Noah Urrea
- Você é um filho da puta. Que pena pra você. Filhos da puta acabam sozinhos. Bora ver qual é a próxima pessoa que você vai afastar da sua vida. Cuidado Urrea, um dia você pode acordar e perceber que está sozinho.
Bia saiu e me deixou sozinho à beira da piscina. Pude ouvi-la fechar a porta e então desabei em lágrimas. Ela tinha razão. Estava afastando todos que amo da minha vida. Até agora achava que a culpa era dela, que ela entrou na minha vida pra revirar tudo, mas eu estava errado.
Ela era uma parte de mim, eu queria ser melhor por ela, queria ser o homem que ela espera que eu seja, mas ao invés disso fui um idiota e estraguei tudo por não entender que perder ela é que realmente estava me fazendo mal.
Não posso perdê-la, preciso dar um jeito de resolver as coisas e tê-la só pra mim. Será que era tarde demais? Tudo aconteceu rápido demais entre nós, e se tudo se acabar rápido também?
Fiquei ali por um bom tempo abraçando meus joelhos e pensando no que fazer até que ouvi alguém abrir a porta com certa violência. Esperava que fosse Bia, então me levantei rapidamente e olhei para a porta. Era Josh.
Pude sentir ódio no seu olhar, mesmo com a pouca luz que nos iluminava e deduzi que ela havia o contado tudo.
- Bro, escuta...
Ele não disse nada, apenas me deu um soco que acertou em cheio a maçã do meu rosto e o senti arder. Cambaleei para trás e levei a mão ao local do nocaute. Havia um corte, pois minha mão apresentou gotas de sangue.
Bom, 1x1. Estamos quites agora!
- Qual é o seu problema Jacob? Você era a pessoa mais pura e sensível que já conheci. Aí quando você finalmente encontra alguém legal, você resolve virar o maior filho da puta da América? Que caralho você tem nessa sua cabeça? Escuta aqui, você nunca mais vai machucá-la, está me ouvindo? Se você olhar feio pra ela, ou qualquer coisa por menor que seja, acabo com você.
O abracei desesperadamente e para minha surpresa, depois de alguns segundos ele retribuiu o abraço. Me afastei dele e me expliquei.
- Me ajuda a conquistar ela de novo.
- Não.
- Bro, eu não que machucá-la nunca mais. Quero fazer dar certo, quero lutar todos os dias pra fazer ela se sentir a mulher mais feliz e amada desse mundo.
- Ok, eu te ajudo então. Mas já sabe né, qualquer deslize...
- Você acaba comigo! Já entendi.
- Tenho uma ideia...
- Bom, foi aí que chamamos os meninos e nós ensaiamos tudo pra hoje. - terminei a história para Bia, que estava concentrada em todos os mínimos detalhes.
- Então foi tudo ideia do Josh? - ela disse brincando. Seu sorriso me transmitiu paz e só então percebi o quanto havia sentido falta dessa sensação.
- Não. Ele teve a ideia de eu cantar pra você, e de os meninos cantarem também. Mas eu pensei nas flores e no local. E eu bolei todo o plano do sorvete e tal.
- Ah sim, show. Bia tomou um gole do café e observou suas mãos. - Eu não me sinto mais tão a vontade com você. Me sinto como quando a gente se conheceu. Tudo o que eu quero falar parece errado e...
Coloquei minha mão sob a sua e ela me olhou. Senti meu corpo se arrepiar, mesmo com um simples toque como esse.
- Eu sei que é complicado. Mas nós podemos fazer isso dar certo. Eu disse que quero você, e vou provar isso pra você todos os dias.
Bia sorriu um pouco envergonhada e umedeceu seu lábio com a língua. Senti um desejo enorme de beijá-la e cravei meu olhar em sua boca coberta por um lindo batom rosa. Ficamos observando um ao outro por instantes e nossas mãos continuavam dadas.
- Noah...
- Hm?
- Não me machuque de novo, por favor. Eu... - ela respirou fundo e continuou - Eu não sei se te perdoaria de novo, na verdade ainda não te perdoei.
- Eu não vou, eu prometo.
Ela soltou minha mão e se levantou. Fiquei olhando pra ver o que a garota faria. Ela se aproximou de mim e soltei o copo e me virei de frente pra ela. Bia parou em minha frente e me olhou nos olhos. Depois, chegou ainda mais perto lentamente e me deu um abraço suave.
Sentir o calor do seu corpo me fez sentir vivo e quis viver ali. Eu soube que aquele era o meu lugar. Ela é meu porto seguro. A abracei mais forte ainda e ela fez o mesmo. Desfiz o abraço e me levantei sem cortar o contato visual.
Bia me olhava intensamente e nesse exato momento meu mundo desabou e nem pensei direito no que era certo ou não. Quando vi, já havia colado nossos lábios num beijo fervoroso e agradeci a Deus por ela ter correspondido ao beijo. Uma das minhas mão estava apertando sua cintura enquanto a outra puxava levemente os cabelos de sua nuca, derrubando o seu boné no chão. A brasileira mantinha sua mão em meu peito e apertava meu pescoço, me puxando ainda mais pra si.
Ela parou o beijo e a olhei triste.
- Estamos em público.
Pude notar sua voz um pouco ofegante, sorri vitorioso e dei um selinho demorado.
- Não tô nem aí pra ninguém.
- Mas deveria, já que é um pop star mundialmente famoso. Sorri com o tom sarcástico na sua fala e respondi:
- Mais um bom motivo pra isso! É uma ótima maneira de mostrar pro mundo que tenho namorada.
- Nós não... bem, você sabe...
A olhei decepcionado. Ela tem razão...
- Desculpa, acho que me precipitei.
- Eu quero ir com calma, ok? Esse beijo nem estava nos meus planos...
- Você se arrepende? - a olhei nervoso.
- Não, não é isso. Apenas precisamos aprender a respeitar os limites um do outro e fazer tudo sem pressa.
- Detesto ter que concordar.
- É tão ruim assim assumir que estou certa?
- Quando significa concordar que você ainda não é minha namorada sim. Mas vou aprender a lidar com isso, por bem ou por mal.
- Posso te fazer uma pergunta? Você não precisa responder se não quiser.
- Claro!
- Você falou com Samuel?
Estremeci. Ouvir aquele nome não foi nada agradável. Todo o amor que sentia por ele, que chamava de irmão, agora não passava de uma raiva interminável dentro de mim.
- Ainda não. Tenho o ignorado desde quando ouvi aquele áudio. Não sei ainda o que dizer pra ele, ou se apenas deveria ignora-lo até a morte.
- Sinto muito por tudo isso.
- Você não deveria se preocupar. Não é culpa sua, é dele.
- Eu sei, mas eu me sinto mal porque sei que você se sente mal.
-Tá tudo bem.
- Sinto medo de ele tentar fazer algum mal pra nós, sabe. É um dos motivos pra eu achar melhor nós sermos pacientes. Eu não sei do que ele é capaz.
- Ele não vai fazer nada. Você tem a mim pra te proteger. E Josh também, sinto medo de um dia ele me matar enquanto durmo.
- Só se você vacilar de novo.
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Show you How To Love
FanfictionBia vai à Los Angeles com seu melhor amigo e vive grandes aventuras. A maior delas: Noah Urrea.