Capítulo 13

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176 A.g.

— Isso me parece mais com uma preocupação com Lin do que comigo particularmente — respondeu Su, cruzando os braços sobre o peito.

— Nós falávamos de você e eu fiquei particularmente chateada quando soube que você estava navegando com piratas — Suyin chegou a abrir a boca para explicar que a mãe havia feito coisas muito mais perigosas do que isso, quando foi interrompida de novo — Onde já se viu, a filha da maior dobradora de terra do mundo em um barco de livre e espontânea vontade e sem uma ameaça maior como desculpa. — a mais velha das irmãs foi obrigada a segurar uma risada repentina que chegou a levar o chá até suas narinas, deixando um pinicar irritante toda a vez que respirava — Lin nunca me daria essa decepção.

— Em defesa da Su — respondeu a mais velha, ainda se recuperando do quase afogamento — Ela não é apenas uma Bei Fong.

Mesmo que não pudesse enxergar a filha, lhe enviou um olhar de desagrado que acabou atingindo muito mais a estante no fundo da sala.

— Quando ficaram tão amiguinhas? — os dedos apontando para tudo e nada a sua frente.

— Eu aposto que o papai não ficou decepcionado — respondeu Su dando goles curtos no chá enquanto falava em um tom mais baixo.

"Papai!". Parecia que Su havia se adaptado muito rápido aquela revelação, muito mais do que uma mulher de 50 anos deveria. Não era como se fosse uma grande novidade, talvez porque Sokka sempre houvesse sido seu pai de alguma forma.

— Podemos dizer que eu e seu pai concordamos em discordar nesse assunto. — acariciou xícara com delicadeza antes de completar — Ele amava suas cartas, achei que contaria para todo mundo que você estava seguindo os passos dele.

Um sorriso triste preencheu o rosto bonito de Suyin enquanto ela encarava o líquido turvo em suas mãos. Percebendo o que havia deixado para trás quando resolvera não voltar para a casa da mãe.

— Vocês iam contar quando eu voltasse?

— Não só isso — respondeu a mulher mais velha novamente — Mas então você criou Zaofu e arranjou aquele idiota do seu marido.

— Mãe, não fale assim de Baathar — censurou Suyin.

— Eu gosto dele — disse Toph com uma risada baixa no fundo da garganta — Mas ele não pode saber disso. Eu tenho um nome a zelar.

— Então ela fez uma cambada de filho e vocês tentaram me convencer a fazer uma viagem em família — Lin cortou a conversa sobre a família de Su, antes que caíssem em um silêncio complicado, alguém tinha que ir direto ao ponto ou a história se arrastaria para nunca mais. — Pelos velhos tempos.

— O pobre Baathar quase teve um treco quando pensou que teria que explicar para Toph como sua caçula havia acabado grávida antes dos vinte anos e de um casamento próprio — Su deu mais um gole profundo em seu chá antes de continuar.

Era um medo justificado, mesmo que as três soubessem que Toph não ligaria em nada para qualquer uma daquelas coisas de qualquer forma.

— A sim, eu me lembro do medo dele quando me viu a primeira vez! — continuou Toph, aproveitando a intromissão da mais velha — mas voltando a viagem de família, Sokka começou a acreditar que ele estava ficando muito velho e que nunca conheceria os netos. Eu queria que ele estivesse errado dessa vez.

Resmungou a anciã, a voz mais baixa do que nunca enquanto duas lágrimas escorriam por seu rosto enrugado. Nenhuma das filhas sabia como resolver aquilo, nenhuma das duas tinha visto a mãe chorar sequer uma vez.

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