As três estavam almoçando tranquilamente.
— Eu vi na TV um garoto fazendo um monte de cambalhotas no ar com o seu skate! — Pocema.
— Aposto que ele se esborrachou todo! — Talita.
— Claro que não, Talita. Ele, com certeza, estava de capacete, né, Pocema?
— Sim, estava seguro.
— Mas assim não tem graça. — Talita resmungou.
— Mas não deixou de ser radical! — Pocema.
— Viu, TALITA?! Ainda era radical, acima de tudo!
— Argh! — Talita ficou emburrada.
Mais pela tardezinha, começou a chover.
— Tá chato aqui...— disse Pocema olhando a janela. — Logo hoje nenhum monstro veio.
Talita deu um pulo do sofá e disse:
— Eu posso animá-las! Querem brincar de quê? — Deu outro pulo.
— Sei não, estou com um pouco de fome.
— Prepararei chocolate quente! — Lokita.
— Ótima ideia! — Pocema.
— Argh! — Talita se emburrou de novo.
Lokita foi para a cozinha e as duas foram logo atrás. Ela foi andando e deu um mortal para frente e parou em frente da geladeira e pegou os ingredientes.
— Prontinho!
— Eu posso fazer melhor! — Talita até rangia os dentes de raiva.
Talita andou e deu um mortal para trás e pegou bolinhos no congelador.
Depois ela colocou óleo na frigideira e logo colocou os bolinhos.
— Está muito cheiroso, Talita.
— Obrigada, Pocema! — Deu uma riso vencedor.
— Está indo muito bem, maninha!
— Humpf! Eu sei...manona!
Talita encarava a sua "delicada" culinária rústica pensando.
"Os bolinhos estão cheios de gordura! E se eu jogar água?"
Talita pegou um copo do armário e encheu de água da torneira.
— Talita, não beba água da torneira. — Pocema.
Ela estava levando o copo para a frigideira.
Ambas entenderam agora.
— Talita, NÃO, NÃO, NÃO, NÃO, NÃO!!
A explosão foi tamanha que o teto saiu voando e voltou para o lugar.
Ela estava com a cara toda preta e de olhos arregalados.
— Por que será que eu previ isso? — Pocema ficou pensativa num instante.
Então Talita se virou para elas e a risada foi de imediato. Ela começou a chorar, passando a mão em seu rosto, tirando o pó preto.
— Desculpe por ter rido. — Pocema segura seu riso mais que nunca.
— Pode rir! — Disse Talita se referindo somente para a Lokita. — Você sempre será melhor em tudo!
— Isso não é verdade! — Lokita.
— Você limpa, cozinha, tudo! — Saiu correndo para o seu quarto.
— Me sinto mal.- Pocema — Vamos falar com ela.
— Não. Eu vou sozinha. Preciso resolver isso.
Lokita foi até a porta do quarto da Talita e bateu.
— Licença, estou entrando.
Sua irmãzinha estava agachada, de costas para a porta.
— O que você quer?
— Conversar. — Lokita respirou fundo — Eu sei que está brava, mas...
— Você nem sabe o porquê!
— Depois de hoje, sei sim. Enfim, temos que fazer as pazes.
— "Temos"?! É uma obrigação gostar de você por acaso?!
Lokita se zangou. Essa briga era diferente das outras.
— Eu sou sua irmã mais velha e eu estou mandando! Você não sabe o quanto é duro cuidar de tudo!
— Então você acha que não ajudamos?! Coitadinha de você!
— Não é isso! Sou mais velha, poxa! Tenho quinze anos, tenho responsabilidades!
— E eu?! Eu tenho catorze e Pocema treze! — Temos, praticamente, a mesma cabeça! — Talita caiu no choro.- Eu só quero ser mais forte!
Lokita se sentiu tocada e a abraçou.
— Você tem que parar de ser tão perfeita...— Talita fungava sem parar.
— Não é perfeição. Só queria guardar tudo para mim e esqueço de pedir ajuda. Achando que ser líder é ser tudo. — Vamos parar com essa briga. Somos irmãs e nossa missão é proteger a Pocema.
— É, eu sei.
Pocema olhava tudo com a porta entreaberta.
— Me proteger?
— Somos a mágica e a cartola, para sempre! — Lokita disse com lágrimas caindo. E Talita assentiu com a cabeça.
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O Mundo de Pocema
FantasiSinopse: Pocema é uma menina que vive com duas amigas, Lokita e Talita. A mesma utiliza um tapa olho por motivos misteriosos. Todos os seus passeios tranquilos, acabam virando grandes aventuras! E, por vezes, no meio do caminho, elas tem que lutar...