— Eu tirei oito em química! — Bati palminhas que nem uma criancinha.
Sinceramente, minha prova estava até cheirosa. Nunca me imaginei tão boa em exatas!
Eu olhei para as minhas amigas e elas não pareciam muito contentes.
Acho que quero fazer química na faculdade! — Pensei.
O sinal do recreio tocou:
— Meninas? — Ela já foram?
Almocei e fui ao encontro delas e os meninos que também estavam lá, todos tristes.
— O que está acontecendo?
A Nina estava quase chorando.
— Todos fomos mal na prova de química! — Bruna disse quase cuspindo fogo.
— Mas eu estudei tanto... — Miguel estava decepcionado.
— A culpa é do professor! — Diego também se emburrou.
— Não culpem o professor! Exatas é mais complicado mesmo. — Tentei acalmá-los.
— Quanto você tirou? — Carol perguntou miando como um gato.
— Nada demais, foi só um...um....um oito.
Todos estavam como o quadro O Grito de Edvard Munch.
— Parabéns pela nota, Pocy.
— Obrigada, Miguel. — Fiquei envergonhada com sua voz doce e gentil.
Bruna pegou as minhas mãos, com brutalidade, e fez um drama.
— Pocema, nos ajude com a próxima prova de recuperação semana que vem!
— Mas tenho que estudar para história...
— Por favor!
— Você vai quebrar minhas mãos!
— Ih! Foi mal!
Quando cheguei em casa, fui direto perguntar para a minha mãe se meus amigos podiam vir aqui e ela deixou!
—Bruna, vocês podem vir aqui amanhã depois do colégio. — Enviar! — Mais tarde eu conversei direto com a Ana!
—Parece que não é a personagem principal de hoje. — Ela manjou vários emojis rindo.
— É, pensar nos outros não faz mal de vez em quando. — Mandei emojis de coração.
Logo nos despedimos e fui dormir.
Depois do colégio fomos para a minha casa e almoçamos.
— Obrigado pelo almoço! Estava muito bom! — Miguel estava dizendo para a minha mãe.
— De nada, pode vir aqui quando quiser, viu?! — Minha mãe adorava o Miguel.
— Todos gostaram da comida. — Disse papai.
E meu pai, nem tanto.
Enfim, depois do almoço, nos sentamos em círculo, no meu quarto e reparei que estava no meio da Bruna e do Rafael.
— Psiu, Bruna.
— Eu estou do seu lado.
— O Rafael tá do meu lado. Senta aqui.
— Não, obrigada. Estou bem aqui. — Ela abaixou a cabeça.
Ela estava do lado do Miguel, Poxa...
Ser professora de exatas não era fácil, dar vários exemplos para uma resposta em números! Quase um Pitágoras!
Enquanto a tarde descia, meus alunos iam embora. A última quem sobrou foi a Bruna.
Bom, havia nós duas no quarto, então eu decidi perguntar:
— Por que você não quis sentar do lado do Rafael?
— Desculpe, você queria ficar com o Miguel, né? — Droga! Ela descobriu!
Não havia porque mentir.
— Ahn, sim, mas vocês estão juntos, não?
— Não. Ele não sente nada por mim. — Ela estava chorando. Algo que nunca havia visto. — Você tinha razão. — Eu só a abracei. Minha boca fechada era o suficiente no momento.
— Eu vou pegar um copo de água pra você. — Fiz o mais rápido possível. Não queria deixá-la sozinha.
— Oi, meninas! — Mamãe entrou. — Bruna, sua mãe chegou.
— Tá. — Ela me deu o copo vazio e foi embora.
Depois que fechei a porta, a casa estava bem silenciosa, para cinco pessoas no recinto.
— Pocema, por que a Bruna estava chorando?
— Amor.
— Adolescência é algo inexplicável. — Ela saiu cantando e rodopiando.
Antes de dormir, eu fiquei de joelhos e agradeci por tudo e pedi para que os meus amigos passem na prova de recuperação.
E Senhor, minha amiga Bruna está triste porque o Rafael não a correspondeu. Abençoe o Rafael e a Bruna e tira as dores deles. Console o coração deles, meu Deus. Em nome de Jesus, amém!
No dia seguinte foi a prova de história.
Senhor, eis-me aqui. — Pensei.
A parte chata era quando há duas perguntas na mesma questão. Confundia, admito.
A saída foi logo depois da prova.
— Boa prova para vocês! — Me despedi.
A prova de recuperação era de tarde.
* * *
Neste final de semana eu comi muito doce, sério! Depois me arrependi dessa gula.
O banheiro não perdoou nem a mim e nem ao resto das pessoas da casa.
Final de semana passou e, no recreio, eles estavam no mesmo banco de sempre.
— E então, passaram? —O SIM foi alto e potente.
— E ainda tiramos dez em história! — Disse Nina saltitante.
— Ah é? — Perguntei, surpresa.
Todos assentiram com a cabeça.
— Quanto você tirou em história, Pocema? — Carol perguntou.
— Três e meio... — Vocês podem me ajudar na prova de recuperação? — Ri sem graça.
— Pode ser na minha casa! — Disse Nina. — E com direito a filme!
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Mundo de Pocema
FantasySinopse: Pocema é uma menina que vive com duas amigas, Lokita e Talita. A mesma utiliza um tapa olho por motivos misteriosos. Todos os seus passeios tranquilos, acabam virando grandes aventuras! E, por vezes, no meio do caminho, elas tem que lutar...