The piano

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-Estou pronta! –Isabel desceu correndo, afoita e ansiosa, o pequeno lance de escadas, após atravessar a porta principal da mansão, em direção ao grupo de pessoas reunidas no jardim.

Quando poderia imaginar-se desafiando alguém e vivendo seu primeiro duelo de espadas contra um homem?! NUNCA! Completamente fora de questão a sua condição de vida imposta desde o nascimento: ser uma mulher indefesa a espera de um rapaz para lhe proteger.

Mas hoje? Ah, hoje não!

Ela faria por ela mesma e provaria seu valor diante de todos!

-Assim esperamos que esteja... Não é verdade? –Henry perguntou por alto a todos os presentes.

Ele sorria debochado, enquanto o restante encarava preocupado a menina que aproximava-se com os cabelos presos em um rabo de cavalo baixo e bagunçado de cachos, uma blusa semelhante a do duque, calças que lhe ficavam um tanto largas se não as amarrasse muito bem na cintura e botas que, surpreendentemente, serviam-lhe.

-Isabel... –Sydney levou a mão ao queixo, curioso com a vestimenta da mesma que, rapidamente, juntou-se a roda com um sorriso alegre no rosto.

Esse, com toda certeza, seria um dos momentos mais emocionantes de sua vida, mesmo que, no fim, perdesse para Henry.

-É somente impressão ou essa roupa muito recorda-me as minhas antigas que costumava usar na montaria? Até mesmo as botas se parecem com as minhas! –Ele a analisava de cima a baixo.

-É porque tudo o que estou usando pertence a você, Sydney! –Isabel revirou os olhos. –Não é possível que nunca tenha notado que não devolvi nenhuma dessas roupas a você desde o fatídico dia em que cai propositalmente na lama para que não houvesse outra opção mais plausível se não emprestar-me suas roupas e permitir que, pelo menos uma vez na vida, eu tivesse a sensação de saber como era não usar um vestido.

-Você é incorrigível! –Kate apertou as bochechas de sua irmã que, desesperadamente, afastou-se devido o constrangimento em ser tratada como uma criança por ser a mais nova entre eles. –Meu passari...

-Não ouse dizer essas palavras, Kate! –Isabel ficou irritada e todos começaram a rir... Todos menos o duque, impaciente para iniciar o duelo contra sua digníssima esposa.

-Seguirá discursando ou podemos retomar o nosso propósito, duquesa? –Estendeu a espada a ela.

-Ansioso para ver a si mesmo engolir todas as palavras que disse? –Ergueu a sobrancelha, segurando a espada que, por sorte, não escapuliu de suas pequenas mãos.

O aço era tão pesado que Isabel engoliu em seco, após uma infeliz analise de sua possível derrota, arrependendo-se instantaneamente de voluntariar-se a vingar o cunhado por tudo que o mesmo passou e, principalmente, por seu próprio orgulho de achar-se capaz de derrotar um homem tão experiente quanto Henry na arte da esgrimia.

O duque identificou o medo latente nos olhos da menina assim que, esta, desviou sua horrenda atenção da espada e voltou-se para ele com seus dois globos castanhos escuros preocupados com o resultado que viria a apresentar-se ao fim do duelo.

-Acho que será uma experiência revigorante, não? –Ele riu, enquanto caminhava em direção ao que julgou ser o centro do jardim.

-Com toda certeza. –Isabel suspirou seguindo-o, enquanto os outros sentaram-se no banco de madeira embaixo da árvore.

-Três tentativas. –Ficaram frente a frente. –Se houver um empate, a terceira será a decisão. Se um de nós ganhar duas vezes seguidas, não precisaremos de mais uma para nomear o melhor.

I'll Be Waiting ||  Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora