Capítulo trinta e quatro - Nicholas

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      Jade vai embora, me fazendo sentir péssimo, mas vou resolver tudo isso depois. Recebo o meu celular no Peter e sorrio para Esmeralda. Peter me ajudou a ter um momento com Jade, mas sinto que voltei a estaca zero com ela. Espero que não seja assim.
     Falta um dia para a festa e já estou um pouco nervoso. O meu plano é um pouco complicado, mas a margem de erro é de 13,9%. Todos são partes cruciais no plano. Mas Karly fará algo mais arriscado, meus irmãos também, na verdade um deles vai ter que se arriscar, e vou precisar que Jade esteja lá. Tem que ser perfeito.
     Karly já organizou tudo até os nomes de códigos e a palavra secreta para que Maria se ferre. Agora a gente só precisa esperar para executar o plano.
     — O que você estava fazendo com a Jade? — Minha cunhada pergunta.
     — Nada. — Quer dizer, nada além de beijá-la no elevador e descobrir que ainda tem dúvidas sobre o que sinto por ela.
     — Vocês ficaram um bom tempo...
     — Está bem, amor. Não deixa ele constrangido, vamos para casa. — Peter me salva.
     — Nicholas nunca fica constrangido.
     Rio. — Eu também sou um ser humano. Pára de exagerar.
     — Vou levar Esmeralda para casa. A gente se vê no trabalho.
     — Claro.
     — Mas quero que saiba que foi muito cruel o que você fez com a minha irmã. Devia saber usar o seu coração, porque parece que gosta dela, mas suas atitudes dizem outra coisa. Tenho a certeza que ela saiu correndo porque já não consegue ficar perto de você.
     — Já chega, Esme. — Peter leva ela para fora.
     Saímos do hospital e seguimos caminhos diferentes. Na estrada fico pensando em como seria fugir com Jade para longe. Dirigir sem olhar para trás, começar de novo, mas não quero me afastar da minha família. Não consigo imaginar a vida sem os meus irmãos.
     A gente devia pensar em comprar quatro casas no mesmo lugar, assim, nossos filhos brincam juntos. Mas é bom demais para ser verdade.
     Aproveito alguns segundos para respirar e pensar, porque depois a sensação de estar sufocado vai regressar. Jade ainda duvida dos meus sentimentos, mas isso vai se resolver. Tudo vai se resolver.
    Tive tanto trabalho para conseguir tirar Jade daquele homem, tive que seguir a operação champanhe rosa. Não vou deixar que as coisas terminem desse jeito. Agora vou começar com a operação Diamante, porque Maria quer o dia da minha família. Faz sentido para mim.
     Chego no trabalho e vou para o meu escritório. A secretária me segue e traz um buquê de flores brancas na minha mesa, ao lado de uma sacola de presente. Alguma coisa me diz que isso é a cara da Maria.
     — Bom dia, senhor. Acabou de chegar isso para o senhor.
     — Alguma coisa na agenda?
     — Por enquanto não, senhor. — Ela bate seus cílios, tentando me seduzir.
     Mais uma vez, ela deveria saber que amarelo e vermelho... não importa. Ainda bem que Jade não comete esses desastres, senão teria que aceitar tudo porque no amor temos que aceitar as pessoas como são. Até um certo limite, claro.
     — Está dispensada.
     — Com licença, senhor. — Sai, olhando para mim. Ela nunca mais aprende, tem sorte que faz bem o seu trabalho. Devia dizer que devia procurar um namorado e me esquecer. Seria melhor para ela.
      Vejo o presente primeiro e é uma gravata preta. Como se ela pode me obrigar a vestir o que ela quer. Nas flores há um cartão de Maria.

     Isso é para você usar amanhã.
     Esteja perfeito. E não esqueça o que deve fazer.

     Reviro os olhos e ligo para ela. Já convidou toda a minha família, agora me diz o que usar, isso está ficando mesmo irritante. Pelo menos, espero ver Jade nessa festa. Ela é um colírio para os meus olhos.
     — Amor! — Ela atende.
     — Só estou ligando para dizer que eu visto o que eu quiser. Não gastei cinco mil para usar sua estúpida gravata.
      — Sério? Você gasto cinco mil dólares? Parece que está entusiasmado com a festa.
     — Se vou pedi-la em casamento, tenho que fazer isso muito bem.
     — Tem mesmo. Vai estar muita gente lá.
     — Eu sei disso. — Desligo.
     Na verdade, Karly comprou a minha roupa. Vai haver alguns ajustes. Vai ter escutas na minha roupa, assim, todos saberão qual será a última palavra-chave.
     Estou ansioso, mas quero que esse dia chegue de uma vez. Com os meus irmãos fazendo o que Karly disse, tenho a certeza que vamos acabar com aquela cadela.

Jade - Pedras preciosas Onde histórias criam vida. Descubra agora