Capítulo Vinte

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Harry Heart:

Depois de dez minutos no carro, reparei que Dominic pegou um caminho bem conhecido.

— Não íamos para casa? — perguntei, assim que ele parou no semáforo. Dominic sorriu, um pouco culpado.

— Eu sei que você pediu isso — disse ele com um sorriso tímido. — Mas tem um lugar que desejo ir. Afinal, faz cinco anos que não o vejo. Pensei que seria legal irmos até aquele karaokê e fazermos um dueto.
Olhei para ele, vendo seus olhos brilharem de expectativa com minha resposta.

— Uma música só — falei depois de alguns segundos, e o sorriso de Dominic se alargou.

— Pode deixar, senhor — disse ele, ligando o carro e partindo para a noite.

Quarenta minutos depois, chegamos em frente ao clube que eu não visitava desde antes de Milo nascer. Olhei pela janela, vendo a construção e sentindo meu queixo cair.

O clube tinha três andares agora, em comparação ao passado, quando tinha apenas dois. Estava pintado de preto e dourado, com luzes piscando do lado de dentro, revelando as silhuetas das pessoas dançando e cantando. Uma enorme placa indicava o nome do edifício.

— Tenho que admitir, aqui mudou bastante — comentou Dominic enquanto estacionava o carro. — Mas o que você esperava? Faz cinco anos que não vem aqui.
Descemos do carro e nos dirigimos à fila que se formava do lado de fora do clube. Uma sensação de nostalgia crescia cada vez mais conforme nos aproximávamos daquele local que frequentávamos na adolescência.
A fila estava grande, mas enquanto esperávamos, Dominic e eu ficamos conversando sobre coisas banais. A conversa fluía naturalmente, e a atmosfera leve nos fazia esquecer, por um momento, todas as preocupações.

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Nossa espera na fila durou no máximo quatro minutos, mas ao entrar no local, fui imediatamente envolvido pela energia vibrante do clube. Várias pessoas dançavam coladas na pista de dança, seus corpos se movendo ao ritmo pulsante da música. No bar, alguns bebiam sozinhos, enquanto outros compartilhavam a companhia de parceiros de uma noite, risos e conversas animadas ecoando pelo espaço.

O que realmente chamou minha atenção foram os detalhes do ambiente. Os móveis tinham um design moderno e elegante, contrastando com a pintura vibrante das paredes, que alternava entre preto e dourado. As luzes piscavam em sincronia com a música, criando um espetáculo visual hipnotizante. A nostalgia estava presente, mas também havia uma sensação de novidade, como se estivesse redescobrindo um lugar que fazia parte de minha história.

Posso dizer que este lugar seria perfeito para aparecer em filmes ou séries, especialmente em cenas ambientadas em clubes noturnos. A música estava alta, preenchendo cada canto do ambiente, mas mesmo assim, senti o toque firme de Dominic em minha mão, me puxando até uma mesa vazia. Seu toque era reconfortante, uma âncora em meio ao caos festivo.

No entanto, uma sensação desconfortável começou a surgir. Sentia como se alguém me observasse de longe, uma presença que não conseguia identificar. Olhei em todas as direções, mas só via pessoas dançando, se beijando ou gritando de alegria, completamente bêbadas. A atmosfera era de pura euforia, mas meu instinto me dizia que algo estava prestes a acontecer.

Sentamos à mesa, e Dominic não soltou minha mão, seus olhos cheios de expectativa e entusiasmo. O contraste entre a alegria ao nosso redor e minha apreensão interna era marcante. Apesar da música alta e das luzes brilhantes, não conseguia afastar a sensação de que estávamos sendo observados, e um pressentimento sombrio pairava no ar, ameaçando a noite de diversão que Dominic tanto desejava.

— Boa noite — disse Dominic ao garçom. — Em qual andar está o karaokê?

— No terceiro andar — respondeu o garçom, apontando. — Basta se aproximar da mesa da organizadora e dar os nomes de vocês. Podem usar o elevador.

A Melodia do Coração(Mpreg) | Livro 3 - Amores perdidos e encontrados Onde histórias criam vida. Descubra agora