I'll Be Waiting || Henry Cavill

Early gift

Esse capítulo eu dedico a cada um de vocês que me mandaram mensagens lindas de apoio <3 Vocês são os melhores e amo vocês demais! Obrigado por tudo!! 

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-Eu deveria prendê-los por tamanha deslealdade! –O homem declarou insatisfeito, criticando-se mentalmente por não realizar o que seus instintos mais primitivos clamavam. –Sabe que a execução é o certo a ser feito! Como posso provar que sou um governante respeitável se mal sou capaz de punir os traidores da coroa?! Traidores esses que sempre estiveram ao meu lado para tudo, Henry!

-Vossa Majestade, se me permite dizer, tamanho ato nessa situação tão crítica o qual estamos vivendo não seria o ideal para manter a ordem do reino. –Encarou o rei cautelosamente, com a certeza de que tudo o que dizia era certo e racional. –Acredito que esperar o momento certo para que esse assunto venha à tona é o melhor a ser feito, não somente pelo senhor, mas também pelo povo. Como pode tudo estar desmoronando no parlamento, um lugar de ordem e decisões, se a maior necessidade agora é estabilidade para tratarmos assuntos de guerra? Isso precisa acabar! Muitos perderam suas vidas... Está na hora de darmos um basta e nos reerguermos novamente, trazer os homens para casa.

-Eu compreendo, Henry. Você tem toda razão... –O rei estagnou em uma das enormes árvores que cercavam o jardim da mansão Cavill, recostando seu corpo ao tronco da mesma, ainda de pé, fechando os olhos e sentindo a brisa gelada. –Mas é tão difícil. –Disse entre os dentes. –Como pude ser cego ao ponto de abrigar meus inimigos em meus muros, sentar-me com eles a mesa?! Eu sou o rei e falhei diante de uma situação inadmissível. Eu deveria saber!

-Não se culpe por isso, Majestade. –Henry tocou seu ombro. –Não poderia saber, e os errados nessa história são eles por terem-no traído. Os mesmos foram suspensos de seus cargos com contas a prestar a coroa.

-Eles merecem o enforcamento.

-Quando chegar a hora. –Henry foi direto. –O senhor verá que valerá a pena esperar. O caos instala-se quando tomamos decisões precipitadas.

-Espero que esteja certo. –Encarou o céu nublado. –Principalmente com relação ao seu pedido sobre permitir que sua esposa assuma seu lugar enquanto estiver fora. –Analisou-o desconfiado. –Tem certeza de que sabe o que está fazendo?

-Eu nunca tive tanta certeza em minha vida. –Sorriu. –Ninguém seria melhor do que ela para ficar no meu lugar. Na verdade, acredito que a mesma poderá superar-me de tal maneira que, se eu retornar, Vossa Majestade recusará que retome meus deveres políticos para que ela permaneça ao seu lado.

-Primeiramente, não diga que não voltará. Eu o proíbo! –Aviso e pesar tomaram a voz do rei. –Preciso de você comigo, Henry. É meu mais fiel conselheiro e amigo. –A tristeza em suas palavras era notável. –Segundo, não queria dizer isso, mas acha mesmo que será fácil e bem aceito uma mulher juntar-se a um grupo predominantemente de homens para discutir sobre questões debatidas por homens, justamente por necessitarem de um saber que é compartilhado apenas com homens?... Sem querer ofender, mas sabe que serei reprovado por tamanho ato.

-Você é o rei. –Henry deu de ombros. –Sua palavra está acima de todos nós, menos de Deus. Se disser que essa é a sua vontade, terão que acatar.

-E logo em seguida serei destronado.

-Majestade, encare o novo como uma chance de revolução e desenvolvimento do país. As mulheres são exatamente como nós... Ouso dizer, melhores. –Sorriu. –Logo, não há motivos para impedi-las de unirem-se a causa para que debatamos decisões importantes sobre o futuro e crescimento desta nação. Assim como Isabel, tenho certeza que muitas outras pensam como ela, mas não tiveram a mesma sorte de aprimorarem-se para mudar a realidade que gostariam, pois foram forçadas a casar muito cedo. Hoje são obrigadas a cumprir com o dever da esposa perfeita para eventos sociais, uma espécie de prêmio ou moeda de troca. De qualquer forma, ambos os termos me enojam.