Pocema acordou aos gritos por causa da explosão e viu três pessoas a encarando.
— Então era verdade...- Disse para si.
— Pocema!- O garoto pulou em cima dela.
— Daniel, sai de cima da Pocema! Ela acabou de acordar!- Disse a mãe.
Era muito estranho essa nova realidade —, parecia um sonho do sonho, mas o que restou era vivê-la. Pocema caiu em lágrimas. Estava feliz por descobrir a realidade, mas triste pela saudade de seus personagens.
— Então vocês são minha família, não é?
Os pais olharam preocupados para o médico. — Pocema percebeu isso.
— Doutor, há um nome na minha cabeça. É Miguel. — Mamãe, papai, eu conheço alguém com esse nome?
De repente o pai ficou sério, mas a mãe sorria.
— Sim, filha, existe! — Ainda há uma esperança, doutor?
O médico fez alguns exames e chegou a uma conclusão:
— A filha de vocês está com uma perda de memória temporária, "adormecida" para ser mais exato. A convivência com vocês, os amigos e afins, será de grande ajuda. — Porém, não garanto que voltará a 100 por cento como antes.
— Obrigada, doutor!- Disse a mãe da Pocema.
* * *
Depois da Pocema ser liberada, a família foi de carro até o aeroporto.
— Por que moramos tão longe do hospital?
— Minha filha, você ficou em coma no dia da nossa mudança. — Disse o pai emocionado. Essa palavra não é muito agradável. — Você vai gostar do apartamento!
— Uhm! —Ela olhara para a sua mãe com ternura. — Mãe — Era estranho chamar uma estranha assim —, você está grávida?
— Aham! É uma menininha!
— Mamãe tá com um barrigão! — Disse o pequeno Daniel.
Depois de muito tempo, Pocema gargalhou.
- Uma melancia! — Foi a vez da Pocema.
Até a mãe admitiu que foi engraçado. Pois parecia mesmo com uma melancia.
— Eu lembrei de uma coisa! — Daniel pegou um presente da sua mochila. — Toma, um amigo te deu isso.
— Um amigo?
Ela desembrulhou o pequeno presente e abriu a caixinha.
— É um colar de coração!
— O nome dele é Miguel. Vocês eram bem próximos. — Disse a mãe, nostálgica.
— Devemos mesmo. Pra um presente tão bonito assim!
— Chegamos, crianças!- Disse o pai.
* * *
Depois da viagem, eles comeram um lanchinho na cantina e depois foram para a casa.
— Esse é o nosso quarto! — Disse Daniel. — Na nossa antiga casa, cada um tinha o seu, mas vai ser legal dividir com você!
— Mas é claro! Vamos nos divertir bastante!- Ela foi até uma escrivaninha cheia de papéis.
— É onde fazemos arte e deveres de casa! E desculpe pela bagunça. Estava procurando meu caderno.
— E essa bolsa de cordinha azul?
— É sua. Você a levava para todo o canto! Não cabia tanto dinheiro assim, mas você sempre tinha alguma coisa quando precisava de algo. — Você era rica!- Ele ria a toa. — Você até fez um desenho de uma menina com essa bolsa. Ela era loira dos olhos azuis eu acho.
— Talita? — Sussurrou.
— Sim!- Ele abriu a gaveta e tirou um papel.— E uma com o nome de Lokita também! Era as suas amigas imaginárias. Você até desenhou elas!
Pocema pegou o papel com cuidado e deu uma olhada.
— Daniel, eu quero ficar um pouco sozinha, por favor.
— Tá bom!- Ele saiu correndo como um macaco, literalmente.
Pocema sentou na cadeira que gira e pegara o seu lápis de cor. Quando Pocema se concentrou no seu desenho, algo mais sobrenatural agira em seu entorno.
— Toc toc!- Uma anjinha de uma aparência infantil entrara. — Boa noite! — Ela disse para os outros anjos.
Anjos entravam e saíam da casa da Pocema. Era uma constante luta contra o mal.
— Olá, Teresa! — Disse um anjo qualquer para ela.
— Oi, amigos! O que a Pocema está fazendo?
Teresa voou e se apoiou no ombro da Pocema.
— Está desenhando os personagens do seu sonho, né? —Ela arregalou os olhos. — Espera, essa é a Dona Branca?
— Chamou? — Um sorriso foi formado.
Teresa deu um gritou, que se soltou da Pocema. Caiu, mas não chegou ao chão.
— Você me assustou! — Ela voou para ficar cara a cara com a sua amiga alta.
— Feliz em me ver?
— Claro! — Então você apareceu para ela, hein?
— Foi necessário. — Ela fez um carinho na cabeça da Pocema. — Vou sentir falta dela.
— Você já vai?
Dona Branca andava para trás.
— Tenho que ir. — O mal ainda existe neste mundo!
E pulou, de costas, na sacada da janela.
— Peraí! Quando você vai voltar?
— Quando Ele mandar. — Tchau pessoal, tchau, Teresa! — E caiu de costas e voou para longe.
Daniel veio correndo.
— Hora do jantar! — Ele chegou mais perto. — Quem são esses?
Pocema deixara cair uma lágrima, mas logo a limpou.
— Vou contar durante o jantar. — É uma estória...ou melhor, história que ensina amizade, fidelidade e honestidade.
— Vamos, estou faminto! — Disse, impaciente.
Os dois apostaram corrida até a cozinha.
— Mamãe, papai, eu tenho um testemunho para contar!
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Mundo de Pocema
FantasiSinopse: Pocema é uma menina que vive com duas amigas, Lokita e Talita. A mesma utiliza um tapa olho por motivos misteriosos. Todos os seus passeios tranquilos, acabam virando grandes aventuras! E, por vezes, no meio do caminho, elas tem que lutar...