Capítulo Doze

892 124 24
                                    

Dominic Rosende:

Acordei assim que ouvi meu celular tocar incessantemente. Peguei-o debaixo do travesseiro.

— Alô, quem é? — perguntei, ainda sonolento.

— Sua agente mais querida, Jean Monthorn! — a voz do outro lado disse  animadamente.

Jean tem vinte e cinco anos e é a pessoa mais próxima de mim no ramo musical. Nos conhecemos poucos meses depois que cheguei a Milão e nos tornamos amigos, já que ela faz parte desse mundo também.

Ela sabe de toda a minha história, assim como sabe que eu não estou disposto a desistir da minha carreira musical, mesmo que tenha encontrado Harry e possivelmente nos tornemos um casal.

Segundo ela, eu deveria desistir de ser um pianista famoso para dar uma vida normal ao Daniel e à Ayla.

Embora eu queira continuar com a música, julgo que talvez seja o melhor para mim e para meus filhos. Talvez abrir uma escola de música seja a solução ideal para equilibrar minha paixão e o bem-estar da minha família.

— O que você quer para me ligar a essa hora? — perguntei, me sentando na cama.

— Estou chegando na sua casa, faça um lindo café da manhã — Jean disse  animadamente. — Aí contarei tudo a você.

Ela desligou. Resmunguei, já sabendo do que se tratava o assunto que ela queria discutir comigo.

Levantei da cama, fui escovar os dentes e resolvi continuar com a roupa velha que uso como pijama. Saí do meu quarto e entrei no banheiro para escovar os dentes.

Às vezes, agradeço que Gabriela tenha encontrado essa casa para eu comprar, aqui na cidade, antes que eu chegasse de Milão.

Terminei minha higiene e voltei para o quarto, no mesmo instante em que ouvi um chorinho baixo vindo da babá eletrônica.

Desliguei a babá eletrônica e saí do quarto em seguida. Atravessando o corredor, logo estava de frente para a porta branca de madeira, com uma plaquinha decorada com o nome de Ayla. Abri a porta com cuidado e rapidamente vi a pequena se mexendo dentro do berço, chorando baixinho. Sorri e me aproximei.

— Ei, minha princesinha, papai está aqui! — falei baixo, mas o suficiente para ela ir se acalmando, antes mesmo que eu a pegasse em meus braços.

Ela ainda soltava pequenos soluços quando a peguei, e comecei a balançá-la calmamente.

— Vamos trocar essa fralda cheia e depois papai vai te alimentar. Isso é bom, não é? — falei baixinho, enquanto ela tentava seguir o som da minha voz e colocava a cabeça no meu ombro.

Lembrei-me de como foi difícil no início, após os pais biológicos dela morrerem no acidente.

Tentar me acostumar com a vida de pai solteiro de uma menina de poucos meses e de um garoto de seis anos foi um desafio, ainda mais com o processo de cadastrá-los com meu sobrenome.

Passei por altos e baixos até me acostumar, mas criar meus filhos e dar-lhes o futuro que meus amigos desejavam para eles foi a melhor sensação de todas em minha vida.

Afasto essas lembranças assim que sinto a pequena mão da minha filha em meu rosto, e isso me faz sorrir.

Ela ainda é tão pequena para a sua idade, que me dá uma vontade imensa de protegê-la de tudo e todos.

Caminho lentamente até o trocador e deito seu pequeno corpo ali com cuidado. Pego as coisas necessárias para trocar sua fralda.

Termino de colocar a fralda em Ayla e visto nela uma pequena calça de moletom e uma blusinha de mangas, já que o dia está um pouco frio. Peguei-a no colo.

A Melodia do Coração(Mpreg) | Livro 3 - Amores perdidos e encontrados Onde histórias criam vida. Descubra agora