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Camila não tinha a menor idéia do que faria ao encontrar Lauren. Assim, adiou o encontro temporariamente, entrando no SummerSun sem que ninguém a visse.

Escutou Lauren e Buck conversando no bar enquanto seguia, ligeiro, para o salão. Olhou em volta. Verônica não estava lá, o que não era problema. Não sentia vontade de conversar com ela também. Mas havia trabalho a ser feito, então foi até a mesa do canto oposto, que não era visível do bar e pegou seu caderno.

Mesmo se Harry achasse um meio de fazer Lauren vender o SummerSun, a transação levaria semanas ou meses para ser concretizada. Até lá, a vida prosseguiria.

Foi pensando nisso que Camila retomou seus planos. Primeiro, um anúncio no jornal da cidade divulgando os almoços do salão, incluindo um cupom de dez por cento de desconto para os fregueses na primeira semana. A seguir, um anúncio classificado para contratar um garçom. Era indispensável. Ela havia descoberto, no almoço do Clube das Sexagenárias Felizes, que não dava para o serviço.

Quando começou a elaborar o texto do anúncio, pôs-se a devanear e as anotações transformaram-se em rabiscos. Lauren estava no bar, a menos de quinze metros de distância. Evitara encontrá-la ou conversar com ela, mas não conseguia evitar as lembranças da noite anterior.

Fazer amor com ela tinha sido maravilhoso... E isso a deixava morta de pavor. Parecia-lhe impossível ter chegado a sentir tal arrebatamento em relação a Lauren. Mas sentira, e tão forte que chegava a doer. Para o seu próprio bem, precisava tirar aquelas lembranças da cabeça. Com grande determinação, Camila tratou de voltar ao trabalho. Os anúncios tinham de ser redigidos, e sem perda de tempo. Não podia deixar que a imagem de Lauren Jauregui a impedisse de cumprir suas tarefas.

Estava quase terminando o serviço, quando sentiu uma mão em seu ombro.

O toque sobressaltou-a. Ergueu os olhos e viu Lauren diante de si.

- Não se aproxime mais desse jeito sorrateiro - reclamou ela.

- Mal-humorada, hein? - Lauren puxou uma cadeira e se sentou ao lado dela. - Você foi sorrateira esta manhã, quando saiu do meu quarto.

Ela sentiu o rosto ficar quente.

- Não queria acordá-la - falou, sem muita convicção.

- Estava embaraçada, não é?

Seus olhos se encontraram. Lauren estava séria, mas ela não conseguia ler o que se passava em sua cabeça.

- Sim, estava embaraçada... e envergonhada pelo meu comportamento.

- Envergonhada? - Ela parecia sinceramente surpresa - Envergonhada porque fizemos amor?

- Psiu, fale baixo! Alguém pode escutar. - Hesitou por um longo momento, então explicou: - Não fui ao seu apartamento para... para aquilo. Não queria que acontecesse. Eu só...

- Só se deixou levar? - perguntou Lauren em tom suave.

- É, isso é um tipo de... loucura. Você mesmo disse que eu estava agindo como uma maluca.

Uma expressão de perplexidade passou pelo rosto de Lauren e logo foi substituída por um olhar tão frio e duro quanto suas palavras:

- Então fazer amor comigo foi um ato de loucura, algo que jamais queria que acontecesse, algo que não desejava de verdade?

- É... isto é... mais ou menos - gaguejou ela.

Ela se inclinou em sua direção.

- Para mim não foi assim, Camila. Foi excitante e espontâneo. Eu gostei de cada minuto. Não me arrependo nem um pouco, mas você parece que sim.

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