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{POV Daniel}

"Dani, você está olhando fixamente pra ele." Anderson sussurrou em meu ouvido, me tirando dos meus devaneios e me forçando a tirar os meus olhos de cima de Elídio. Minha mente estava tão longe, que sequer tinha reparado que estava quase que o devorando com meus olhos já fazia alguns minutos.

"Ele tá tão bonito." sussurrei de volta, fazendo Andy dar uma risadinha. Esfreguei meu rosto com uma mão e me levantei para pegar um pouco de água no canto da sala. Era dia de Improvável e estávamos esperando a nossa hora de entrar no palco.

Lico estava em pé com Marco e Tau, ele brincava distraidamente com uma garrafa de plástico nas mãos e não havia parava de rir de alguma história que um dos meninos estava contando. Eu amava o sorriso dele. Amava o som da risada dele. Eu amava tudo nele.

Suspirei.

Eu estava agindo como uma adolescente apaixonada.

"Ei Dani," fui chamado de volta dos meus pensamentos por Marco, que acenava pra mim de onde estava. Me aproximei e parei entre ele e Tau, mas ele mudou de lugar pra ficar do meu outro lado; me deixando propositalmente ao lado de Elídio. O encarei com uma sobrancelha arqueada, mas me mantive em silêncio. "Eu estava falando para os meninos que quero fazer uma reunião na minha casa nesse final de semana. Você vai, não é?"

"Hmmm" crispei os lábios, colocando a cabeça de lado e depois a balançando negativamente. "Eu posso tentar, mas não contaria muito com isso."

Eu não era o mais fã de festas e aglomerações. Era possível contar nos dedos em quantas eu havia ido nos últimos tempos.

"Ah Dani, deixa de ser chato." Elídio falou, me empurrando levemente com o ombro e colocando a mão na base das minhas contas. Precisei conter o suspiro, mas percebi o olhar e o sorrisinho de canto de Marco. "Eu tenho certeza que ele vai."

"Ah é? E quem vai me obrigar?" desafiei, cruzando os braços em frente ao corpo e encarando Elídio, com um sorriso atrevido nos lábios. Observei Lico se curvar na minha direção, apoiando o queixo no meu ombro e dizer baixinho:

"Eu tenho meus métodos. Você vai." quando ele se afastou, ele tinha uma expressão brincalhona no rosto e soltou uma gargalhada, antes de me dar um tapinha no ombro e se afastar.

E eu, que tinha perdido todo o ar quando vi ele se aproximar, continuei paralisado onde estava - meu corpo quente, meu coração acelerado e minhas mãos tremendo.

Quando a produção avisou que estava quase na hora, me forcei a colocar o meu melhor sorriso e ir junto com meus amigos como se nada tivesse me abalado; mesmo que por dentro estivesse totalmente mexido.

***

No sábado, a minha vontade era ficar o dia inteiro na minha cama. Mas tinha sido forçado a prometer que iria na festinha que Marco havia organizado. Elídio passaria para me buscar e iríamos juntos.

Sai do banheiro com a toalha enrolada na cintura e vesti rapidamente a roupa que havia escolhido, coloquei uma jaqueta de couro por cima de tudo e fui ao espelho do banheiro para me ver.

Eu não estava mal. Minha roupa escura me dava um visual bem legal e tudo combinava muito bem comigo. Se eu me visse na balada, eu me pegaria.

Meu celular apitou no meu quarto e eu me apressei em ir pegar, vendo a mensagem de Elídio de que logo chegaria no meu prédio.

Me dei uma última olhada, peguei minhas coisas e sai de casa.

Por conta da janela do passageiro aberta, consegui ver Camila antes mesmo de sair. Passei a mão no meu cabelo e suspirei. Seria uma longa noite. Coloquei a minha melhor máscara de apenas amigo e sai, cumprimentando o casal e entrando no carro.

Posso Te Fazer Feliz?Onde histórias criam vida. Descubra agora