A Melodia do Coração(Mpreg) | Livro 3 - Amores perdidos e encontrados

Capítulo Trinta e Cinco

Harry Heart:

Naquele momento, nada mais importava além de nós dois. Afastando-me de Dominic, que ainda sorria como um bobo apaixonado, ouvi ele suspirar. Voltamos para junto das crianças e, como esperado, minha tia estava mimando todos. Balancei a cabeça e me preparei para o jantar, onde conversamos animadamente.

— Papai Dom, quando você vai pedir o papai Harry em casamento? — perguntou Daniel em um determinado momento, fazendo Dom engasgar.

Ayla, que estava comendo sua papinha, olhou para o pai, enquanto eu bati nas costas dele delicadamente.

— Sim, quando vai pedir o papai Harry em casamento e vir morar com a gente? — disse Milo, e dessa vez foi minha vez de engasgar.

Jacob riu baixinho, e minha tia deu um soco no ombro dele, lançando um olhar reprovador.

— Meninos, isso ainda é cedo para se decidir — minha tia explicou, e os meninos fizeram expressões confusas.

— Mas o vovô Richard disse que ele e o Nicolas estão juntos há só oito meses — Daniel disse. — Ele disse que, se sabemos que amamos a pessoa de verdade, podemos nos casar rapidamente.

Dessa vez, foi a vez de Jacob engasgar. Olhei para Dominic, compartilhando o mesmo pensamento: deixar Richard Rosende perto das crianças foi um erro. Aquele homem realmente não sabe quando é hora de parar de dar informações aos pequenos.

— Isso é algo muito complexo de se considerar — minha tia começou, sua voz suave mas firme. — O amor, muitas vezes, precisa de tempo para amadurecer e para que as duas pessoas possam realmente entender se estão prontas para se casar ou até mesmo construir uma família. Cada relacionamento é único e tem seu próprio ritmo.

Ela olhou carinhosamente para as crianças, tentando encontrar as palavras certas para explicar uma questão tão delicada.

— No caso dos seus pais, é complicado prever se eles vão dar esse passo. Eles estão em um momento de descoberta, aprendendo mais sobre si mesmos e um sobre o outro. Às vezes, o amor precisa de espaço para crescer, e não devemos apressar as coisas.

Minha tia sorriu, tentando tranquilizar os pequenos.

— O importante é que eles se amam e estão trabalhando juntos para construir algo especial. E, acima de tudo, eles sempre estarão aqui para vocês, não importa o que aconteça.

As crianças ouviram atentamente, processando as palavras da minha tia. Senti um calor no coração ao perceber o quanto essa família se importava uns com os outros, e como todos nós estávamos navegando por esses novos sentimentos e desafios juntos.

Depois de um breve silêncio, a conversa recomeçou mais uma vez. Tive que me conter para não me intrometer enquanto Milo ou Daniel tentavam formular mais perguntas. Claro, fiz de tudo para abrir espaço para que eles se juntassem à conversa com qualquer outro assunto, mas, nesse caso, preferi não me envolver no tema do casamento.

Lembrei-me das respostas insensíveis do meu pai quando eu perguntava sobre casamento. Essas memórias sempre me faziam sentir alienado em relação aos meus próprios sentimentos. Até hoje, devido às possíveis ações e planos do meu pai, não posso me permitir pensar muito sobre esse tipo de coisa.

No entanto, coloquei o último pedaço de carne na boca, cortado meticulosamente, sentindo um estranho alívio por estar alheio àquelas preocupações. Por enquanto, o futuro parecia uma entidade distante, e eu me permiti não me preocupar com o que ele poderia trazer.

No final das contas, sabia que seria eu quem riria por último diante dos meus inimigos. A vida era cheia de desafios, mas também de oportunidades, e estava determinado a aproveitar cada uma delas para construir o meu próprio caminho, independentemente do que os outros esperassem de mim.

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Todos fomos dormir depois de assistir a alguns desenhos na televisão. Os meninos ficaram no colchão no quarto, e Ayla, no berço. Dominic colocou seu pijama e fechou a porta. Dormimos abraçados, ele com os braços firmemente envoltos em minha cintura. Apreciei o calor do corpo dele, sentindo-me seguro e confortável.

Na manhã seguinte, tomamos um excelente café da manhã, preparado com tudo o que as crianças desejavam. Dominic se preparou imediatamente para ir encontrar Jean, onde discutiriam sobre a última apresentação do pianista. Ele partiu na hora do almoço, deixando as crianças em casa comigo para fazerem companhia. Antes de sair, ele me deu um selinho, e ouvi alguém gritar para tirarmos mais fotos da nossa "cena super adorável".

— Melhor eu ir antes que tirem mais fotos nossas — Dom disse, rindo, e se virou para o carro, saindo rapidamente.

Eu ri e revirei os olhos, voltando para dentro. Lá, encontrei Daniel e Milo correndo de um lado para o outro, com Jacob correndo atrás deles. Minha tia apareceu com Ayla nos braços, e a bebê pediu para vir para o meu colo. Peguei-a com carinho; ela era uma fofura de bebê e eu adorava que ela já começava a querer ficar comigo o tempo todo.

Tia Sofia ficou alguns minutos comigo na sala, mas logo saiu apressada ao receber uma ligação informando que meu tio havia feito algo que colocava em risco a contabilidade da empresa da família. Incapaz de almoçar, ela se preparou rapidamente para partir, desculpando-se enquanto beijava meu rosto. Em seguida, acariciou as cabeças de Ayla e dos meninos, prometendo voltar em segurança. Por fim, olhou para mim, com um olhar misto de alegria, satisfação e orgulho, que fez seus olhos brilharem. Sorri meio sem jeito, sentindo um calor reconfortante por dentro.

Foi muito satisfatório sentir esse sentimento bondoso crescendo em mim. De volta ao meu quarto, não pude evitar uma risadinha quando Ayla tentou pegar o anel no meu dedo.

— Sabe, seu pai é um bobão, mas eu adoro o jeito como ele nos trata com tanto carinho e delicadeza — falei para Ayla, que me olhou com seus grandes olhos curiosos. — Não conta para ninguém o que vou te mostrar, tá?

Abri a gaveta e tirei uma caixinha de veludo. Ao abri-la, revelei duas alianças feitas com pedras preciosas. Eram belas, com um design que incluía gemas e diamantes. Este tipo de aliança pode variar em cor e é comum que alguns casais acrescentem uma pedra a cada ano de casamento, como uma tradição para simbolizar o crescimento e a evolução do relacionamento ao longo do tempo.

Olhei para Ayla, que observava fascinada, e sorri.

— Essas são muito especiais, e estou planejando algo muito importante com elas. Mas por enquanto, é nosso segredinho, tá bom? — Ela sorriu e estendeu a mãozinha, tocando as alianças com curiosidade e encantamento.

— Quando tudo melhorar e as pessoas que estão tentando nos prejudicar caírem — falei, olhando para as alianças —, vou pedir seu pai em casamento.

Lembro-me de quando pesquisei sobre as alianças e descobri que a intenção inicial era apenas presentear o futuro esposo com um anel. Com o tempo, no entanto, isso se tornou uma tradição. Desde então, ao se casarem, os noivos têm duas opções: continuar com a mesma aliança do noivado ou optar por novos modelos. Alguns acreditam que o quarto dedo da mão esquerda é onde passa uma veia que se conecta diretamente ao coração. Por isso, usar o anel de casamento nesse dedo específico tornou-se uma forma simbólica de ligar o amor das duas pessoas.

No passado, eu sempre tive um complexo de inferioridade, ficando para trás em todos os sentidos em relação às outras pessoas. Não me considerava tão elegante nem tão lógico; era apenas insociável, egocêntrico, e me culpava por não ser amado. Tudo isso me levou a cair na tentação de ouvir as palavras do meu pai, que construiu uma parede ao meu redor que parecia intransponível.

Pensando bem, se eu tivesse parado e refletido um pouco, teria percebido que poderia ter superado essa parede com esforço e tempo. Mas agora eu mudei e sei que já desmontei essa barreira há muito tempo.

Agora, chegou a hora de revidar tudo o que ele fez. Estou pronto para construir uma nova vida, cheia de amor e significado, com Dominic e todos que amo.

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Gostaram?

Até a próxima 😘