Doce Orgulho (Completa) - Série Criminosos Irresistíveis - Livro 2

XV - Fada madrinha

Hoje

São Francisco, Califórnia.

De todos os problemas que eu esperava ter que lidar, Domenico nunca tinha sido um deles. Mas ultimamente, ele me preocupava. Depois de Max descobrir que a nova namorada do Bello era filha do homem que ele estava em Santa Bárbara para matar, eu achei que Domenico se afastaria dela.

Era o certo a se fazer. Era necessário. Mas não. Quando Max me avisou que os dois ainda estavam se vendo eu achei que seria um deslize. "Ele não vai vê-la novamente", eu pensei. Mas eu estava errada. Depois de eu ter exposto quem ela realmente era e de Domenico me implorar para que não a matasse, os dois continuavam juntos. Nem o meu truque com o obituário tinha funcionado, aparentemente.

E essa situação estava tirando meu sono. Me fazendo perder tempo do meu real objetivo e desviando meu foco. Tinha que acabar.

— Anitchka, não acho que isso seja uma boa ideia — Dom reclama quando eu termino de explicar a ele o que quero que faça. É claro que ele não gosta da ideia, o que significa que eu estou no caminho certo.

Romano está sentado ao meu lado no sofá branco, completamente confortável, se divertindo com a situação.

— Anna, eu sei que você não gosta da ideia de eu estar envolvido com a Kate...

— Não gosto da ideia? Domenico Della Volpe você está se comportando como um adolescente cheio de hormônios.

— Pelo amor de Deus...

— Chega! — mando. — Já tomei minha decisão. Quero que você vá a Itália para acalmar a família.

— Isso é completamente desnecessário — ele argumenta. — No mínimo um desperdício de tempo.

— Claro que não. É perfeito. Você garante ao meu pai que Romano está completamente sob controle e ainda se afasta dessa garota por um tempo.

— Você pode me ajudar aqui — ele pede ao homem ao meu lado, como se ainda fossem amigos como antigamente. Mas as coisas mudaram, percebo isso quando Romano responde:

— Desculpa, cara, mas nós sabemos quem manda aqui.

Não consigo esconder um sorrisinho e involuntariamente apoio minha mão na coxa de Romano. Sinto meu rosto queimar quando vejo Domenico levantando uma sobrancelha surpreso.

— Claro que vocês já estão... sendo vocês novamente.

— Bello, eu sei que você acha que tudo bem você ter um caso com essa americana bonitinha e que você não quer ir para casa agora, mas eu vejo algo que talvez nem você saiba ainda. — Ele não faz ideia do que eu estou falando, mas continuo mesmo assim: — Ela é um perigo, uma fraqueza. Vá para casa e me ajude a acalmar o meu pai e a família...

— Eu sempre te ajudo — ele reclama. — Aceitei ajuda-la nessa palhaçada para achar seu...

— Domenico! — Taco o copo vazio do uísque que eu estava bebendo nele antes que diga alguma besteira, por sorte o copo cai no sofá macio. Ele percebe seu erro imediatamente.

— Só queria que você confiasse em mim dessa vez — ele resmunga e junta suas coisas. — Eu não sou um menino, Anna.

— Eu sei. — Levanto para levá-lo até a porta. — E eu confiaria minha vida a você. — É verdade, já confiei tantas vezes. — Mas eu reconheço sentimentos quando eu vejo, Bello e essa garota está se infiltrando nos seus.

— Você não reconhece amor nem quando a pessoa esfrega na sua cara, Anitchka. — Vejo que ele está olhando para o homem tranquilamente sentado no meu sofá. — Se você pretende mesmo matá-lo quando terminarmos aqui, tome cuidado para não se apaixonar por ele outra vez.