142 A.g
Estava sentada em sua mesa, não havia nem se quer discutido com Lin naquela manhã porque ela simplesmente ignorara a mãe. Não era como se Toph tivesse com qualquer vontade de enfrentar a jovem depois do que havia acontecido, mas se viu obrigada a fazer isso quando a assistente entrou na sala com a cabeça baixa e falou em um tom que lhe parecia muito com um sussurro.
— A detetive Bei Fong está aqui.
Toph levou algum tempo para entender, mas quando as palavras finalmente fizeram sentido a chefe compreendeu o porque da mulher ter entrado e saído mais rápido do que a luz. Parecia que nos últimos dias todo o drama da delegacia girava em torno da família dela e ninguém parecia particularmente empolgado em ser pego no fogo cruzado entre os maiores dominadores de metal do mundo.
Não era difícil encontrar a filha dentro da caixa de metal que era o departamento policial de Cidade República e nem ao menos precisava usar seus sentidos sísmicos para isso.
— Você não deveria estar aqui, detetive Bei Fong — disse Toph, batendo sobre a mesa da filha enquanto os colegas deixavam a sala, evitando olhar para mãe e filha — Você está de licença.
Lin estava tensa a semana inteira, ainda não estava pronta para voltar ao trabalho, o temperamento instável dela levaria a erros e Toph não queria nem pensar em qual tipo de "erro" isso poderia levar. Claro que temia pela sua filha em primeiro lugar, mas era muito mais perigoso para quem quer que resolvesse desafia-la.
— Eu estou bem, Chefe — respondeu, sem tirar os olhos de sua papelada. A mãe conheci a Lin o suficiente para não precisar ver isso.
Ela realmente havia tirado o curativo nos últimos dias pelo que Toph havia ouvido tanto de Sokka, como de Katara e até mesmo de Kya, mas isso não era o suficiente. Também ouvira que tinha ficado uma cicatriz bastante feia na bochecha, mas isso era o de menos para alguém que nem sequer sabia como era o rosto da filha.
— Não, você não está — respondeu enfática — Você tem 15 dias de licença por um motivo, Linny. — ela tentou tocar o rosto da filha, mas a jovem se esquivou e de repente ela havia sido deixada completamente no escuro.
A jovem não falou mais nada depois daquilo, esperando que isso fizesse a mãe ir embora, mas não funcionou do jeito que queria. Toph era mais teimosa do que qualquer um poderia aguentar e sabia lidar com a birra de suas crianças.
— Eu não quero prender a minha própria filha por desacato — ela respondeu, apoiando a mão na mesa mais uma vez.
— Então é só você não fazer — ele respondeu, se levantando da cadeira com as duas mãos firmes na mesa de metal — Não é assim que funciona para a Suyin.
— Isso não é sobre ela, Lin — respondeu, sentindo a mesa tremer entre elas, precisavam maneirar o tom antes que tudo explodisse — é sobre a sua saúde.
Lin soltou uma risada contida por entre os dentes, um tipo de risada incrédula que fez o coração de Toph se partir um pouco, não gostava de vê-la tão descrente e então o metal pareceu parar de tremer entre elas. Toph havia recuado, assumido um outro tom.
— Você não tá bem desde... — ela mesmo se parou por um instante.
Ninguém havia falado sobre o que tinha acontecido entre ela e Tenzin ainda, Su estava simplesmente ocupada demais em seu mundo se quer para perceber que tinha acontecido alguma coisa e Toph apenas ignorava isso como se houvessem coisas melhores a fazer.
A verdade é que Toph era a pior pessoa para aconselhar a filha naquele momento. Lin havia passado quase 7 anos com o dobrador de ar enquanto a mãe nunca tinha passado mais de 5 meses em um relacionamento sério que tinha acabado quando ela se descobriu grávida.
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Paternidade
FanficO ano de 176 Ag chega trazendo o aniversário de 50 anos da filha caçula da grande inventora da dobra de metal e Toph resolve que é finalmente o momento de dar a ela o que sempre quis: o nome de seu pai.