Capítulo 4: Briga de bailarina

13 2 4
                                    


 As três estavam almoçando tranquilamente.

— Eu vi na TV um garoto fazendo um monte de cambalhotas no ar com o seu skate! — Pocema.

— Aposto que ele se esborrachou todo! — Talita.

— Claro que não, Talita. Ele, com certeza, estava de capacete, né, Pocema?

— Sim, estava seguro.

— Mas assim não tem graça. — Talita resmungou.

— Mas não deixou de ser radical! — Pocema.

— Viu, TALITA?! Ainda era radical, acima de tudo!

— Argh! — Talita ficou emburrada.

Mais pela tardezinha, começou a chover.

— Tá chato aqui...— disse Pocema olhando a janela. — Logo hoje nenhum monstro veio.

Talita deu um pulo do sofá e disse:

— Eu posso animá-las! Querem brincar de quê? — Deu outro pulo.

— Sei não, estou com um pouco de fome.

— Prepararei chocolate quente! — Lokita.

— Ótima ideia! — Pocema.

— Argh! — Talita se emburrou de novo.

Lokita foi para a cozinha e as duas foram logo atrás. Ela foi andando e deu um mortal para frente e parou em frente da geladeira e pegou os ingredientes.

— Prontinho!

— Eu posso fazer melhor! — Talita até rangia os dentes de raiva.

Talita andou e deu um mortal para trás e pegou bolinhos no congelador.

Depois ela colocou óleo na frigideira e logo colocou os bolinhos.

— Está muito cheiroso, Talita.

— Obrigada, Pocema! — Deu uma riso vencedor.

— Está indo muito bem, maninha!

— Humpf! Eu sei...manona!

Talita encarava a sua "delicada" culinária rústica pensando.

"Os bolinhos estão cheios de gordura! E se eu jogar água?"

Talita pegou um copo do armário e encheu de água da torneira.

— Talita, não beba água da torneira. — Pocema.

Ela estava levando o copo para a frigideira.

Ambas entenderam agora.

— Talita, NÃO, NÃO, NÃO, NÃO, NÃO!!

A explosão foi tamanha que o teto saiu voando e voltou para o lugar.

Ela estava com a cara toda preta e de olhos arregalados.

— Por que será que eu previ isso? — Pocema ficou pensativa num instante.

Então Talita se virou para elas e a risada foi de imediato. Ela começou a chorar, passando a mão em seu rosto, tirando o pó preto.

— Desculpe por ter rido. — Pocema segura seu riso mais que nunca.

— Pode rir! — Disse Talita se referindo somente para a Lokita. — Você sempre será melhor em tudo!

— Isso não é verdade! — Lokita.

— Você limpa, cozinha, tudo! — Saiu correndo para o seu quarto.

— Me sinto mal.- Pocema — Vamos falar com ela.

— Não. Eu vou sozinha. Preciso resolver isso.

Lokita foi até a porta do quarto da Talita e bateu.

— Licença, estou entrando.

Sua irmãzinha estava agachada, de costas para a porta.

— O que você quer?

— Conversar. — Lokita respirou fundo — Eu sei que está brava, mas...

— Você nem sabe o porquê!

— Depois de hoje, sei sim. Enfim, temos que fazer as pazes.

— "Temos"?! É uma obrigação gostar de você por acaso?!

Lokita se zangou. Essa briga era diferente das outras.

— Eu sou sua irmã mais velha e eu estou mandando! Você não sabe o quanto é duro cuidar de tudo!

— Então você acha que não ajudamos?! Coitadinha de você!

— Não é isso! Sou mais velha, poxa! Tenho quinze anos, tenho responsabilidades!

— E eu?! Eu tenho catorze e Pocema treze! — Temos, praticamente, a mesma cabeça! — Talita caiu no choro.- Eu só quero ser mais forte!

Lokita se sentiu tocada e a abraçou.

— Você tem que parar de ser tão perfeita...— Talita fungava sem parar.

— Não é perfeição. Só queria guardar tudo para mim e esqueço de pedir ajuda. Achando que ser líder é ser tudo. — Vamos parar com essa briga. Somos irmãs e nossa missão é proteger a Pocema.

— É, eu sei.

Pocema olhava tudo com a porta entreaberta.

— Me proteger?

— Somos a mágica e a cartola, para sempre! — Lokita disse com lágrimas caindo. E Talita assentiu com a cabeça.

O Mundo de PocemaOnde histórias criam vida. Descubra agora