Jade - Pedras preciosas

Capítulo sete - Jade

     Infelizmente, perdi o aniversário da senhora Bella e a oportunidade de dizer para o Nicholas que eu sou a mulher que dançou com ele no sábado. Mas não faz mal. Aquela tempestade não vai arruinar o meu plano porque eu vou ligar para ele. Tenho que fazer isso, não vou esperar a próxima oportunidade que tiver para me encontrar com ele.
    Foi ruim ter ficado horas no carro e esperar a tempestade acalmar. A única parte boa é que Mason tentava me distrair com seus assuntos engraçados e o que me fez pensar menos sobre o jantar.
    Também deixei minha mãe e minhas irmãs preocupadas comigo, por causa da falta de rede. Mas tive que explicar tudo depois, espero que Nicholas não tenha pensado que desisti de aparecer, todos sabem que a tempestade estava muito forte para eu conseguir chegar lá. Também ainda não consigo parar de pensar na noite de sábado, que é um dos motivos para contar para ele.
    Hoje não estou muito feliz, mas o que eu posso fazer? Perdi a oportunidade de ver a cara do Nicholas, mas talvez ainda possa fazer isso. Não consigo mais esperar para que ele saiba que sou eu a mulher que ele disse que gostaria de conhecer, podemos ser namorados, podemos estar juntos.
    Às vezes, imagino como seria a minha vida se Nicholas fosse o meu namorado. Ele seria muito fofo comigo, carinhoso como naquela noite ou seria esse arrogante que eu conheço, que acha que é melhor que todo mundo?
    De uma coisa tenho a certeza, o cabelo dele é o mais bonito do mundo. E também adoro aqueles olhos azuis. Sem esquecer que ele tem um corpaço, aquele sotaque britânico grave e sexy, que me deixa louca. Antes eu o odiava.  O que aconteceu comigo?
    Pego no celular para ligar para ele porque penso que já que não tem o meu número, ele vai atender. Nossa relação é muito complicada.
    — Alô! — Ele atende. Amo esse sotaque.
    — Nicholas, é a Jade.
    — O que você quer, idiota? Estou no trabalho.
    — Precisamos conversar. É muito importante.
    — Precisamos? Tem a certeza?
    — Podemos apenas nos encontrar?
    — Não sei quando. Sou um homem muito ocupado. E como sei que não vou perder o meu tempo?
    Que homem irritante!
    — Não vai, pode acreditar.
    — E sobre o que é? Posso saber?
    — Vai saber se nos encontrarmos. Eu vou dizer tudo.
    — Está bem. Pode ser hoje no seu bar.
    — Ótimo. Adeus.
    — Adeus, idiota!
    Sorrio como uma garota e vou vestir para o trabalho. Acho que ele até estava simpático quando atendeu. Será que ele já sabe? Se sabe vai ser mais fácil, não é? Ou será que ele não se importa e está fingindo que não sabe?
    Visto meu vestido tomara que cai branco, uma jaqueta preta e uns sapatos pretos. Faço um rabo de cavalo e pego na minha bolsa para sair de casa. Espero que Nicholas goste, nunca sei se ele é sincero quando diz que minhas roupas são ridículas. Eu gosto do jeito que visto, gosto das minhas roupas, isso é o mais importante. Minha mãe diz que nunca devemos ter vergonha daquilo que somos e não deixar que outras pessoas influenciem a gente.
      Mason está me esperando na entrada, me lembrando que aceitei sua carona. Não sou aproveitadora, ele é que é muito insistente e um ótimo amigo e está apaixonado por mim. O que eu posso fazer?
     — Oi! — Abraço ele.
     — Está linda. Vamos?
     — Sim, vamos.
     Entramos no carro. Mason põe a chave na ignição e dirige. Eu fico pensando em como vai ser o meu encontro com Nicholas hoje. Já estou nervosa e com medo que ele diga que a noite de sábado não significou nada e que nada vai mudar. Será que ele faria mesmo isso?
    Mason olha para mim por alguns segundos. — Sinto muito que tenha perdido o jantar ontem a noite.
    — Não faz mal. Não tem culpa.
    — Tenho sim. Se eu não tivesse chamado você, não teria ficado presa comigo naquela tempestade.
    — Não tinha como saber o que ia acontecer, Mason. E já passou. Hoje é outro dia. Já liguei para senhora Bella e desejei feliz aniversário.
    — Parece que gosta muito daquela família.
    — Os Tales são boas pessoas.
    — Do Nicholas não posso dizer o mesmo. — Ele ri.
    — Nicholas também é.
 Ele só não gosta que as pessoas percebam isso. Ele é uma pessoa complicada.
    — Muito complicada.
    Rio com isso, porque é verdade, mas eu ainda gosto dele. Talvez goste dele desse jeito. Gostaria que ele também gostasse de mim do jeito que eu sou. Será que ele gosta ou gostaria? É algo que só vou descobrir quando conversarmos hoje.