Trinta & Seis

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ATENÇÃO!

O capítulo a seguir contém gatilho emocional referente a:
ABUSO SEXUAL.
(Obs.: Não há nada muito detalhado, porém, pode vir a causar desconforto.)

Meu sorriso morre quando abro a porta

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Meu sorriso morre quando abro a porta.

Analu era a última pessoa que eu imaginaria aparecendo em minha casa. E obviamente, uma das últimas que eu gostaria de ver. Não faço a menor ideia do que ela veio fazer aqui.

Ela esteve chorando, eu noto. Seus olhos estão vermelhos e ainda é possível ver as marcas das lágrimas em suas bochechas. Engulo em seco, tentando encontrar minha voz. Quero mandá-la embora, mas não consigo proferir isso vendo-a nessas condições.

— Tudo bem? — pergunto estupidamente, porque é óbvio que não está.

— Por que, Emilia? Por que ele insiste em gostar de você, mesmo você não dando a mínima para ele? — A voz dela é cortante, acusatória.

— Ana, eu-

— Ele terminou comigo por sua causa. Porque o imbecil não consegue esquecer você!

Quero retrucá-la. No fundo sinto vontade de gritar, jogar na cara dela o quanto isso tudo é patético. Com que direito ela acha que pode vir aqui tomar satisfação? Fui traída por duas pessoas que eu considerava família. Eu deveria ser a única a querer satisfações... Mas estou tão cansada disso.

Eu respiro fundo e a encaro enquanto ela espera que eu diga alguma coisa.

— O que você queria, Analu? Você achou de verdade que teria um relacionamento duradouro e feliz com Henri?

Ana cruza os braços na defensiva. O queixo erguido como se me desafiasse a dizer que não.

— Nós daríamos certo se não fosse por você.

— Pelo amor de Deus, garota — digo incrédula. — Tudo o que fiz foi ficar longe de vocês dois. Eu não tenho nada a ver com essa história. Não mais. Não seja absurda.

— Então por que ele não pode me amar? — Ana praticamente grita.

— Vá embora.

— Por que ele não pode perceber que eu fui melhor para ele nesses últimos meses, do que você foi em anos? Eu fui a única a suprimir as necessidades dele aqui.

Me recosto na porta em busca de apoio. Mordo a parte interna da bochecha, me controlando para não chorar. Eu sei do que ela está me acusando agora, e me surpreendo ao me pegar com pena dela.

— Você acha, Ana — começo, a voz baixa, como se estivesse falando comigo mesma —, que mesmo se eu tivesse suprido as necessidades dele, Henri teria ficado com você?

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