Capítulo Um

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Harry Heart:

Cinco anos depois...

Olhei novamente para a planilha no meu computador. Era o orçamento de uma das empresas parceiras em uma cidade na Europa.

Era estressante ver como alguém, mesmo tendo seguido tudo corretamente no contrato, ainda tentava modificar os termos para obter mais benefícios financeiros, prejudicando nossa parte no acordo, em vez de criar uma situação vantajosa para ambos os lados.

Soltei um suspiro pesado, esfregando as têmporas.

Esses problemas com essa empresa sempre acontecem. Parece que tanto o gerente quanto o dono não querem trabalhar direito ou sequer ler os documentos que envio, que são pensados para beneficiar todos sem estourar os orçamentos.

Ainda me pergunto quem teve a brilhante ideia de colocar esses dois como responsáveis pela negociação deste projeto. Deveria ter pensado melhor antes de tomar essa decisão.

Soltei outro suspiro, finalmente deixando meu corpo cair contra o estofamento da cadeira. Minha cabeça parecia prestes a explodir de tanto estresse acumulado ao longo do dia.

Abri a gaveta da mesa, pegando o frasco de remédio para dor de cabeça e a garrafa de água que estava sobre a mesa. Tomei o remédio e suspirei novamente no exato momento em que a porta da minha sala se abriu com tudo. Era meu tio Robin, que nunca avisa ou pede permissão para entrar.

Ele simplesmente invade a sala. Uma vez, estava tão concentrado em uma planilha que me assustei quando ele entrou abruptamente, quase fechei a aba da planilha sem salvar, o que me fez ter um surto. Xinguei ele horrores, afinal, não posso cometer nem sequer um erro. Um deslize poderia custar milhões à empresa ou até mesmo levá-la à falência.

A tensão era palpável. Cada decisão, cada movimento precisava ser impecável, e qualquer interrupção poderia ser catastrófica. O peso da responsabilidade era imenso, e momentos como esse apenas ampliavam a pressão que sentia diariamente.

— Bom dia, Harry! — Tio Robin falou animado, arrumando a gravata. — Como está tudo por aqui? Aqui está a pasta que você pediu para revisão da planilha da empresa MDS.

Ele colocou a pasta em cima da minha mesa, o que me deixou intrigado, afinal, ele nunca traz essas coisas para mim. Além disso, era estranho ele perguntar como eu estava, já que nos vimos há poucos minutos em uma reunião que ele mesmo havia organizado.

— O que foi? — Tio Robin perguntou, se sentando no sofá que fica de frente para minha mesa.

— E o que te traz à minha humilde sala? — perguntei sério. — O que deseja que eu faça por você?

Ele revirou os olhos e bufou irritado, se encostando no sofá e cruzando as pernas e os braços.

— Nem adianta fazer essa cara — falei, revirando os olhos diante da expressão dele. — Está querendo algo. Esqueceu que eu o conheço muito bem, tio.

— Quero saber se você vai mesmo ao shopping com o Jacob depois que forem buscar o Milo? — Tio Robin perguntou, curioso e um pouco desesperado. — Sua tia me contou agora há pouco que vocês prometeram isso ao Milo há duas semanas. Só queria saber se é verdade.

Revirei os olhos para ele, que sorriu descaradamente, quase como o Jacob faz quando quer pedir algo para mim.

Ignorei a pergunta, deixando-o irritado, e comecei a analisar a planilha junto com os papéis que estavam dentro da pasta. Tio Robin continuava me encarando, curioso e ansioso por uma resposta.

Pelo que tudo indicava nos papéis, a planilha estava correta, faltando apenas a assinatura da empresa MDS, que domina grande parte das construtoras em Milão.

A Melodia do Coração(Mpreg) | Livro 3 - Amores perdidos e encontrados Onde histórias criam vida. Descubra agora