QUARTA-FEIRA, 20 DE MARÇO.
Faltam dezoito dias.
Tyler Bowen está me esperando junto a uma das mesas da biblioteca da escola que fosse jogar tudo para o alto, mas parece que às vezes eu me
engano em relação às pessoas.A biblioteca da escola é menos biblioteca e mais central de mídia. Fica no meio da escola, um espaço vazado que encheram de computadores, mesas e frágeis estantes de plástico. Recentemente, penduraram banners de Brian Jackson na parede dos fundos. São os mesmos que estão pendurados na TMC. Não consigo fugir deles.
- Oi, irmã da Taylor - diz ele quando me sento.
- Você sabe que eu tenho um nome, certo?
Abro o zíper da mochila e puxo o caderno de física.
O rosto pálido de Tyler fica vermelho, ressaltando as sardas.
- Que foi?
Tiro a tampa da caneta e dou batidinhas na mesa.
- Não decorei seu nome.
Eu dou risada, e seu rosto se cobre com um tom de vermelho mais escuro.
- Não tem graça - retruca ele, baixando a cabeça. - Seu pai que escolheu seu nome?
Pisco, um pouco surpresa por ele falar do meu pai por vontade própria.
- Acho que minha mãe escolheu. Mas não tenho certeza.
- Então, qual é?
- Lauren - respondo.
- Entendi, Lauren.
- Certo. - Dou de ombros quando percebo que me vejo da mesma maneira que Tyler me vê: como uma variável desconhecida. - Então, vamos começar?
- Vamos, claro.
Ele corre as mãos pelos cabelos ruivos. Será que ele acha que isso o faz parecer suave?
- Alguma ideia para o projeto?
Mordisco a ponta da caneta para que eu não pareça nada suave.
Tyler não responde. Ele se recosta na cadeira e acena para um dos colegas do basquete que acaba de entrar na biblioteca. O amigo grita alguma coisa para ele, mas toma uma bronca da srta. Silver, a bibliotecária da escola.
- Olha só, me dá um minuto? - pergunta Tyler.
- Claro.
Eu o observo atravessando a biblioteca para encontrar o amigo. Posso ver que estão cochichando, apontando na minha direção. Tyler arrasta os pés e ergue os ombros. Imagino que esteja explicando que foi forçado a fazer dupla comigo.
- Falou, cara - ouço Tyler dizer.
- É, boa sorte - responde o amigo.
Em seguida, Tyler volta para a mesa, mas seu passo é lento, como se estivesse se esforçando ao máximo para mostrar que é uma punição. Não uma escolha.
- Desculpe.
Dou de ombros.
- Não precisa se desculpar. Vamos voltar ao trabalho.
- Isso aí, Lauren.
- Não precisa falar meu nome toda vez. - Enfio a mão na mochila e puxo o livro de física. Deixo cair na mesa com um estrondo. - Então, tem alguma boa ideia para o tema do projeto?
- Tema?
É óbvio que Tyler Bowen não presta muita atenção à aula.
- É, tema. O sr. Scott disse que nosso projeto precisa girar em torno de um
tema.
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Parceiras de Suicídio
Fiksi PenggemarLauren tem dezesseis anos e não quer mais viver. Só está à espera do momento certo para acabar com a própria vida. Há apenas um problema: ela não sabe se tem coragem de fazer isso sozinha. [Adaptação]