Capítulo 17

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~~ 156 Ag ~~

(eu errei a data na terça, my bad)

A essa altura da vida, Sokka já deveria estar mais acostumado ao frio de sua terra natal, mas ainda assim se encolhia sob o o grosso casaco de forro de pelo quando o dragão de Zuko sobrevoou a grande cidade central da Tribo da Água do Sul.

As ruas estavam calmas sob eles. Como se o mundo inteiro houvesse congelado e ninguém duvidaria que fosse exatamente o que havia acontecido. Havia muito mais calor próximo ao centro, mas isso não impedia que as pessoas tremessem de frio e se enrolassem em suas camas muito antes do anoitecer, que nessa época costumava acontecer por volta das 3 ou 4 horas da tarde.

Estavam indo para a área mais afastada da cidade e Sokka se perguntava como Senna e Tonraq podiam viver tão longe do calor. Às vezes se esquecia de que havia crescido ali em uma época em que o único sistema de aquecimento eram o gelo e a neve com o isolamento de peles.

Não demorou para que avistassem Katara ao lado de fora da casa da família. Parecia exausta, com a respiração formando uma fumaça espessa de condensação no ar congelado, mas não parecia machucada.

Sokka praticamente saltou do animal antes mesmo que ele encostasse no chão e correu para abraçar a irmã caçula. Parecia muito magra sob o casaco grosso e isso o preocupou bastante, mas não a ouviu reclamar de dor, o que era algo bom.

— Você está bem? Onde estão as crianças? — perguntou encarando os olhos azuis brilhantes, pronto para a batalha.

Ele não precisava explicar que com crianças queria dizer Korra, mas também seus sobrinhos que, por mais que já houvessem passado dos seus 35 anos, ainda eram crianças para ele.

— Kya está cuidando de Tonraq lá dentro e Tenzin seguiu atrás de Zaheer e seu bando — disse Katara, correndo em direção ao dragão, mas foi barrada pelo irmão — Eu vou junto!

Ela decretou, encarando Sokka com um olhar mortal que ele não via há quase uma década. Os dois homens se entreolharam com um misto de medo e compreensão. Nenhum dos dois queria que Katara se colocasse em risco e não era uma missão de resgate qualquer. Era a missão de resgate do Avatar.

— Katara... — Sokka começou, procurando as palavras certas para dizer, sabendo que Zuko não iria interferir naquela briga de família.

Mas ninguém simplesmente dizia para a viúva de Aang o que ela deveria fazer, nunca fora assim e não iria começar a ser agora que já havia vencido uma guerra, criado três filhos e começava a treinar seu segundo Avatar.

Ele chegou a ensaiar um discurso em sua cabeça, mas então a irmã recuou por conta própria. Abaixando os olhos para o chão e soltando o braço do irmão, havia entendido a troca de olhares entre os homens e mesmo que não tivesse, sabia que todos haviam ficado preocupados quando se propôs a treinar Korra.

Korra não era Aang e ela sabia bem disso, mas não podia evitar enxergá-lo em pequenas coisas da menina. Gestos espontâneos, alguns sorrisos e brincadeiras dela eram tão mais próximos do marido do que qualquer um de seus filhos.

Katara não pode evitar de se apagar a ela. Korra não era Aang, mas ele era parte dela, assim como era parte de Bumi, Kya e Tenzin. A nova avatar era como uma filha para ela e por isso não poderia agir com a frieza que precisava.

— Vocês deveriam se apressar — ela respondeu em um suspiro tristonho — Eu vou voltar para dentro e ajudar Kya, vou deixar as coisas preparadas para quando vocês voltarem — respondeu mais uma vez, assistindo enquanto o grande dragão vermelho cruzava o céus — Eu só espero não precisar.

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