Elo Sagrado (MPreg)

Capítulo Vinte

Levi Prescott:

Quis acalmar-me um pouco e subi para ter uns segundos sozinhos, desejando tomar um banho. Na verdade, Lilal que me orientou a descansar, assegurando que ela avisaria os outros de que tudo ocorreu bem e que só precisava de um certo tempo para recuperar totalmente meus poderes. Ela sorriu ao dizer que seria assim, mas sabia que os outros ficariam ansiosos, afinal, estavam contando com isso a seu favor.

Balancei a cabeça, afastando esses pensamentos para longe. Eles sabiam perfeitamente que havia uma chance mínima de eu recuperar todos os meus poderes de imediato. Parecia que essa era a única estratégia que esses generais idiotas e os Natsuls tinham desde que se escondem neste lugar.

Entrei no quarto e deixei-me afundar na cadeira, perdido em pensamentos. As tramas e intrigas dos generais e natuls eram um quebra-cabeça complexo, e eu me encontrava no meio de tudo isso, lutando para recuperar o que me fora tirado.

Enquanto a água do banho caía, meus pensamentos continuavam a girar em torno das alianças e traições que permeavam esse conflito. Sabia que Lilal, Tamara e Ciel estavam ao meu lado, mas havia sombras espreitando, desejando explorar cada fraqueza. A incerteza pairava no ar, e eu me perguntava se poderíamos realmente confiar nas pessoas que se aproximavam de nós.

Ao sair do banho, uma sensação de renovação misturada com a preocupação persistente. A batalha estava longe de acabar, e eu sabia que precisávamos permanecer vigilantes. Deitei-me na cama, fechando os olhos, tentando afastar as dúvidas que se infiltravam em minha mente.

Ainda sentia minhas pernas completamente moles, o que tornou um pouco difícil subir para o quarto. Abri os olhos e percebi que uma das janelas ao longo do quarto estava aberta, deixando uma brisa fria soprar. Olhei ao redor e congelei.

Havia uma pessoa sentada em uma cadeira no canto. Era alta, com cabelos castanhos escuros que começavam a mostrar fios brancos nas pontas. Uma espada repousava em seu colo, e uma pulseira prateada faiscava como fogo sob a luz do quarto.

- Quem é você? - perguntei.

- Olá, achei que reconheceria o último membro da família que você salvou - ele disse calmamente.

Minha própria respiração soava alto nos meus ouvidos. Já havia se passado um tempo desde a última vez que vi aquele rapaz, e posso dizer que ele não envelheceu muito em vinte anos; parecia ter, no mínimo, dezesseis anos.

Estava prestes a invocar minha faca ou qualquer arma para me defender, caso ele decidisse usar sua espada contra mim. Ele era um inimigo deste lugar, causando terror entre os espíritos raposas. No entanto, meu corpo não se movia pela dor, e me concentrei em acalmar minha mente antes de perguntar.

- O que faz aqui? Como encontrou este lugar tão facilmente sem que ninguém soubesse da sua presença? - Perguntei, tentando esconder a tensão em minha voz.

Isso fez com que ele sorrisse.

- Minhas desculpas por vir aqui sem um convite - ele disse com um tom leve, zombeteiro na voz. Então, se reclinou na cadeira e esticou os braços, num arco semelhante ao que os gatos fazem. A camiseta subiu, revelando a barriga lisa e pálida, toda traçada com contornos de símbolos de um contrato com espíritos marcados em sua pele. - Levei algum tempo para criar tudo, mas você sabe como é. Não dá para correr riscos sem que esses espíritos me vejam e tentem me atacar sem que eu esteja querendo, sabia que eles são muito dramáticos. - Soltou uma risadinha. - Acabei esquecendo de me apresentar, sou Jai Northey. Se bem que imagino que deve conhecer.

- Jai - Minha voz saiu firme. - Por que você está aqui no meu quarto? Ainda mais se você pode entrar sem que ninguém visse e matasse o Natsuls.

Jai ergueu uma sobrancelha, mantendo o sorriso irônico.