10-A assassina sem rosto

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-Eu não posso ir com você agora-Naoki parou de andar em frente o portão principal da pequena vila.

-Eu sei, esta tudo bem-Observei as crianças brincando inocentemente, uma delas até acenou para mim.

-Consegue fazer isso?

-Não, mas eu preciso.-Esperei o garoto se afastar para enfim entrar na vila.

-Bem vinda moça-Sorriu uma menina que deveria ter a idade de Irati-Que mascara legal!

-Obrigada...-Desembainhei minha espada tentando conter o tremor em minha mão.

A menina encarou minha lamina com os olhos assustado.

-Corra.

Gritando a menina tentou correr para dentro da vila, infelizmente ela tropeçava muito...

-Por Deus corra!-A levantei do chão deixando com que fugisse.

Segui a menina em passos lentos, seus gritos chamaram a atenção dos policiais da pequena vila que partiram para cima de mim.

Já com a espada em mãos cortei os corpos dos homens mesmo antes de conseguires tocar os pés no chão.

Eu ouvia os gritos das pessoas, das mulheres que carregavam suas crianças para longe de mim desesperadamente, ouvia os guardas agonizarem no chão e implorarem por suas vidas...Mas fingia não ouvir nada.

A vila não era grande, em menos de dez minutos já tinha atravessado todo seu centro.As pessoas já estavam escondidas dentro de seus casas, eu sabia disso mas queria mais que tudo não saber.

Abri a porta da casa simples de madeira tendo a visão de uma mulher agajada no chão bem em frete a porta, ela abraçava os dois filhos contra o peito impedindo que me vissem.

-Nos não temos muito-Disse chorando-Leve o que quiser, pode levar tudo mas por favor nos deixe em paz!-Soluçou entre as desesperadas lagrimas.

-Eu não posso fazer isso-Ergui a espada encharcada pelo sangue dos outros aldeões-Me desculpe, eu realmente sinto muito.

Senti a lagrima correr por meu rosto, lagrima essa que não era vista pela mulher.Tudo que ela via em minha mascara era o sangue de seus companheiros.

-Por favor!-Cerrou os olhos abraçando os filhos com mais força-Não mate meus filhos, por favor!-Implorou entre os soluços.

-Se esconda-Até mesmo a outra pareceu surpresa com minha fala-Agora!

Observei a mulher correr para debaixo da mesa junto com os filhos.

Eu não podia fazer isso, não podia matar alguém que não tinha condições de se defender de mim...

Saí da casa vendo os corpos dos policiais mortos esticados pela rua de terra.

Um deles até chegou a agarrar meu tornozelo

-Por que?-Perguntou se contorcendo de dor.

-Sinto muito.-Finquei minha espada em seu peito e me agachei para segurar sua mão-Vai passar logo-Passei a mão por seus cabelos deixando a culpa me corroer por pelo menos aquele segundo.-Me desculpe.

Fiquei ali até ver a vida deixar seus olhos...

Meus próprios olhos sangravam e ardiam, não sabia dizer se este sangue era meu ou de algum deles.Mas a dor...A dor era insuportável, não só a dor que apertava meu coração como também essa que me fazia querer arrancar meus olhos fora.

Algo estava mudando, minha visão estava mudando!O que estava acontecendo comigo?!

Balancei a cabeça tentando me controlar mas nada adiantava, eu gritava e agonizava no chão enquanto sentia o sangue quente percorrer meu rosto junto com as lagrimas.

Insuperável Hyuga (Sendo reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora