Doce Orgulho (Completa) - Série Criminosos Irresistíveis - Livro 2

XXII - 8 anos antes

8 anos antes

Milão, Itália.

Caos. Desespero. Traição.

Eu não conseguia nem entender o que estava acontecendo.

Em um dia, Romano e eu estávamos fazendos as pazes da nossa briga. Era quase uma lua de mel. No outro, tudo começou a dar errado.

Quer dizer, meu marido tinha dado sinais. Ele estava sempre tenso. Não importava quantas massagens eu fizesse. Ele parecia estar carregando um peso que não podia ser dividido comigo. E eu não fazia ideia do que era.

Tudo começara quando eu contei a ele do meu novo plano. Max estava envolvido com Mancini Junior. E nós usariamos isso para trazê-lo para o nosso lado. Convencê-lo a trair os Mancini. Se isso não funcionasse ao menos Max tiraria de Junior informações que Romano e eu nao conseguiriamos.

Romano não foi contra nem a favor da minha ideia. Quando contei ele apenas ficou pensativo, por um longo tempo. Depois disso, eu comecei a perceber que algo estava errado. O que eu não sabia é que quando ele me beijava uma vez e depois me puxava de volta para outro beijo, ele não estava apenas me amando, ele estava se despedindo.

E eu continuei alheia a isso. Sem perceber nada. Cuidando dos negócios como sempre. Nikki tinha saído da clínica para passar um fim de semana com a gente, outro pedido suspeito de Romano ao qual eu tinha ficado alheia. Max estava se aproximando cada vez mais de Júnior e tudo estava dando certo. Até tudo dar errado.

— Ele vai quebrar em breve — Max avisou. — Mas ele já está me dizendo coisas importantes.

— O que ele disse? — subitamente, meu marido alheio a tudo tinha se interessado.

— Ele disse que está ficando sem paciência — contou.

— O que isso significa? Ele é nosso prisioneiro, não é como se isso fosse uma questão de paciência para ele — ponderei.

— Mancini Junior não é uma fonte confiável, meu amor.

— Eu sei, meu amor,mas qualquer coisa que Max possa descobrir já é útil, não é?

— Talvez a senhora devesse conversar com ele — sugeriu. — Oferecer um acordo.

— Nem pensar — Romano negou veemente. — Quero você longe desse homem, Anitchka.

Não consegui segurar a sobrancelha que eu levantei surpresa com sua negação acalorada.

— Mas é claro que você vai fazer o que quiser como sempre — ele riu, sozinho, como se tivesse dito algo engraçado para si mesmo. — Deixe-nos sozinho, Max. — O soldado o obedeceu prontamente.

— Amore mio, eu sei que você não confia no Mancini e nem eu. Mas nós não temos nada. Os Mancini misteriosamente nos deram uma trégua após o casamento...

— Já faz dois anos — me interrompeu.

— Sim, e é isso que me preocupa. Quanto tempo mais você acha que essa trégua vai durar? Não quero viver sempre com medo de que nossos vizinhos nos ataquem.

— Ele não vão.

— Você não tem certeza disso. Olha, tudo que eu estou pedindo é que você me deixe tentar só mais essa abordagem. Se Max não conseguir nada eu desisto e nós podemos simplesmente matar o Mancini.

— Você não vai desistir, não é?

— Não — assumi. Ele aceitou a derrota e me puxou para um beijo.

— Eu te amo. — Romano segurou meu rosto entre as mãos e beijou a minha testa. — Tudo que eu faço, eu faço pensando em você.

— Eu sei disso.