Cold thoughts, hot tea

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(Ocorreu problema na hora de postar o capítulo ontem, então estou postando novamente ❤ )


Casar-se definitivamente não estava nos planos de Henry. Essa era uma das últimas coisas que pensava em fazer na vida e só quando fosse bem mais velho, para que não dissessem que o mesmo nunca foi responsável suficiente para assumir uma esposa e, assim, procriar herdeiros para a imensa fortuna da família Cavill. Afinal, sem filhos, todos os seus bens pertencentes iriam para igreja e, por mais que ele fosse generoso e ajudasse algumas instituições de caridade, anonimamente, parte do patrimônio era importante para ele justamente por causa de seus pais e o amor que sentiam, por exemplo, pela mansão ao qual vivia em Londres, palco de muitas lembranças lindas de quando ainda estavam vivos. Não seria capaz de morrer e deixar tudo de maneira indigente. Bem, pelo menos preservar essa parte que possuíam. Não que ele fosse materialista, mas era sensível as coisas que detinha de grande significado para si. Mas, o restante, ele não ligava, pois sabia que não levaria os bens materiais consigo quando fosse realizar a grande passagem para a próxima vida. Mas, isso era um assunto que achava estar bem longe de se resolver. Iria aproveitar a vida ao máximo, com tudo que lhe era direito e não se amarraria a alguém tão cedo, ato comumente realizado por homens em sua posição.

Porém, Henry viu seus planos mudarem de curso brutalmente quando foi imposto por seu avô a casar-se com uma jovem respeitada, de sua escolha, dentro de um mês para não perder seus bens conjunto com os de sua irmã.

Ah, se tivesse cuidado mais de suas peripécias por baixo do pano!

Ele não queria isso, muito menos resolvido de última hora, tendo que escolher uma moça da venenosa sociedade londrina quase similarmente a um tiro ao alvo com lançamento de pratos no ar em que, seu primeiro acerto seria sua escolha, sem reinvindicações. E que escolha foi! Acertara por conta própria e risco em um prato de material rígido e de difícil detonação.

Ah, Isabel!... Por mais que fosse uma escolha sábia, de certo modo, também era sinônimo de grandes problemas para seus planos de seguir curtindo uma vida de luxuria, sem deixar passar nenhuma oportunidade seja ela nova ou velha que pudesse agarrar com as próprias mãos ou, até mesmo, penetrá-la com força.

Então, por que não escolheu outra jovem, pensou. Poderia ter qualquer moça do alto escalão em um piscar de olhos com sua beleza, posição, dinheiro, charme, classe e boa conversa. Mas, no fundo, ele sabia que selecionar uma esposa sem a mesma deter da maestria da ambição na dosagem correta, o colocaria em sérios riscos de perder a fortuna. A maioria das mulheres com quem se envolvia acabavam completamente apaixonadas por ele a ponto de fazerem qualquer coisa para que o mesmo permanecesse ao seu lado. Logo, se escolhesse uma delas, a chance das mesmas o delatarem ao seu avô sobre sua conduta libertina como marido ou de viver sobre ameaça constante no dia a dia o deixaria louco de preocupação. Ele não teria saúde para um drama diário.

Devido esse fato, escolheu a jovem Whitfield, hoje duquesa e sua esposa, oficialmente, um fato que o fazia gargalhar e imaginar como permitira que sua vida chegasse a esse ponto. Pelo menos, seria algo interessante, pois, se existia uma mulher em toda Londres que sabia impor-se de maneira estranha e surpreendente, esta era Isabel.

Não seria fácil sua convivência com ela, afinal, ambos eram pessoas completamente diferentes, mas com uma coisa em comum... A tal da ambição. Ele sabia que, mais do que uma rebelde pela luta de direitos e sonhos de liberdade que lhe eram tão importantes, Isabel seria capaz de ir contra seus princípios por sua ambição de conseguir tudo o que sempre quis, se houvesse uma garantia de que tudo seria seriamente cumprido. Talvez, ficaria inicialmente em duvida de passar por cima de todo castelo de ilusões que criou ao longo dos anos alimentada, como bem gostava de dizer, por vários autores sem a ajuda de compreensão de um tutor adequado. Porém, Henry a estudou bem. Ele pensara diversas vezes antes de dar o passo de pedi-la em casamento, testou Isabel e, por mais que fosse seriamente uma defensora de tudo que acreditava, podia ver uma faísca em seus olhos do desafio de romper suas próprias barreiras. De qualquer maneira, não deixaria de ser um mérito dela. Claro, a ajuda que Henry iria oferecer-lhe, até que a mesma estivesse no topo de seus objetivos, não seria bem por ela mesma, mas até as grandes figuras do passado, hoje eternizadas, não conseguiram tudo sozinhos, mesmo que a maioria fossem homens. Alguém sempre os ajudava.

I'll Be Waiting ||  Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora