar, fecho os olhos e respiro fundo, me recomponho e volto a ir para o hotel.
Os dias passaram como uma mini férias. Não que eu estivesse lá para brincadeira, muito pelo o contrário. Fui lá para coletar algumas amostras de rochas e do solo para fazer análises. Mas no sentido de que passou muito rápido. Kankuro sempre estava solícito a cada pedido que fazia, em troca tinha que responder as mais curiosas indagações e até engraçadas. Mas uma coisa que me deixou muito ansiosa era uma ideia que ele havia pensado comigo.
Como um bom controlador de marionetes seu sonho era criar uma marionete suprema, ao me mostrar um dos seus desenhos do que seria essa marionete logo me remeteu aqueles robôs japoneses. Seus olhos brilham quando revelo que já havia visto um desses no meu mundo, mas ele simplesmente não ouve que era uma miniatura e quase me implora para ajudá-lo a construir uma. Me divirto com aquele momento, digo que talvez, poderíamos tentar montar alguma coisa, dando de ombros. Mas ele estava tão cego com a ideia que nem percebeu meu sarcasmo. Acho que vou ter mesmo que ajudá-lo, penso e suspiro com a ideia.
"Ei, Li-san" o olho, séria não queria tanta formalidade. "Pode ser só Li mesmo" e sorrio. Percebo que após toda a afobação ele fica um pouco corado com a minha sinceridade. "Eu falei tanto de mim... Como está a adaptação?" Respiro fundo antes de responder e consigo colocar em apenas uma palavra "difícil..." olho para baixo, lembrando em tudo o que aconteceu até aquele momento mas percebo que a pouca informação poderia parecer que estava sendo grossa "... mas as pessoas de Konoha estão me ajudando bastante. O naruto é um amor, a Sakura também. A Godaime-sama é bastante solícita e de algum modo acaba me protegendo."
Ele então faz uma cara de dúvida e logo respondo a pergunta não feita "é... algumas pessoas são contrárias a minha morada lá" e dou de ombros, era algo meio que natural, nem todo mundo concorda com as mesmas coisas e tudo bem, só espero não ser morta por causa disso. Então ele me olha sério "Li, qualquer coisa você pode vir pra cá. Nós te oferecemos asilo." e me surpreendo com a seriedade e o fato da sua preocupação com alguém que ele mal conhece me faz achar o ato extremamente fofo e sorrio. "Obrigada, Kankuro."
"A última pergunta, Li" e logo penso, ixi lá vem... "Tem alguém lá por você? Em Konoha?" E lógico que a primeira pessoa que passa na minha cabeça é o Ibiki, não sei o porquê mas não quero falar sobre isso e desconverso. "Você é muito novo pra ficar pensando nisso." e rio, ele logo fica bravo, mas não totalmente e tenta se justificar "Ou, tenho 17 anos, não sou criança. Sou, inclusive, conselheiro do Kazkage" diz, too orgulhoso, se impondo e logo rebato "mas também não é adulto." Me levanto com a intenção de voltar ao hotel "bom, já está tarde e amanhã sairemos cedo. Até amanhã, Kankuro."
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"Um novo interesse amoroso?
Nah, criança."
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Sem Chakra
FanfictionNaruto (o universo) x OC Em seu universo, o seu mundo está acabando. A solução é procurar por universos paralelos onde as leis da física que os regem sejam parecidas com as do seu mundo. O tempo está acabando e ela encontra um onde é quase compatíve...