✴️ Capítulo 47 ✴️

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Acho que o fato de eu ter cuidado das minhas irmãs quando elas ainda eram crianças, tinha me feito adquirir de alguma forma um pouco de experiência; pois, cuidar da Stella nesses 2 primeiros meses, não tinha sido tão difícil quanto eu imaginei. Ela era um amor de menina, mal me aperreava, mas quando ouvia a voz do Dylan, sempre se propulsava a chorar até ele poder lhe pegar nos braços. Quando eu lhe digo que estava dando manha, ele diz que ela só estava com saudades do papai dela. Reviro os meus olhos, por ele ser tão ingênuo assim com a nossa filha. Mas eu também não tinha do que reclamar, o Dylan lhe dava todo o amor e a atenção que era necessária. Acho que ele queria compensar de alguma forma, o que ele não tivera com o seu pai! Aquele sentimento ainda estava lá, enraizado no seu coração, tentando sempre mostrar que pode ser melhor do que ele. Mas o que o Dylan não conseguia perceber, é que ele sempre foi melhor do que o seu pai, não precisava ficar se comparando a tal pessoa.

E nesse momento, eu estava sentada na nossa mesa de jantar, mexendo no meu notebook e fazendo os últimos ajustes da obra da clínica de estética da Lorena. O nosso projeto estava indo de vento em popa, estava quase tudo pronto. E durante algumas reuniões, em que o Guilherme e a Lorena vinham aqui em casa, para podermos debater sobre alguns assuntos da obra, eu pude perceber que a rixa que havia entre eles, havia decidido dar uma trégua. Menos mal, não é?! Porque eles se engalfinhando, se tornava impossível trabalhar com eles.

Como eu ainda estava de licença à maternidade e o Henrique estava abrindo aos poucos o restaurante, eu decidi me dedicar ao máximo ao meu projeto do TCC. Quanto antes eu terminasse ele, era melhor; eu não queria ficar sobrecarregada, quando esse meu tempo acabasse. E sobre o incêndio, havíamos descoberto que ele havia sido criminoso, ou seja, proposital. E todos nós de casa, sabíamos quem poderia ter causado isso tudo. O Jonas! Não queríamos acreditar que ele tenha sido capaz de tamanha crueldade, para poder fazer uma coisa dessa. O que será que tanto o corroía por dentro? O fato de ter sido demitido pelo o Henrique ou por ter sido negado por mim? Não é possível, que só isso o tenha o motivado. Ele não pode ser tão louco assim?

O Henrique e o Dylan, haviam contratado alguns detetives para poderem encontrar o Jonas; pois desde que havíamos descoberto que o incêndio havia sido criminoso e que também suspeitávamos dele, que ele havia dado um jeito de sumir do mapa. Eu também lhes contei, sobre o outro dia que o havia lhe encontrado na parada de ônibus e que ele me disse, que estava trabalhando em algum lugar ali perto do Albero. Porém, isso de nada lhes adiantou, porque eles haviam descoberto que aquilo era tudo mentira. O bandido de uma figa, havia mentido para mim e estava me seguindo o tempo todo! Não era atoa, que eu sempre me sentia sendo vigiada. E agora em uma ligação com o Henrique, ele acaba de me confirmar o que já sabíamos.

Ligação on ---------------------------------------------------------

- Isso, piccolo! Os policiais acabaram de me ligar e de me confirmar, que as digitais que haviam encontrado na fechadura da cozinha, eram dele. - Ele solta o ar bufante, como se estivesse cansado daquilo tudo. O restaurante estava se reerguendo novamente, mas todos esses acontecimentos dos últimos meses, além de terem lhe causado um grande desfalque financeiro; também estavam lhe esgotando tanto fisicamente quanto psicologicamente. - Interrogaram também todos os outros funcionários, Kat! Descobriram que a Sheila, uma das meninas que também serviam as nossas mesas, estava tendo um caso com ele, com o Jonas. E era ela, quem lhe passava todas as informações lá de dentro. - Ele suspira fundo mais uma vez e diz. - Sinceramente, eu não sei mais em quem confiar dentro da minha própria empresa, parece que todos ali, querem fazer um complô contra mim!

- Calma Henrique, a gente vai dar um jeito! Agora que os policiais já sabem que foi o Jonas, ele não vai ter como escapar dessa novamente. - Tento tranquiliza-lo. Desde que havíamos descoberto o nosso parentesco, que havíamos nos aproximado muito mais com isso. Essas ligações no meio da tarde, haviam virado rotineiras. Queríamos ter uma ligação mais forte, do que a que tínhamos antes, e eu gostava disso. E assim, eu continuo. - Olha, depois eu posso ir aí, para podermos pensar em algum tipo de filtragem, para selecionarmos os nossos funcionários... Podemos ver quem ainda se enquadra melhor nos cargos do restaurante e quem vem demonstrando não ter nenhum tipo de aptidão para isso, ou até mesmo, quem vem demostrando algum descontentamento no trabalho... E acredito que assim, veremos quem realmente quer e merece o emprego! Não acha?! - Tento de alguma forma lhe dar alguma sugestão e lhe animar. Eu não gostava de lhe ver desse jeito, ele sempre me botava para cima e me fazia enxergar um outro ponto de vista da situação. -Ainda encontraremos alguma solução, pai! Não desamine...

Sr. Collins - Descobrindo o seu mundo (2° Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora