Ready To Run (Scorbus)

Capítulo 35

E chegamos ao último capítulo de RTR...

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Ready To Run (Regulxs)

•Albus

Quando o timbre irreconhecível da voz de Scorpius soou atrás de mim foi como se cada nervo do meu corpo se enrijecesse, quase como se uma brisa cortante passasse por mim, concentrada especialmente na região das costelas.

Minha mão, que àquela altura já havia alcançado a maçaneta metálica e fria da porta, instantaneamente paralisou, com os dedos se fechando ao redor da mesma, e agarrando-a como se minha vida dependesse disso.

Um ruído de tosse se sucedeu e eu, com o coração prestes a escapulir pela boca, virei o pescoço levemente para trás, bem a tempo de ver um Scorpius acordado e tentando concertar a postura meio desajeitado - certamente devido o gesso em sua perna esquerda.

— Scorp... — Foi tudo que eu disse antes de dar algumas passadas largas e determinadas para retornar ao seu lado, apanhando sua mão que havia largado há pouco outra vez e distribuindo diversos beijos por toda ela, com lágrimas em meus olhos — Amor, você está aqui... Céus — eu sussurei, com minha voz falhando na última palavra.

— Estou — ele afirmou e piscou os olhos rapidamente e eu ergui o olhar para encará-lo, conseguindo matar parte da saudade que sentia do cinza destes — Aonde você ia sem mim? — o garoto quis saber, a expressão em seu rosto vacilando por um instante, e eu só consegui sorrir, incrédulo.

O papel com o número do meu dormitório da faculdade estava dobrado no bolso da minha calça e eu mal podia acreditar que quase perdi a chance de estar aqui quando ele acordasse. Eu quase o deixei sozinho quando ele mais precisaria de mim.

— Estou aqui agora, eu não vou a lugar algum sem você — depositei outro beijo em sua mão — Eu prometo.

Scorpius pareceu relaxar após a minha afirmação, reencostando a parte de trás da cabeça no travesseiro e suspirando altamente. Minha respiração começava a normalizar, diferente do meu coração que fazia alarde dentro do meu peito e a sensação de que voaria para fora dele a qualquer momento não passava.

— Como você se sente? — eu quis saber, sem arriscar desviar o olhar dele nem por um segundo. — Está com dor?

— Um pouco... a minha perna, parece que está presa e minha cabeça dói — ele gemeu a medida em que falava e eu ergui o lençol branco que cobria seu corpo, revelando a perna engessada para o loiro que pareceu em choque. — Eu me lembrei... Uma criança, Al, ela foi pegar sua bola que foi em direção a rua... Eu desviei dela, mas foi então que um carro... ele... — o barulho de bipes dos muitos aparelhos ligados ao corpo de Scorpius começou a apitar rapidamente e eu logo entendi que se dava devido o nervosismo que o loiro sentia ao relembrar do acidente.

— Amor, eu vou chamar um médico, eu... — Scorpius negou com a cabeça, como se pedisse para que eu ficasse ali, mas eu sabia que precisava chamar alguém — Fica comigo, okay? Eu vou voltar pra você — garanti, com as mãos em cada lado do rosto delicado do meu garoto.

Só consegui deixar o quarto quando Scorpius assentiu com a cabeça, correndo pelo corredor na direção da primeira pessoa de jaleco branco que encontrei, contando o que aconteceu e levando comigo em direção ao quarto em que o Malfoy estava.

— Desculpa garoto, mas você não pode entrar... — um outro enfermeiro falou para mim, postando uma mão contra meu peito para que eu me afastasse.

— Mas...  — eu tentei falar, ofegante, pela corrida e pelo medo que pesara em meu consciente. Eu tinha acabado de ter Scorpius de volta, não podia perdê-lo outra vez. Não era justo.