✴️ Capítulo 34 ✴️

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Dizer que carregar uma barriga de quase 7 meses, era fácil, eu diria que nem um pouco; e quem se atrevesse a dizer que sim, eu daria um belo de um soco na cara e a pediria para andar de um lado para o outro, com uma melancia amarrada na cintura, só para ter uma ideia de como era. Eu odiava, ter que ficar me apoiando em cima das coisas.

Poxa Stellla, você realmente está me causando dores horríveis nas costelas! Daqui a pouco, eu vou ter que acatar o que seu pai vive me dizendo; que é para eu parar de ficar andando por aí e sossegar de uma vez dentro de casa! Porém, eu não perdia uma única reunião das meninas; já estávamos no terceiro mês, que víamos nos reunindo na casa da mamãe, para podermos conversar. A Karina mesmo, já estava bem melhor do que antes; já se sentia muito mais próxima da gente e não via a hora dos nossos encontros chegarem. Ela queria nos relatar o tempo todo, sobre como foi a sua semana; o que significava, que ela também havia voltado a sair com as suas amigas e que agora teria sempre o que nos falar. E era exatamente isso, o que estava acontecendo. Enquanto a Karen ligava para uma pizzaria, aqui do lado, pedindo duas pizzas gigantes; uma de calabresa e outra de mussarela; a Karina me descrevia detalhadamente, sobre como a sua amiga Rebecca, a santinha, tinha passado a usar minissaias pretas provocantes, sendo essas de forma atrevida.

- Você não viu como o Caio olhou para as pernas dela, Kat! Parecia que ele já queria as devorar, só por elas serem tão compridas e esbeltas. Que droga, eu jamais terei pernas iguais aquelas! - Ela se recrimina, um pouco exacerbada e cortando alguns pedaços de banana, para o Fondue que estávamos fazendo.

Imediatamente, eu toco nas suas mãos e a faço parar, para poder me olhar e me ouvir.

- Nina, você não precisa ficar pensando nisso agora! O fato do Caio olhar para as pernas da Rebecca desse jeito, não quer dizer que ele goste realmente dela, como pessoa. Homens são babacas mesmo! Porém, isso também não quer dizer, que você deva fazer o mesmo que ela, para conseguir a atenção deles. Se algum menino for gostar de você, tem que ser pelo o que você é, não só pelos seus atributos! - Ergo bem as sobrancelhas, para enfatizar aquele ponto; e ela parece ter me entendido.

Eu, dando conselhos amorosos?! Quem diria, hein? Já vai treinando aí Katarina, pois agora você está esperando uma menina e que com certeza, vai ter que passar por isso com ela também. Reviro os meus olhos, ao pensar no que o Dylan irá achar disso, quando esse dia chegar. Calma, Kat! Ainda tem muito tempo, daqui para lá.

Por fim, eu ajudo a Karina a colocar algumas das frutas nas vasilhas de porcelana e as levamos para sala; para junto da mamãe, que estava organizando algumas coisas em cima da mesinha de centro. Ela já havia ido para lá, levando a calda de chocolate e alguns pratos com guardanapos, para a gente poder comer. A Karen rapidamente desliga o seu telefone e diz que daqui a pouco, as pizzas estavam chegando. A sua barriga estava enorme, daqui a pouco o meu sobrinho iria nascer e ela ainda continuava usando aquelas suas mãos nas costas, como se fossem a sua forma de apoio. E eu vivia mangando dela, por ela andar daquele jeito para cima e para baixo, parecendo uma velha; e ela sempre me rebatia, dizendo que eu iria ficar do mesmo jeito, quando a minha filha estivesse prestes a nascer. Só que não, eu tinha classe querida! Eu brincava lhe respondendo isso e sempre acabávamos nos risos.

Assim, nos sentamos no sofá da sala e começamos a falar sobre coisas aleatórias do nosso dia a dia; até que as meninas, a Karen e a Karina, me falaram como foi o encontro delas com o papai. Eu não queria saber de nada, mas elas me falaram mesmo assim. Disseram que ele estava se sentindo muito mal, por ter saído da nossa casa daquele jeito, na época. Ele estava tão estressado e frustrado com algumas coisas, que não havia conseguido pensar direito nas suas ações. Porém, disse que queria muito me pedir desculpas e dizer o quanto me amava; os meus olhos até lacrimejaram um pouco, quando elas me falaram sobre isso, mas eu me mantive forte. Eu não iria aceitar aquelas suas desculpas numa boa. Nem a mamãe e nem o papai, haviam nos dito o que realmente tinha acontecido, para eles terem se separado daquele jeito, tão repentinamente; apenas nos disseram, que agora teriam que seguir caminhos diferentes; Com tudo, ele foi o único, que foi embora e que não nos procurou e nem nos ajudou por um bom tempo. E a mamãe sempre esteve aqui, firme e forte se virando para nos ajudar e nos sustentar. O que ele tanto tinha na cabeça, para ter nos abandonado daquele jeito? Eu digo, uma outra família. Nada me tirava desse pensamento.

Sr. Collins - Descobrindo o seu mundo (2° Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora