Capítulo Sete

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Levi Prescott:

Depois daquilo, pedi à minha avó que intensificasse meu treinamento, não apenas para suportar as situações envolvendo o poder mágico de Spike quando decidirmos ter filhos, mas também para estar preparado para enfrentar o rei Benjamin, ou seja lá qual for o nome dele. Ele trouxe uma confusão para o lado de Spike, quase o matando, assim como muitos outros, ao se envolver em uma briga com essa irmã maluca dele.

Aproveitei também para concluir meu conto sobre a raposa de olhos dourados, o que me deixou ainda mais curioso. Contudo, a situação ficou confusa quando Ciel olhou para mim, como se estivesse esperando algo extraordinário acontecer comigo, como se uma iluminação surgisse. No entanto, percebendo que nada ocorreria, ele voou do meu ombro até um biscoito sobre a mesinha do meu quarto, onde ficou por um longo tempo murmurando para si mesmo.

— Você sabe mais detalhes sobre esse conto, não é? — perguntei. Ele me olhou e pedi com o olhar para que me contasse.

— Sim, claro. — Ele começou a falar, sua expressão refletindo uma mistura de mistério e encantamento. — O conto da raposa de olhos dourados gira em torno de uma raposa espiritual que se tornou mais poderosa do que qualquer outra para proteger sua raça de perigos. Essa raposa é única e extraordinária, com olhos que brilham como ouro, sendo a guardiã de segredos antigos e poderosos. Seu nome era Natsuls.

Segundo a lenda, a raposa surgiu para se tornar a benfeitora dos membros de sua raça, que eram caçados por outros espíritos ou mundanos, sendo mortos para terem seus poderes capturados. Ela tinha três irmãos: Kagome, a gêmea nascida com a pelagem negra como o céu noturno; Lilal, a segunda, com pelos dourados como o sol; e por último, Drwes, que tinha pelagens laranjas.

— Até o momento, isso era o que se dizia no livro que eu li. — Resmunguei.

— Mas um dia, Kagome se tornou maliciosa e se rebelou contra seu irmão, a batalha foi intensa no centro da floresta espiritual — Ciel disse. — Então, não aguentando mais que seus irmãos brigassem, Lilal entrou na frente e foi atacada por segundos, causando o choque na irmã, e Natsuls aproveitou e atacou, impondo-se sobre Kagome e a trancafiou em uma caverna, deixando-a enfeitiçada por algemas encantadas. Lilal não foi morta, mas ficou incapacitada de ver novamente e perdeu seus olhos para sempre, desaparecendo do mundo. Natsuls se tornou ainda mais desconfiado dos outros desde então.

Ao finalizar o conto, Ciel olhou para mim.

— O que aconteceu com Drwes? Você mencionou os outros, e ele? — perguntei.

— Ele permaneceu ao lado do irmão até que este o traiu — Ciel disse, seu olhar baixou, e percebi a nuvem de mentira surgindo sobre seu rosto. — Então, o rei teve que puni-lo.

Antes que eu pudesse fazer mais perguntas, Ciel desapareceu para longe, com uma expressão que não revelava mais informações. Eu ansiava por mais detalhes, mas percebi que ele havia contado até onde podia, ou talvez estivesse com medo de que o rei viesse até ele e o levasse embora também.

Resolvi deitar-me, e naquela noite, tive um sonho extraordinariamente vívido.

Diante de mim se estendia uma floresta, mas sua beleza estava parcialmente obscurecida pela destruição que a afetava. Dois seres magníficos emergiram nesse cenário: uma raposa de pelagem platinada e outra de pelagem negra, ambas com olhos dourados e nove caudas. Elas se entregavam a uma batalha intensa, uma luta feroz pela própria sobrevivência. A raposa de pelagem negra mergulhou, suas garras enormes cortando o ar, desferindo um golpe certeiro no focinho da outra. A platinada se ergueu com determinação, retaliando com uma coragem intrépida. Enquanto o duelo prosseguia, o solo tremia sob meus pés, uma árvore desabou ao meu lado, e uma terceira raposa, com pelagem dourada, surgiu, avançando na direção dos contendores.

Elo Sagrado (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora