Pocema abriu os olhos e já era de manhã.
— Bom dia! — Disse Lokita. — Trouxe o seu suquinho na cama!
— Obrigada.
— Olá! — Disse Talita. — Trouxe os nossos bichinhos de pelúcia! — Ela os jogou na cama.
— Eu quero o meu Roberto! — Pocema escolheu um tigre branco.
— E eu a Cecília! — Talita escolheu uma ursa rosa de gravata borboleta roxa.
— Carlota! — Lokita escolheu um pinguim amarelo.
Cecília acabara de acordar da hibernação. Ainda havia neve na floresta, então Cecília percebeu que acordou cedo demais.
Ela encontrou seus amigos: Roberto e Carlota. Era a primeira vez que os vira num ambiente de neve.
Eles também ficaram surpresos e Roberto pegou um copo de café na máquina de refrigerante e ofereceu a ursa.
No meio da brincadeira, Pocema largou as bonecas e se lembrou da noite anterior.
— Porcelana...
— Quê? — Ambas se perguntaram.
— Porcelana? Porcelana! Ela está em perigo!
— Sabemos. Agora vamos voltar para a brincadeira! — Talita fazia seu bichinho dançar em suas mãos.
— Se sabiam, por que não a salvaram?!
— Pocy, você não entenderia. — Lokita largou seu brinquedo.
— Não entenderia o quê?! Ela tá em perigo!
— Mas... — As duas gaguejavam e não conseguiam explicar.
— Sem mas! — DESAPAREÇAM!
Quando abriu os olhos, viu que seu quarto sumiu e ficou tudo branco. Literalmente um nada.
— O que aconteceu?
Então Pocema decidiu caminhar sem rumo.
Em meio de um cenário branco e sem fim, Pocema vê uma menina que aparentava ter cinco anos. E tinha um casal da cintura para baixo e estavam mais transparentes, comparados a menina.
— Papai, deixa eu segurá-lo? — Disse a menina.
Apareceu os braços do pai com o bebê, também transparente.
— Olá, sou sua irmãzinha!
A menina olhou para a Pocema e entregou o bebê aos pais, e os mesmos sumiram. Pocema entendeu isso como um ato de aproximação.
A menina usava um vestido fofo, maria-chiquinhas, cabelo castanho e olhos roxos.
— Tudo bem, Pocema?
— Como sabe o meu nome?
— Eu sou você.
— Quê? Não é possível! — Pocema ficou na altura da menina para dar uma bronca nela. Porque brincar com isso não é legal.
A menina rapidamente tirou o tapa-olho da Pocema que a fez tampar com a sua mão.
— Você não pode fazer isso! Me devolve! Ninguém pode ver o que eu tenho!
— Fique calma, Pocema.
— Calma?! Você pegou o meu tapa-olho!
Ela pegou a mão da Pocema e retirou, calmamente, para ver o seu olho.
— Você tem olhos muito bonitos.
Pocema se levantou, surpresa.
— Seu olho é absolutamente normal.
— Ahn?? — Mas, por que tudo isso? — Pocema chorava um pouco.
Ela explicou:
— Olha, esta realidade aqui não existe. Você...ou melhor nós estamos em coma entre a vida e a morte. Tudo que você viveu foi feito para te restabelecer e curar sua enfermidade.
— Cala a boca! Cala a boca! É mentira!
— Por quê eu mentiria, Pocema?! — Ela se acalmou e voltou a falar. — Aqui é o mundo dos sonhos! Você não acha estranho existir monstros, flores falantes e e pessoas tabuleiros??
— Não.
— Ok, eu imaginava isso. — Mas você não achava estranho ocorrerem dias tão intensos e tão calmos de forma forçada e perceptível?
— Então era por isso que meus dias alternavam em aventuras e atividades caseiras?
— Aham! Nós íamos lhe contar a verdade quando seu corpo ficasse estável.
— Então quer dizer que eu vou tipo acordar?
A garotinha mordeu os lábios e deixou umas lágrimas escaparem.
— Pelo contrário, seus olhos continuarão fechados....para sempre.
Pocema sentou no chão, perplexa.
— Eu....vou...morrer?
— Pocema! — Veio um grito de longe.
— Lokita? — Pocema olhou para trás.
— Ela vai levar você para o castelo da rainha para festejar antes de você partir. — E a menina sumiu.
— Pocema! Te procurei por toda parte!
— Desculpe, Lokita. — Pocema já colocou o seu tapa-olho.
— Vamos! Não quero me atrasar!
Lokita pegou a mão da Pocema e a levou correndo. Pocema ficou olhando sua amiga de costas e fechou os olhos, apertando, e depois ela os abre.
— Acelera, Pocema! Te puxar cansa!
— Estou indo... Talita.
* * *
Em um hospital, em um determinado quarto, havia uma máquina que vê os batimentos cardíacos fazendo incansáveis "bip's".
Do lado, havia um triste garotinho que olhava para um pé coberto.
— Acorda! Eu não quero te perder. Eu quero a minha irmã de volta!
O menino abafou o choro com o rosto no colchão.
O monitor cardíaco encerra sua atividade.
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O Mundo de Pocema
FantasíaSinopse: Pocema é uma menina que vive com duas amigas, Lokita e Talita. A mesma utiliza um tapa olho por motivos misteriosos. Todos os seus passeios tranquilos, acabam virando grandes aventuras! E, por vezes, no meio do caminho, elas tem que lutar...