O clima pesado caiu sobre a sala. Lin havia sido criada completamente longe de seu pai, nem ao menos conhecia o rosto dele, enquanto o pai de Su havia estado sempre lá, sempre por perto.
— Ele sabia? — a mais jovem perguntou, reclinando sobre a poltrona que havia sentado. Estava tão ou até mais chocada do Lin, a pele castanha ficando pálida e os dedos apertando os braços da cadeira em busca de apoio — O Sokka sabia que era o meu pai?
A pergunta saiu entrecortada como se ela buscasse por ar antes de continuar.
— Não — Toph respondeu, havia decido os pés da mesa de centro e brincava com os dedos, preocupada, mais com a reação de Lin do que com a de Su — Eu contei há poucos anos. Quando você mandava cartas com as fotos das crianças.
Foi naquele momento que Lin saiu da sala. Su se virou no ímpeto de ir falar com ela, mas Toph tomou a frente. Tinha coisas que só uma mãe podia resolver e ela já havia passado muito tempo evitando isso.
— Então eu tava certa sobre o pai da Su? — perguntou Lin, apoiada com os braços na janela.
— Não foi minha escolha você ser criada longe do Kantoo — disse Toph parada ao lado da porta, controlando cada reação de Lin — Mas você era como uma filha para ele também — ela respondeu se aproximando da filha — E você sabe disso, afinal foi ele quem te ensinou a dobrar o metal.
Lin sorriu, sentindo a mão da mãe em seu braço. Ela cobriu com a sua de forma carinhosa antes de responder.
— Ele nunca soube.
— É claro que sabia — respondeu a anciã sem se virar para a filha — Se gabou disso a vida inteira.
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126 Ag
Naquela época, costumavam tirar férias na Ilha Amber todos juntos pelos velhos tempo. Era a forma de estarem juntos depois que todos seguiram seus caminhos e já não se viam mais com tanta frequência.
Ursa e Ikem moravam lá há 2 anos agora. Havia sido uma escolha da antiga Senhora do Fogo em pessoa. Aquela casa lhe trazia boas lembranças de quando seus filhos eram crianças, até mesmo Kiyi havia aproveitado o seu tempo naquelas areias.
A visita do filho e seus amigos sempre trazia um tipo de alegria diferente para o lugar e mesmo com o cabelo completamente branco, Ursa tinha o costume de levar as crianças no teatro. Era um descanso bem-vindo para os pais que se sentavam na sala para terem suas conversas de adulto.
Estavam todos esparramados ao seu modo quando o assunto surgiu na roda. Eram sete pessoas ao total naquele momento.
— E quando nós vamos saber sobre o pai? — perguntou Kiyi de forma inocente, já estava com seus 31 anos, mas mantivera a doçura e o carinho da sua infância, mesmo crescendo no palácio.
Zuko havia lhe conseguido um lugar no governo da Nação do Fogo e ela fazia um bom trabalho apesar do seu jeito ou talvez essa fosse a sua arma secreta no fim das contas.
Foi quando Toph colocou os dois pés no chão e fez o esforço para se levantar, a barriga estava muito maior do que na gravidez anterior e também a deixava muito mais cansada, sentiu as mãos de Katara em suas costas, mais para lhe dar apoio do que para ajudar a levantar, mas agradeceu mesmo assim.
— Ninguém que eu me lembre o nome — respondeu, esticando os braços para se espreguiçar — E se vocês não se importam, eu vou dormir. Essa criança me cansa demais — comentou acariciando a barriga de forma amorosa.

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Paternidade
Fiksi PenggemarO ano de 176 Ag chega trazendo o aniversário de 50 anos da filha caçula da grande inventora da dobra de metal e Toph resolve que é finalmente o momento de dar a ela o que sempre quis: o nome de seu pai.