Capítulo 10: Bolinho

18 2 8
                                    

 As meninas estavam almoçando tranquilamente no calor do verão.

— Passa as cenouras?

— Claro, Pô! — Talita.

Depois do almoço cada uma foi para o seu canto. Pocema estava de espacate, brincando com as suas bonecas em seu quarto.

— Onde estão Talita e Lokita? — Disse a boneca da mão esquerda.

— Eu não sei. — Disse a boneca da mão direita.

— Acho que elas foram fazer cocô!

— Impossível!

— Por quê?

— Só tem um banheiro!

— Tem razão, boneca de pano. — Disse Pocema a ela. — Elas não costumam me deixar sozinha por muito tempo.

Então ela largou as bonecas e foi procurá-las no quarto da Lokita. E as duas estavam lá, colocando suas coisas nas mochilas.

— Onde vão?

As duas deram um abraço na Pocema.

— Sinto muito, mas temos que sair para uma reunião. — Lokita.

— Você fica bem, colega? — Talita ficou com dó.

— Fico!

Depois que elas partiram, Pocema retornou para a sua brincadeira.

— Vamos pular de para-quedas? — Dessa vez era a boneca da mão direita.

— Sim!

— Ah! — Pocema jogou suas bonecas de lado e se deitou no chão.

Nem olhando para o teto branco barroco ajudou a tirar seu tédio. Sobrou mexer as pernas furiosamente.

— Vou lá fora!

Até a cidade parecia chata. Nada de interessante!

Apareceu uma mulher tocando guitarra no meio da rua. Surgiu no meio da chatice.

— Olá, moça.

— E aí, garotinha?

— Sua música é legal, mas tá misturada com os carros, então fica como poluição sonora. As pessoas não estão gostando disso.

As pessoas estavam olhando feio para ela.

— Ai, que sacanojo! Por que você foi tão direta?? — Tô magoada!

"Ela não deve ser daqui", Pocema pensou.

— Eu só vim avisar, moça! — Enfim, eu sou Pocema e você?

Ela não disse nada, ignorando sua pergunta.

— Estou com fome.

— Eu também!- Pocema. — Quer comer o quê? Posso lhe ajudar.

Havia um homem vendendo bolinhos.

— Eu não tenho dinheiro.

— Espera. — ela procurou nos bolsos — Eu também não.

— Pega lá, então.

— Mas isso seria roubar!

— São só dois. Não fará diferença.

— Moça, sei que está com fome. Eu posso fazer uns sanduíches lá em casa e trago para cá.

— Quero bolinho. Já senti o açúcar na minha língua!

O Mundo de PocemaOnde histórias criam vida. Descubra agora