✴️ Capítulo 45 ✴️

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 No final daquele dia, ao anoitecer, o meu pai finalmente apareceu. Ele estava com uma aparência tão cansada, que eu nunca pensei que ele poderia estar. Achei tantas vezes, que ele poderia estar se esbaldando com alguma outra família, que não conseguiria pensar que ele pudesse estar daquele jeito. Droga! Você e a sua mania de ser cabeça fechada Katarina; o seu pai estava sofrendo e você só havia piorado, quando ficou o ignorando e o criticando por não saber a verdade. Ele tinha sido um grande homem, não só por ele ter assumido a minha mãe; mesmo ela estando grávida de outro; como também um excelente pai, nos mostrando valores e princípios que sempre deveríamos ter. E apesar de tudo que ele já passou, em nenhum momento ele havia aberto a boca, para poder falar do segredo da mamãe. Era honrada, essa sua atitude.

— Ai, pai! Eu não sei nem o que falar... me desculpa! — Sinto as lágrimas invadirem o meu rosto, ao ver ele se aproximando com aquela aparência.

Ele também começa a chorar e me abraça apertadamente. Ficamos ali, abraçados por um tempo, esperando que aquele gesto pudesse falar mais do que gostaríamos. Foram o quê, quase 2 anos sem nos falar direito? Era tanto tempo, que só havia se intensificado com o passar dos meses. Ele tentou nos procurar, logo depois que saiu de casa, mas eu não quis. No entanto, ele ainda ficou mantendo contato com as meninas e a mamãe, mas a minha raiva era tanta, que eu não queria vê-lo; eu o culpava por tudo. Porém, depois de todos aqueles anos, eu não entendia por que ele havia ficado com uma aparência tão mal daquele jeito. A sua barba estava enorme e branca, assim como o seu cabelo, que estava bem maior do que o normal. Nós nos afastamos um pouco, sugando o nariz e eu decido falar primeiro.

— Pai, como você está? Você está magrinho. Não está se cuidando, é isso? Está doente? — Pergunto preocupada, ao me lembrar da sua diabete.

— Não meu amor! Eu estou bem... É só que eu decidir largar a pose de bom moço e ser mais despojado. Estou correndo, deve ser por isso que perdi alguns quilinhos! — Ele diz de forma leve, como se estivesse brincando comigo; mas eu sabia que ele ainda estava muito mal, com o término do relacionamento dele com a mamãe. Agora, vendo-o pessoalmente, era muito mais fácil identificar isso. Mas eu não iria tocar no assunto.

Assim, nós conversamos sobre como ele estava vivendo e o que nós havíamos feito, durante todos aqueles meses que não havíamos nos falado

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Assim, nós conversamos sobre como ele estava vivendo e o que nós havíamos feito, durante todos aqueles meses que não havíamos nos falado. E sem conseguir evitar, eu lhe perguntei como ele estava levando aquela situação, onde a mamãe agora estava namorando com o Henrique. Ele, por incrível que pareça, não se escondeu, dizendo que não sentia mais nada por ela, mas também não me disse que os verem juntos, o machucava. Pois, embora ele ainda a amasse muito, sabia que não tinha como combater com o amor deles dois. Um amor que se mantinha vivo após 26 anos, não é fácil de se destruir. Disse que foi difícil aceitar aquilo, mas que hoje não a culpa, por ela amar tanto alguém, pois ele mesmo ainda amava; e que com tudo isso, ele ainda estava aprendendo a lidar com essa perda.

E com uma insegurança de criança, de que ele ainda pudesse não ter me considerado como filha em algum momento da sua vida, eu lhe pergunto sobre isso e ele logo me corta.

Sr. Collins - Descobrindo o seu mundo (2° Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora