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Camila enrolou as pernas em torno dela e ergueu os quadris para unir ainda mais seus corpos. Estavam totalmente concentradas no ato de amor, cada movimento as aproximava mais e mais da satisfação.

Em poucos minutos, era chegado momento pelo qual tanto ansiavam. O clímax veio com tamanha intensidade que fez o tempo parar, atravessou espaços e alcançou a eternidade. Lauren e Camila continuaram agarradas, quentes e molhadas, unidas numa felicidade além de tudo o que poderiam ter imaginado.

- Lauren... - murmurou ela, depois de algum tempo.

- Eu sei - ela sussurrou. - Eu sei.

Estavam imóveis, quietas, em perfeita paz.

- Ah, Lauren...

- Ainda tenho de sair? - ela brincou.

- Sair?

- Não se lembra?

- Não - respondeu ela com sinceridade, porque naquele estado de delicioso torpor não conseguia se lembrar de nada.

- Que bom. Vamos esquecer tudo e preservar este momento.

- Sim - concordou ela, sem saber muito bem o que Lauren queria dizer. O tempo, naquele instante mágico, parecia não ter começo nem fim.

Camila estremeceu levemente e Lauren puxou as cobertas para que pudessem se aninhar entre os lençóis. Antes de adormecer, ela sentiu-a passar os braços ao redor de seu corpo, num abraço repleto de ternura.

Com um sorriso. Lauren ajeitou-a de encontro ao peito, tentando prolongar ao máximo aquele prazeroso contato físico. O ato de amor entre as duas fora tão inesperado, tão milagroso que ela tinha medo de deixar o momento passar. Afastou as mechas de cabelo que teimavam em cair sobre o rosto dela. Sentia afeição e desejo, mesclados a uma estranha confusão. Desejava-a desde a primeira vez em que a vira: agora que tinham feito amor, esperava que tudo fosse ser diferente entre elas... embora não soubesse muito bem como essa mudança iria ocorrer.

Adormecida, Camila parecia jovial e vulnerável, completamente diferente da megera alucinada que invadira seu apartamento. Ela a tirava do sério, em todos os sentidos.

Lauren riu para si mesmo. Ajeitando-se melhor sobre o colchão, fez com que a cabeça de Camila repousasse em seu ombro. Não tinha a menor idéia de como ela iria reagir quando chegasse a manhã. Afinal, tratava-se de uma mulher geniosa e imprevisível. Assim, só lhe restava aguardar.

Quando Camila acordou, a perna de Lauren descansava possessivamente sobre a sua e o braço dela lhe envolvia a cintura. Ficou imóvel, contendo a respiração e rezando para que ela não abrisse os olhos, rezando para poder escapar sem ter de encará-lo à luz do dia.

Por fim, Lauren se mexeu e virou. Como um caranguejo, Camila recuou para a beirada da cama, escorregou para o chão e apanhou suas roupas. Cada peça que recolhia aumentava sua sensação de embaraço: o sutiã, a calcinha, a blusa que ela lhe arrancara pela cabeça, o short amarrotado. Relembrou intensamente o momento em que tinham feito amor. Podia sentir o calor da boca de Lauren em seu seio e as mãos dela acariciando-a. Sentiu a cabeça rodar enquanto as imagens iam passando. Que demônio havia se apossado dela, para que fosse parar na cama de Lauren Jauregui?

Atravessou o quarto na ponta dos pés. Ela e Lauren teriam de conversar sobre o que acontecera, mas não agora. Precisava de algum tempo sozinha para pensar que diabo iria fazer.

Duas horas mais tarde, depois de um banho, várias xícaras de café e uma troca de roupas no barco, Camila seguiu a caminho de Cypress Key. Felizmente, o barco ficara mais fresco no começo da manhã e assim, pudera pensar com calma, fazer um diagnóstico do problema e chegar a uma solução, Lauren despertara nela uma anomalia latente que só podia ser um tipo de insanidade. Lauren lhe dissera que estava agindo como uma maluca quando chegara ao seu apartamento, e era verdade. Só que essas "crises de loucura" somente se manifestaram depois que ela conhecera Lauren Jauregui. Uma maluquice que a fizera permanecer em Cypress Key para dirigir um restaurante caindo aos pedaços. E então a empurrara para a cama dela.

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