A paisagem branca se transformou em noite, e elas entraram no castelo. A rainha foi cumprimentar as meninas.
— Sejam bem-vindas para a festa do ano!
A luz se apagou e começou uma boate do tamanho de um estádio de futebol, mas Pocema não estava com vontade de dançar e saiu pela porta dos fundos.
Ao sair, encostou-se na parede, do lado da porta. Mesmo tão perto da festa, o som estava abafado o suficiente para pensar.
— Sabe que se você não contar que tá ciente de tudo você vem comigo, não é? — A loira apareceu de repente.
Pocema virou o rosto para não olhá-la.
— Tô ciente disso. — Eu vou contar.
A mulher bufou e disse:
— Sua determinação me enoja.
— Obrigada.
— Que tal um abraço?
— Humpf, sem chance.
— Bom, então isso é um adeus. Licença, eu vou onde existem pessoas que não tem toda essa fé. — E foi embora.
Logo Pocema entrou na festa, ligou as luzes e pegou o microfone para falar:
— Desculpe pela interrupção, porém preciso dizer uma coisa! — Uma música triste surge no clima. — Eu sei que esta festa é para a minha despedida. Isso tudo é minha imaginação!
Depois largou o microfone e desceu do palco.
— Como descobriu? — O semblante da Lokita entristeceu-se.
Pocema fechou os olhos por uns segundos e os abriu.
— Entendi, Pocy.
— Eu amo todos vocês! — Queria que fossem reais.
— Na verdade somos, sim! — Lokita se alegrou um pouco. — O cérebro não tem capacidade de criar rostos quando está dormindo. Só estamos "maquiados". — Vai haver sempre alguém parecido com a gente.
— Quase todos. — Disse Talita olhando para baixo.
— Como assim? — Pocema perguntou.
— Nós somos as suas criações. — Disse Lokita. — Você nos fez acordadas. Temos o seu jeito fofo de ser! — Deu um risinho.
— Só que um pouquiiiinho mais exagerado. — Talita quebrou um pouco o clima tenso e todos riram.
Logo em seguida, vieram Porcelana e a Lola Blue de mãos dadas e depois soltaram.
— Nós só temos que agradecer. — Lola Blue.
— Por quê? — Pocema ficou curiosa.
Lola Blue chorava demais, então Porcelana entrou em seu lugar.
— Você foi para uma cantina comer. O moço de lá lhe deu um pastel com achocolatado, e estava muito bom. — Um tempo depois chega uma moça irritada e com a maquiagem borrada de tanto chorar. Ela desabafa com o moço que era amigo dela. Ela estava com dívidas, chefe horrível e só queria que os problemas acabassem.
Quando você ficou em coma, criou a gente inconscientemente.
— Eu não lembro disso.
— Claro que lembra. — Deu uma piscadinha.
— Oh... é mesmo! — Porcelana, deixa eu fazer uma última coisa.
Pocema colocou sua mão no olho dela.
— Minha cicatriz/rachadura sumiu! — Porcelana começou a chorar de alegria. — Você fez a Lola Blue para extravasar todos os sentimentos, sem guardar nada com nada! E eu, bom, eu estou em paz! Como você quis. Eu não sei como eu, ou melhor, nós — Pôs a mão no ombro da Lola Blue. — estamos no mundo real. Mas agradeço assim mesmo, de coração!
— Fico feliz por vocês! — Agora chega de tristeza e vamos dançar! — Pocema secou as lágrimas.
As luzes se apagaram novamente e a festa começou. Dançaram mesmo, como se não houvesse amanhã.
E não teve mesmo porque o lugar tinha começado a tremer e as luzes ascenderam mais uma vez.
— O que é isso?! — Pocema.
— A hora chegou! — Talita.
— Não! Eu não quero ir agora! — Pocema começou a chorar.
Lokita segura o rosto da Pocema e disse:
— Não recue! Esta é a hora!
Talita apontou para o coração da Pocema e disse:
— Não se preocupe. Nós sempre estaremos com você porque — As irmãs falam juntas. — nós somos você!
Pocema riu com um pouco de conforto que recebeu.
— Adeus! — Pocema as abraça fortemente, deixando cair algumas lágrimas.
— Adeus! — disseram ambas, saindo do abraço e Lokita pegou a mão da Talita. — Vai! Não se preocupe com a gente!
Pocema se afastou delas e saiu correndo com tudo se desmanchando, até a paisagem ficar branca, novamente. — Junto com o nada, batia um vento um tanto forte. A corrida parecia não ter fim, até que ela para.
— Dona Branca?
As asas da Dona Branca surgiram.
— Vamos?
— Então você era um anjo esse tempo todo...— Sim, vamos...
— Você está triste?
— Um pouco, mas estou contente por ir onde Deus está. Só tenho que agradecê-lo. — Dona Branca sorriu com o comentário.
Pocema retirou o seu tapa-olho e suas roupas se transformaram em um vestido branco.
— Vamos.
Pocema foi até a Dona branca e subiu no seu colo.
— Hora de irmos.
Dona Branca levantou voo.
* * *
O hospital ganhou mais um falecimento.
— Não! — A Pocema não pode morrer! — Doutor, traz ela de volta!
— Desculpa, garoto. Sua irmã não resistiu.
O garoto segurou a mão da irmã enquanto chorava.
— Nossas brincadeiras vão acabar por aqui?
— Filho, solta a mão dela! — Disse o pai segurando o choro. — Ela morreu!
— Por favor, filho. — A mãe olhava o monitor cardíaco sem coragem de enfrentar a filha morta. — Aceita que a Pocema faleceu...
— MINHA IRMÃ NÃO MORREU!!! — O pai o segurou e o puxou fazendo a criança soltar a mão da Pocema, que caiu, sem vida na maca.
De repente, o monitor cardíaco voltou a funcionar.
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O Mundo de Pocema
FantasySinopse: Pocema é uma menina que vive com duas amigas, Lokita e Talita. A mesma utiliza um tapa olho por motivos misteriosos. Todos os seus passeios tranquilos, acabam virando grandes aventuras! E, por vezes, no meio do caminho, elas tem que lutar...