Hoje não é dia de passar vergonha

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Lee Felix

Sabe quando você troca de roupa várias vezes mas nada parece bom o suficiente? Estou começando a questionar se o problema são minhas roupas que não servem para ir num encontro ou se sou eu que não sirvo mesmo. O que eu estou falando? Não é nem um encontro, ou é? Eu não faço a menor ideia.

— Chan, essa roupa está boa?.– Pergunto.

— Felix, é décima vez que você pergunta isso.– Ele revira os olhos.– Vai esperar eu falar que está boa 'pra você ir trocar de novo?.

— Só responde se essa serve, eu preciso impressionar o Changbin.

— Amigo, ele já te viu de pijama, descabelado, com olheiras e preciso lembrar que você nem tinha escovado os dentes ainda.

— Não me lembra desse dia, eu me arrependo até hoje daquilo.

Vou explicar essa história para vocês, o dia que eu passei a maior vergonha do mundo. Eu sei, quando eu não passo vergonha, não é?.

Alguns meses atrás o Chan havia chamado o Changbin 'pra vir em casa jogar videogame, só que o bonito não me avisou então quando eu escutei alguém batendo na porta as 08:30 eu pensei que fosse o vizinho rabugento vindo reclamar do meu cachorro que fica estragando o quintal dele, eu não tenho nenhum cachorro mas o vizinho insisti em dizer que sim. Voltando à história trágica, eu atendi a porta do jeito que eu estava mesmo porque eu não ia me arrumar para escutar o vizinho reclamando, aí quando eu me deparei com aquela divindade senti que se eu tivesse alguma chance com o Changbin elas haviam acabado ali mesmo.

Meus amores, eu estava com um pijama rosa de unicórnios, UNICÓRNIOS, nem tinha encostado no meu cabelo que parecia um ninho de pássaro muito mal feito, naquele tempo eu andava sofrendo com insônia então preciso nem dizer que parecia que eu tinha levado um soco nos dois olhos. E a cereja do bolo, eu não tinha nem escovado os dentes.

Não me julguem, era sábado de manhã, não era nem para mim ter acordado aquela hora. Ok, vocês vão perguntar agora o que eu fiz, certo?

Como uma pessoa muito madura e com ideias bem adultas eu resolvi que a melhor opção era sair correndo, e foi isso que eu fiz. Deixei o Changbin plantado na porta e corri para o meu quarto, a sorte é que não demorou para o Bang Chan perceber que o Chang tinha chegado e os dois ficarem a tarde toda na sala.

E eu desci do meu quarto depois daquela cena ridícula? Óbvio que não, não adianta o quanto eu me arrume, o Changbin já tem minha imagem destruída na cabeça.

— Felix, você está lindo.– Chan me elogia. Momentos raros que acontecem há cada 100 anos.

— Certeza? E se o Changbin não gostar?.

— Amigo, se ele gosta de você, ele não vai se importar com o que você está usando.– As vezes o Chan fala coisas inteligentes.– Até porque com essa sua cara roupa nenhuma melhora.– Retiro o que eu disse.

— Obrigado, você é um ótimo amigo.– Digo sarcástico e ele me abraça.

— Boa sorte, quando voltar quero saber de todos os detalhes da sua vergonha.

— E quem disse que eu vou passar vergonha?.– A resposta é: Todo mundo, inclusive eu mesmo.

— Felix, você vive passando vergonha, hoje não vai ser diferente.

— Assim você me acalma muito, obrigadão.

— Foi nada, já é 19:40.– Ele avisa.– Melhor já ir indo.

— É mesmo, beijos.

— Beijos, se você estragar tudo me liga.

Ele realmente não acredita na minha capacidade de não fazer nada errado, eu também não acredito. Pensem, eu em um restaurante com várias pessoas, inclusive com o amor da minha vida, e um monte de coisas que quebram. As chances de passar vergonha são extremamente altas.

Pego o ônibus que leva até o bairro do Changbin e enquanto não chego fico conversando com o Jeongin. Ele foi ver o Hyunjin hoje e disse que está tudo bem, mas o Hyun ainda se sente um pouco mal mas não está bravo comigo, que alívio!

Eu não consigo nem imaginar como o Hyunjin está mal com isso, imagina como eu ficaria se levasse um fora do Changbin? Provavelmente eu estaria chorando de baixo do meu cobertor rosa questionando se um dia eu vou viver o meu "felizes para sempre".

Chego no endereço do restaurante que aparentemente é muito bonito, entro no estabelecimento e encontro Changbin sentado em um canto mexendo no celular. Jesus, esse homem não é a oitava maravilha do mundo porque é definitivamente a primeira, a cada dia ele se supera mais na beleza.

— Oi, Changbin.– Falo me aproximando.

— Ah oi, pode se sentar.– Ele guarda o celular.– Você pode pedir o que quiser, eu pago.

— Não precisa disso, posso pagar o que eu vou comer.

— Eu sei mas quero pagar, considere como um presente meu.– Eu me apaixonei um pouquinho mais e olha que eu nem sabia que isso era possível.

— Se você insiste, então ok.

Meu Senhor, por tudo que é mais sagrado eu não posso passar vergonha hoje, pelo menos não na frente do Changbin.

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Um jantar nem tão romântico//ChanglixOnde histórias criam vida. Descubra agora