A Melodia do Coração(Mpreg) | Livro 3 - Amores perdidos e encontrados

Capítulo Dezessete

Harry Heart:

Quando entrei naquela festa, meus olhos varreram o ambiente à procura de Dominic. Afinal, foi ele quem me convidou para esse evento com o pai dele, e eu sabia que seria melhor ficar perto dele ao chegar. A ansiedade tomava conta de mim, e eu estava quase desesperado para encontrá-lo. Meu alívio foi palpável quando finalmente o vi, conversando com um pequeno grupo de sócios de seu pai. Conhecia Dominic bem demais e, por isso, percebi imediatamente seu desconforto. Com um toque leve, cutuquei seu ombro, esperando que minha presença lhe trouxesse um pouco de tranquilidade.

— Posso ter um minuto do seu tempo? — perguntei, minha voz tremendo levemente.

Dominic reconheceu minha voz imediatamente e se virou para me ver. Seus olhos percorreram meu traje, um terno simples, e um sorriso surgiu em seu rosto.

— Claro — respondeu ele, pegando minha mão com um gesto caloroso.

Saímos juntos de perto daquele grupo, buscando um lugar mais tranquilo onde pudéssemos conversar. A tensão que pairava no ar começou a se dissipar lentamente enquanto caminhávamos lado a lado.

— Eu não sou muito bom em conversar com empresários — disse Dominic, soltando um suspiro pesado. Soltei uma risadinha, tentando aliviar o clima. — Se você não tivesse aparecido, acho que teria tido algum tipo de crise.

— Bom, estou aqui agora — respondi, apertando suavemente a mão dele. — Vamos encontrar um lugar mais tranquilo para conversar.

Assim que atravessamos o local, a música se elevou a um grau ensurdecedor. Reconheci o som como o de uma grande banda de jazz, o tipo que minha mãe adorava ouvir e que sempre me fazia ficar ao seu lado, absorvendo cada nota.

Ela tocava violino e também adorava dançar. Lembrei-me dela pegando a mão do meu pai para um passo improvisado de foxtrote na cozinha. Ambos sorriam e riam das palhaçadas dos passos desajeitados do meu pai.

Essa lembrança me trouxe uma sensação de alegria intensa. Eram tempos felizes, momentos que eu guardava com carinho no coração.

Dominic voltou-se para mim com um sorriso.

— O que foi? — perguntou gentilmente.

Eu gostaria que ele não conseguisse ler minhas expressões tão facilmente e com tanta precisão. Desviei o olhar, tentando esconder minha expressão ainda mais, e discretamente limpei uma lágrima que ameaçava cair.

Pessoas com roupas elegantes se moviam animadas pelo corredor ao nosso redor.

— Nada. Temos que ir por ali — disse, puxando a mão dele novamente. — Vamos seguir o fluxo dessas pessoas chiques até que seu pai apareça.

— E que fluxo — murmurou ele. Não estava errado. Acho que nunca tinha visto tanta gente tão arrumada em um mesmo lugar antes.

— É como entrar em um filme de terror ou até mesmo em uma comédia musical — falei, tentando aliviar a tensão. Dominic riu, e o som da sua risada trouxe um pouco de leveza ao momento.

Por todos os lados, havia pessoas lindas, do tipo de beleza que eu estava acostumado a ver nas telonas: pessoas com acesso a academias, salões de bronzeamento artificial, cabeleireiros caros e as melhores roupas.

Aqui, elas pareciam vestidas para serem figurantes em um filme de ação ou de época. Vestidos de seda e meias com costura, chapéus fedora, gravatas skinny e lapelas pontudas. Aparentemente, o terno de Dominic e o meu tinham sido escolhas muito inteligentes.

O salão da festa era elegante, com teto decorado, janelas arqueadas e portas fechadas. Isso me fez lembrar de como sempre achei essa mansão gigante e assustadora.