FLAMA VERDE QUE ARDE | Loki

Capítulo 26 • Aprendiz

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     Violet respirava quente próximo ao pescoço de Loki. Ela havia apoiado o queixo nos ombros dele enquanto eles caminhavam de volta para a casa de madeira, que ainda era um desenho no horizonte. A perna dela contornava a cintura dele e ele a segurava pelos calcanhares para ajudá-la na estabilidade. Ele não estava incomodado em carrega-la nas costas, o peso não era um problema. O fato de ele estar em uma posição subjugada também não era relevante, isso não era mais um fator que o deixava enfurecido ou se sentido explorado. A questão sempre era e seria a proximidade, o toque. Mesmo que já tivessem vivido um momento de intensa intimidade, o toque de um para com o outro ainda causava excitação e, de certa forma, estranheza.

     Interessante era que nenhum dos dois abriu a boca durante o trajeto. Pareciam estar constantemente concentrados em manter seus corpos controlados perto um do outro. Bom, na verdade, Violet estava lutando para não enjoar e acabar vomitando e Loki parecia estar apenas apreciando o silêncio.

     Loki lutava para vencer a tentação de dar uma espiadinha de canto de olho na cabeça loira pendurada em seu ombro. Ora e outra ele abaixava o olhar, mas sem mover a cabeça, só para ver os fios loiros se misturarem com os seus cabelos negros. Eram filetes de luz no meio de toda aquela escuridão. Violet mexia os pés fazendo círculos no ar ao estimular a articulação dos calcanhares. Loki estava de olho nisso também. Bom seria se estas fossem as únicas distrações do rapaz. Violet forçava a petulância e alisava o pescoço de Loki com a pontinha da unha. Ele não sentia cócegas, ela já havia entendido o recado silencioso, mas o movimento constante estava deixando pequenas e finas linhas avermelhadas na pele dele, e ela mantinha os olhos fixos nelas, admirando a beleza das marquinhas que ela estava fazendo e lembrando-se de quando aquelas linhas eram maiores e desenhavam todo o dorso do rapaz.

     Ao contrário de Loki, Violet sentia cócegas com facilidade e seu nariz estava começando a ficar irritado com alguns fios de cabelo dele roçando em seu rosto. Mesmo assim, ela não os tirou do caminho, ela gostava do cabelo dele. Preto e brilhante, sedoso e meio embaraçado, algumas pontinhas pra cima e outras mais retas. Ele caia pelos ombros, sempre penteado para trás, mas às vezes uma franja lateral insistia em aparecer. A propósito, Violet notara que o cabelo de Loki não tinha aroma, nem de shampoo, nem de ervas, nem de óleos ou essências... Era só cheiro de cabelo. E ele como um todo também não tinha um cheiro específico, mas ela saberia identificá-lo na multidão se tivesse que o fazer, mesmo que de olhos fechados.

     Quando eles finalmente chegaram, Loki acomodou Violet no sofá e ela puxou algumas almofadas para perto de si, se ajeitando para se sentir mais confortável. Ele também a devolveu seus trajes midgardianos – moletom e o rabo de cavalo.

     —Ainda vai vomitar? — indagou ele, mantendo-se de pé, com as mãos dadas para trás.

     —Acho que não, mas eu ficaria distante.