✴️ Capítulo 31 ✴️

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Com toda a correria da minha mudança e a da Karen, a mamãe ultimamente, estava se sentindo muito sozinha naquela casa. Vivia dizendo, que a Karina era a sua única filha que ainda não havia lhe abandonado. E sempre que ela dizia isso, era entre um choro ou outro, quando eu passava pelas manhãs na sua casa, para ainda vim buscar algumas das minhas coisas no meu quarto. O meu coração sempre se apertava, quando eu lhe via daquele jeito. Eu até podia imaginar, o quanto ela devia estar sofrendo com tudo aquilo, mas eu também estava. Nós quatro, eu, minhas irmãs e a minha mãe, sempre fomos muito unidas; nunca havíamos nos separado por tanto tempo assim. Essa, era a primeira vez, que estávamos sentindo de verdade o peso do distanciamento.

Aquilo era dilacerador, mas sair de casa, nem sempre era sinônimo de que iriamos perder o contato. Eu iria estar aqui sempre que possível, tanto nas minhas folgas, quanto nos finais de semana; e eu tenho certeza, que a Karen também estaria. A gente não iria abandoná-la, isso era meio que impossível; sem falar, que a Karina também estava precisando da gente, pois, a mamãe disse, que agora ela só vivia amuada pelos cantos, sem querer fazer mais nada da sua vida. As suas notas eram boas, mas o seu convívio social, havia diminuído bastante nesses dias.

Por isso, eu uma das minhas idas para a sua casa, eu lhe disse que iria falar com a Karen, para ver se conseguíamos marcar pelo menos uma vez na semana, um encontro das mulheres. Sei que isso iria animá-la. A mamãe acho ótimo, pois isso iria fazê-la se sentir mais próxima da gente novamente.

Outra novidade, era que o nosso pai havia começado a ligar, querendo saber como é que a gente estava e se poderia marcar um encontro com as suas filhas; dizia que estava morrendo de saudades. Eu não acreditava nele. Ele teve esse tempo todo para vim atrás da gente e não veio, por que ele estaria fazendo isso agora? Não, eu não iria me encontrar com ele. Se a Karina e a Karen quisessem ir, tudo bem; mas eu não iria. O fato dele nos ter trocado por uma outra família, me dizia totalmente ao contrário. No fim, a minha mãe aceitou, mas me disse que eu não deveria tratar o meu pai daquele jeito; ele realmente nos amava. Eu, no caso, preferir não discutir com ela, pois sempre que entravamos nesse assunto, a gente acabava brigando.

Assim, eu subir para o meu quarto e peguei as minhas cartas, as que eu havia deixado guardadas na minha escrivaninha, juntamente com alguns papéis, que eu também fiquei de analisá-los mais tarde, para ver quais deles ainda prestavam. Joguei tudo na minha bolsa e me encaminhei para o carro do Dylan. Ele estava lá fora, me esperando para irmos para mais uma consulta do pré-natal; porém, sendo essa a primeira em que ele estaria me acompanhando. E eu nem estava ansiosa com isso!

Dei um abraço bem forte na minha mãe e tentei lhe tirar um pequeno sorriso, pois eu não gostava de ficar daquele jeito com ela. E foi então, que eu lhe disse, que ela estava perdendo uma oportunidade de ouro, de poder ficar mais à vontade com o Sr. Henrique; ela só precisava olhar aquela situação por um outro ângulo.

— A senhorita, dona Kátia! Bem que já poderia chamar o Henrique, para vim morar aqui com a senhora, não acha?! Essa casa anda tão vazia, que um membro a mais, já iria fazer uma grande diferença nela! — Dou uma batidinha com o ombro e lhe exibo um sorriso malicioso. Sei que ela já estava toda derretida por ele!

Embora ela nunca tenha me dito, sobre o seu caso com o Sr. Henrique na adolescência, eu sabia que essa chama entre eles, ainda não havia se apagado; dava para ver quando se olhavam. Além disso, o Henrique vivia dormindo por aqui; eles só iriam oficializar o relacionamento deles.

Logo, a mamãe me dá uma tapinha na bunda, como se eu ainda fosse uma criança e me diz, que eu estava virando uma menina muito "maluvida"; mas eu sei, que eu tinha conseguido acender uma pequena fagulha na sua cabeça. Ela não iria admitir isso, mas eu sabia que iria analisar a possibilidade! Assim, me despeço dela entre risos e vou me encontrar com o meu amor.

Sr. Collins - Descobrindo o seu mundo (2° Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora