Capítulo 4 • Perigoso livro aberto

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     Violet

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     Violet.

     Loki lembrava-se do nome da garota. A midgardiana descendente de Valkyrie. A primeira garota humana a atravessar a Bifrost. A primeira a chamar após a Retirada.

     Frigga fizera questão de colocar a garota como pauta de conversa quando se reuniu com Loki no leito de Odin. Ela passou um tempo considerável papeando sobre as primeiras impressões acerca da menina, impressionada e entusiasmada com a visita dela ao palácio e o que isso representava: que o passado não havia se perdido para sempre, que o legado de Asgard estava vivo, pelo menos no coração de uma pessoa.

     Loki até ficara incomodado com a importância que Frigga estava dando à reles midgardiana, mas a deixou divagar a respeito da garota. Se permitiu ouvir e até mesmo refletir sobre ela. Bom, ela tinha um resquício de sangue asgardiano, era um pouco mais aceitável do que se fosse apenas uma humana comum. E ela tinha a marca de uma Valkyrie, levemente apagada na opinião dele, mas era válida, afinal, fora seu passaporte para entrar em Asgard.


     Quando foi surpreendido pela presença da garota, em uma plena tarde asgardiana, quando tudo parecia pacato demais para ser verdade, Loki tentou recapitular a conversa com Frigga e suas conclusões em relação à menina. Porém, vê-la atravessar o salão foi como ver a quietude indo embora, uma vez que Frigga havia dito que a garota falava demasiadamente.

     Isso fez Loki revirar os olhos antes mesmo dela abrir a boca.

     E quando ela abriu e começou a falar, Loki se viu numa situação contraditória: queria ouvir mais.

     Para ele, ouvir os relatos daquela mera midgardiana estava sendo uma experiência deveras interessante e talvez inquietante. Ele pensou em como ela parecia estar necessitada de um pouco de atenção, de como não era necessária cerimônia para que ela se abrisse sobre a vida pessoal, expondo sem hesitação uma parte vulnerável de sua existência.

     Eles não haviam trocado uma palavra se quer antes daquele encontro no Salão do Trono, Loki não havia dado confiança alguma para que ela dissesse aquelas coisas e, mesmo assim, ela continuou a falar. Isso fez Loki se divertir internamente, gostava de uma boa tragédia, principalmente quando envolvia questões familiares.

     A dor alheia lhe trazia um conforto inexplicável. O fazia se sentir mais consolável, principalmente depois que descobriu que era adotado.

     Ele havia acabado de descobrir que era um filho adotivo. Ele era um Laufeyson, filho do rei Laufey, de Jotunheim, um Gigante de Gelo.

     Desde criança, ele se sentia diferente, principalmente em relação à sua aparência. Achava Thor parecido tanto com Frigga quanto com Odin, enquanto ele não conseguia se identificar nem com um ou outro. Seu cabelo, negro como a noite, era sua maior prova. No entanto, quando criança, era tratado igual ao seu irmão, inclusive em relação à promessa de tornar-se rei.

FLAMA VERDE QUE ARDE | LokiOnde histórias criam vida. Descubra agora