[LIVRO 1]
━━ 𝐀𝐥𝐠𝐮𝐦𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐢𝐧𝐜𝐢𝐝𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚𝐬 𝐬𝐚̃𝐨 𝐢𝐧𝐞𝐱𝐩𝐥𝐢𝐜𝐚́𝐯𝐞𝐢𝐬. 𝐀𝐥𝐠𝐮𝐦𝐚𝐬 𝐚𝐥𝐢𝐚𝐧𝐜̧𝐚𝐬 𝐭𝐚𝐦𝐛𝐞́𝐦.
Violet, uma jovem de vinte e dois anos, é uma descendente de asgardianos que imigraram para Midgard, mais co...
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Amanheci com o sol banhando metade do quarto. Não existiam cortinas, então a luz entrava dura pelas enormes janelas. Bom, e mesmo que existissem cortinas, talvez eu não conseguisse abri-las ou fecha-las com facilidade porque o pé-direito do quarto era extremamente alto. Meu pescoço estava dolorido e minha cabeça dando leves latejadas próximo à nuca.
Ergui o corpo de supetão ao ter minha mente bombardeada com memórias dos eventos do dia anterior, fazendo-me lembrar da minha estúpida ideia. Pra minha sorte, eu estava bem, ainda estava no quarto e tudo parecia absolutamente normal. Não havia nada fora do lugar, pelo menos não que eu tivesse notado.
Respirei fundo saindo da cama. Mais um dia sem comer e sem tomar banho.
—Eu preciso de um banho — choraminguei passando a mão pelo rosto, sentindo minha pele levemente oleosa — Ai credo! — esfreguei as mãos no vestido, mas eu queria mesmo era lavar meu rosto decentemente, tirar aquele monte de tecido pesado e imundo e COMER.
Mas me faltava coragem para sair do quarto e ir em busca de ajuda pra conseguir o que eu queria.
Guiei meus pés até as enormes janelas. O clima estava ameno, mais fresco que o anterior e com uma brisa levemente gelada. Fechei os olhos sentindo um sopro suave abanar meus cabelos e preencher minhas narinas com um aroma floral muito gostoso.
Me estiquei no peitoril da janela, apoiando os cotovelos na pedra e sustentando o queixo no peito das mãos enquanto refletia. Ok, isso parecia muito mais uma cena de filme de princesa do que eu correndo até a Bifrost enquanto me preparava para mentir.
—Ah, como eu queria me sentir uma princesa... O que eu fui fazer, hein... Quer merda, Violet! — me estapeei de raiva, mas voltei a ficar chorosa no instante seguinte, quando notei um enorme jardim colorir a paisagem. Parecia estar dentro dos limites do palácio, deveria ser o jardim real, onde Frigga possivelmente fazia seus passeios e tomava chazinho como uma plena rainha — Só queria dar uma voltinha nesse jardim... Eu e Frigga fofocando pelo jardim, colocando flores nos nossos cabelos, rindo à toa... Seria tão brega, mas tão legal... — pensei alto, em resmungos.
Me afastei da janela para me livrar daqueles pensamentos utópicos. Caminhei de um lado para o outro pelo quarto pensando no que eu poderia fazer para passar o tempo. A verdade era que eu estava enrolando para sair de lá, estava com receio do que poderia estar por detrás da porta.
Resolvi dar uma lida nas minhas anotações para o TCC com a intenção de passar o tempo e juntar mais coragem.
Li, reli, corrigi algumas informações e adicionei outras, passei algumas folhas à limpo, escrevi mais um pouco, comecei a desenhar arabescos nos cantos das folhas...
—Ótimo, desenhei torto!
Bufei ao notar o traço do arabesco completamente fora de proporção em relação ao outro que havia acabado de desenhar. Era como fazer delineado, um olho sempre fica melhor que o outro.
