Capitulo Vinte e Dois

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Harry Heart:

Olhei para Jacob, que me analisava como se estivesse ouvindo uma enorme piada.

— O que foi? — perguntei, levantando uma sobrancelha.

— Nada, nada — disse Jacob, com um sorriso travesso. — Só estou pensando em como o velho Harry se tornou um romântico incurável.

Revirei os olhos, mas não pude evitar um sorriso.

— E você, o eterno brincalhão — retruquei.

Jacob deu de ombros, ainda sorrindo.

— Alguém tem que manter as coisas leves por aqui. Mas, falando sério, estou feliz por vocês, de verdade.

— Obrigado, Jacob — respondi sinceramente. — Sua amizade sempre significou muito para mim.

Jacob acenou com a cabeça, seu sorriso se suavizando.

— Sei disso. E fico feliz por estar aqui, vendo você encontrar a felicidade.

Com essas palavras, senti um calor de gratidão encher meu peito. Olhei para Dominic, que estava conversando com as crianças, e depois de volta para Jacob.

— Tenho sorte de ter todos vocês na minha vida — disse, emocionado.

— E nós temos sorte de ter você — respondeu Jacob.

— Valeu — falei, sorrindo para ele.

— Mas achava que iria demorar para que vocês se dessem bem novamente — Jacob disse, e eu olhei para ele. — Quanto tempo vocês vão ficar nessa de não se chamarem para um encontro antes de oficializarem algo?

— Estamos vendo como as coisas vão ser com calma — respondi, estalando a língua.

De repente, ouvi um barulho do lado de fora e levantei às pressas. Corri até a porta, abri-a com força, pulei para fora e saltei da varanda da minha casa. Peguei a figura que havia feito o barulho.

Enquanto segurava a figura, percebi que era um jovem garoto, sujo e assustado. Ele me olhou com olhos arregalados, claramente surpreso por ter sido pego.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter minha voz calma, mas firme.

O garoto tentou se soltar, mas meu aperto era firme. Jacob apareceu ao meu lado, com um olhar preocupado.

— Ei, calma, não machuque ele — Jacob disse, colocando uma mão no meu ombro. — Deve ter no máximo doze anos de idade.

Soltei o garoto devagar, ainda mantendo um olhar atento sobre ele. Ele deu um passo para trás, mas não tentou fugir novamente.

— Desculpa — ele murmurou, a voz tremendo. — Eu só... estava procurando algo para comer. Não queria causar problemas.

Olhei para Jacob, que assentiu ligeiramente. Nós dois sabíamos que a situação ali era complicada, mas a fome e o desespero do garoto eram evidentes.

— Qual é o seu nome? — perguntei, tentando soar mais amigável.

— Oleg — ele respondeu, ainda hesitante.

— Oleg, por que não entra e come alguma coisa? — sugeri, apontando para a porta aberta da casa. — Você parece precisar de uma refeição.

Ele olhou para mim, surpreso, e então para Jacob, que também assentiu com um sorriso encorajador. Lentamente, Oleg entrou na casa, seus passos cautelosos ecoando no chão de madeira.

Jacob e eu trocamos um olhar significativo antes de seguirmos o garoto para dentro. Sabíamos que isso poderia ser o começo de algo maior, mas, por enquanto, a prioridade era ajudar quem estava precisando.

A Melodia do Coração(Mpreg) | Livro 3 - Amores perdidos e encontrados Onde histórias criam vida. Descubra agora