Capi­tulo Oito

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Harry Heart:

Dominic nos levou até em casa, enquanto eu o guiava pelo caminho. Ainda tentava consolar meu filho e minha tia, mas meu primo Jacob estava longe de ficar bem.

Durante todo o trajeto, eu me esforçava para acalmar os ânimos, mas a tensão era palpável. Pelo canto do olho, percebia que Dominic queria ajudar, mas não sabia como.

Ao chegarmos em casa, descemos do carro em silêncio. Minha tia, visivelmente abalada, foi apoiada por Jacob enquanto entrava, sem dizer uma palavra. A atmosfera era carregada de tristeza e preocupação, e o peso do momento nos envolvia a todos.

— Ela vai ficar bem? — Dom perguntou, descendo do carro e me entregando a chave.

— Na medida do possível — respondi. — Obrigado por nos trazer — falei, fechando a porta do carro e segurando Milo, que tinha a cabeça apoiada no meu ombro. — Como você vai voltar para casa?

Dominic esfregou as costas de Milo, tentando transmitir alguma calma.

— Vou pedir um Uber até a casa da Gabi — Dominic disse, enquanto mexia no aplicativo. — Harry, diga à sua tia que ela pode contar comigo. Afinal, ela me ajudou a conversar com você de novo e sou muito grato por isso. Eu me lembro da mulher que conheci há cinco anos, que dizia que eu era parte da família também. Quero continuar sendo parte dela.

Isso fez minhas bochechas ficarem quentes. Assenti na direção dele e ficamos em silêncio por um momento, com nosso filho entre nós.

— Amanhã é sábado, e se não for incômodo, gostaria de sair com você e o Milo, junto com a Ayla e o Daniel, para que eles conheçam a cidade — Dominic disse, quebrando o silêncio. — Claro, se não for muito incômodo para vocês.

— Vou pensar nisso e te mando uma mensagem — falei, e ele me deu seu novo número. — Sei que é seu direito conhecer um dos seus filhos.

— E o outro pai deles, que eu quero conhecer melhor e nunca mais deixar ir embora — Dominic brincou, com um sorriso.

Eu sorri de volta, sentindo uma mistura de nervosismo e esperança. O futuro parecia incerto, mas a possibilidade de reconexão trazia um leve conforto.

Revirei os olhos, e o carro que ele pediu chegou alguns segundos depois.

— Até então! — falei, beijando a bochecha dele.

— Até, Harry! — Dominic respondeu. — Foi muito bom poder revê-lo.

Dominic entrou no carro, e eu o observei partir. Suspirei e entrei em casa, onde me surpreendi ao ver tia Sofia sentada calmamente no sofá, enquanto Jacob parecia prestes a explodir de raiva.

— Harry, leve o Milo para o quarto dele — tia Sofia falou calmamente. — Preciso conversar com você e com o seu primo.

Assenti e levei Milo para o quarto, onde troquei suas roupas por um pijama fresco. Deitei-o delicadamente na cama, beijei sua testa e saí do quarto em completo silêncio.

Voltei para a sala, encontrando minha tia e meu primo ainda na mesma posição.

— Já que vocês sabem que seu tio me traía — tia Sofia começou calmamente —, também está na hora de saber que eu iria me divorciar dele anos atrás.

— Por que não fez isso? — perguntei, e Jacob me olhou.

— Foi na mesma época em que descobrimos o que seu pai fazia com você e como te resgatamos dele. Acabamos deixando de lado a separação — Jacob explicou. — Eles continuaram vivendo o casamento até agora para manter você, eu e Milo felizes, como uma família de comercial de margarina.

A Melodia do Coração(Mpreg) | Livro 3 - Amores perdidos e encontrados Onde histórias criam vida. Descubra agora