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Lauren olhava pela janela de seu quarto, vestida só com um short. Depois virou-se e olhou para Camila, que acabara de despertar.

— Você não fugiu. — Havia um indisfarçável alívio em sua voz.

Camila se sentou, cobrindo-se com o lençol. O sol que entrava pela janela estampava um padrão colorido no chão e realçava os cabelos revoltos dela.

— Eu estava… Estava… satisfeita demais para fugir. — Abraçou-se ao lençol para ter certeza de que lhe cobria completamente os seios.

— Não precisa se esconder — Lauren falou, com ternura.

— Acho que fico tímida à luz do dia. Além do mais, você está em pé e vestida…

— Ora, é o mesmo um short. E continuo sem camisa, apenas com um top e sem sapatos, como antes.

— De qualquer jeito, ao menos está… apresentável. Eu ainda estou aqui, nua e sem fazer nada. — Camila ajeitou os travesseiros atrás de si e refugiou-se neles alegremente.

— É assim que gosto de você. — Lauren se sentou na borda da cama. Mais uma vez, notou que ela puxava o lençol para se cobrir. — Camila, não pode ficar envergonhada na minha frente. Não depois da noite passada.

Ela se inclinou e beijou-lhe o ombro nu. Camila era encantadora. Chegara a dizer que a amava na noite anterior. Sim, era uma mulher bela e apaixonada… que não devia se apaixonar assim, tão cegamente. Não sabia nada sobre ela. E havia muito a saber.

Lauren virou a mão dela e beijou-lhe a palma. Então se lembrou:

— Trouxe o café da manhã. — Na mesinha de cabeceira havia uma bandeja. — Café. E bolo do casamento.

Camila riu.

— Claro! Por que não comer bolo de casamento no café da manhã?

— Coloquei açúcar e um pouco de leite no seu café. — Ela estendeu-lhe a xícara. — Foi um palpite. Talvez prefira preto.

— Não. Gosto assim mesmo, com “açúcar e um pouco de leite”. — Abriu a boca, enquanto ela lhe levava uma garfada de bolo aos lábios. — Você bem que podia estar sempre comigo, para servir o café na cama.

— Gostei da idéia. — Lauren ficou observando-a saborear o café da manhã.

— E você, não come nada? — perguntou ela, entre duas garfadas.

— Já tomei um cafezinho. Por enquanto, é o suficiente.

— Você parece saber muito sobre mim. — Camila deu um gole no café. — Como gosto do meu desjejum, por exemplo.

— Alejandro me contou muita coisa a seu respeito. Isso não inclui bolo no café da manhã, é claro, mas sinto como se a conhecesse. Com certeza, bem melhor do que você me conhece.

Camila viu algo em seu rosto que não compreendia.

— Qual é o problema, Lauren?

— Precisamos conversar.

O maxilar dela cerrou-se e seu rosto pareceu contrair-se. Levantou-se de súbito e foi até uma cadeira ao pé da cama.

Ela largou a xícara na mesa, com uma expressão preocupada.

— A noite passada… houve algo de errado?

Lauren sacudiu a cabeça com veemência.

— Não. Camila, não houve nada de errado. Tudo foi muito bem. Esse é o problema.

Camila sentiu uma pontada no estômago. Lauren não lhe falara de amor naquela manhã e nem mesmo na noite anterior, quando estavam tão envolvidas uma com a outra. Mas ela lhe falara da sua paixão e agora tinha medo de que Lauren não a quisesse mais por causa disso.

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