Ir ou Ficar?

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O filho de Anne fez do jeito que sua mãe havia pedido. Entregou o bilhete a Violet e mandou entregar a Emily. A menina assim o fez, e para supresa de sua mãe, o bilhete era um pedido de ajuda.

"Emily, sei que lhe disse palavras horríveis, mas quero me desculpar, eu estava muito confusa e o Adam me manipulava a acreditar que só ele queria meu bem. Hoje entendo o que de fato ele queria. Mas eu preciso de sua ajuda. Ele me trouxe para um lugar no meio do nada e me obriga a ficar sempre dentro de casa, e pegou meu celular. Não quer que eu tenha contato com ninguém. Enfim, consegui lembrar de tudo, mas já não posso mais voltar atrás. Eu preciso que me ajude, temo pela minha vida e pela vida dos meus filhos. Peço que mande um telefone por Jonathan, assim posso tentar me localizar e entrar em contato com uma pessoa. Só tenho você para me ajudar. Espero que entenda tudo que fiz e faço."

Emily gelou ao ler tais palavras. Apesar de ainda estar muito magoada e ainda tentar assimilar tudo o que sua amiga escreveu, ela tinha a certeza que precisava ajudar. Logo tratou de providenciar um celular, e explicou o que Violet precisava fazer.

               ......Florença-Itália......

Don: Buongiorno amore mio! (Deposita um beijo suave em seus lábios) Dormiu bem?

Meryl: Maravilhosamente bem! Não quero voltar para casa. Podemos ficar para sempre aqui? (Diz cobrindo o rosto com os lençóis)

Don: Eu bem que queria, mas precisamos voltar para a realidade.

Meryl: Estou feliz em poder voltar para casa e para nossos filhos. Estou morrendo de saudades deles. (O encara)

Don: Além do mais temos que ir nos preparando porque em breve seremos avós. E que avó linda nosso neto terá...

Meryl: Você sempre diz isso.

Don: Fazer o quê se é a realidade? Para mim você é a mulher mais linda de todo o universo. (Ela sorri docemente e ele a beija)

Meryl: É melhor nos apressarmos, ainda temos que visitar aquela galeria que você tanto queria ver. Vou tomar um banho. (Levanta da cama e vai até o banheiro)

Meryl começou a tomar seu banho, e logo depois que Don fez o pedido do café da manhã, ele pegou um de seus livros para ler. Sua concentração foi quebrada pelo som alto do toque do celular de sua esposa. Foi até a mesinha de centro e olhou na tela na esperança que fosse um de seus filhos. Porém não reconheceu o número e deixou tocar. Antes de voltar para sua leitura, o número retornou a ligação. "Deve ser alguém importante para continuar insistindo." concluiu. Atendeu.

Don: Alô! Quem está falando? (O silêncio permaneceu. Ninguém ousava responder) Quem está falando? (Dava para ouvir a respiração do outro lado da linha) Olhe, eu vou desligar.

****: Não. Espere! Eu quero falar com Meryl. Ela está?

Apesar de demorar um pouco para assimilar aquela voz, ele por alguma razão tinha certeza que já ouvira antes, depois de um tempo enfim reconhece.

****: Alô, está me ouvindo? Alô? Alô?

Seu coração erra as batidas. "E agora o que fazer?". No impulso, desligou. Rapidamente apagou o número da lista de ligações. Colocou o celular novamente na mesinha e sentou na cama.

Meryl: Aproveitei para hidratar os cabelos. A água está uma delícia. (Diz saindo do banheiro) Don, está tudo bem? (Ele vira ficando de frente para ela)

Don: Está sim. Eu estava pensando no que eu tinha lido aqui no livro. Bom, vou tomar um banho rápido. O café já deve estar chegando. (Foi tomar banho)

Tomou um banho rapidamente, saiu e para sua sorte Meryl estava na varanda tomando seu café enquanto admirava a linda vista. Ele olhou novamente para o celular que estava no mesmo local que havia deixado e suspirou aliviado. Don foi até sua esposa e lhe abraçou por trás, ela por sua vez deitou sua cabeça no ombro dele.

O Silêncio Das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora