26 - Friends Don't Lie

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[15 de Fevereiro de 2020]

Já se passaram quatro dias que Taehyung ainda estava dormindo desde que ele foi ressuscitado da parada cardiorrespiratória, já que a fratura nas costelas perfurou seu pulmão, o que dificultou sua respiração.

Jeongguk ainda estava de pijama e chinelos. Ele só comprou produtos para banho e escova de dente na farmácia do hospital. Ele nem estava interessado em voltar para o hotel, e queria ser a primeira pessoa quando o loiro acordasse.

O tatuado ainda usava o violão todas as noites com a esperança de acordar logo para beijá-lo e dizer o quanto o ama. Ele já havia se esquecido da dor que Kim Taehyung havia feito a ele, mas a culpa substituiu o sentimento. Depois de cantar, ele chorava baixinho e em silêncio que lhe causava dor de garganta em todas as manhãs. 

Bom dia, meu bebê. — Jeongguk disse esticando os braços antes de dar um selinho na testa e checar sua aparência, vendo que ele havia ganhado uma cor novamente, mas seus lábios, suas unhas ainda estavam roxos.

Gguk ia tomar banho, mas sentiu sua mão apertar e seus olhos se arregalarem, ele se aproximou e observou o Taehyung que estava parado. Ele ficou lá por cerca de dois minutos e sem reação, ele suspirou profundamente. Não foi a primeira vez que Taehy mexeu os dedos e o médico disse que era apenas sua imaginação, porque ele estava muito esperançoso.

Jeongguk beijou novamente e agarrou sua toalha em seguida foi ao banheiro, colocando uma música suave em seu celular.

J...J...e... — Ele tossiu alto.

(...)

Agora é a noite, com lindas estrelas e com o Gguk parado ali, esperando alguma reação de Kim Taehyung ao sair do banheiro pelado, assustado, observando as enfermeiras cuidando rapidamente de Taehyung, tirando um tubo em sua garganta e foi muito cena traumatizante, mas foi um alívio saber que o loiro já respirava sem ajuda. Já é o grande passo.

Ele vai acordar. — Jung Hoseok disse entrando no quarto e Jeongguk respirou fundo.

Como você sabe? — Ele perguntou com medo e abraçou os próprios dedos.

Os amigos não mentem. — O ruivo respondeu com um grande sorriso e Gguk sorriu antes de abraçá-lo. A frase pode ser boba, mas foi muito reconfortante. Esse vínculo que ele tem entre os meninos foi através de uma grande amizade e por ter conhecido o amor da sua vida foi através de amigos e amigos nunca se enganaram.

Esse abraço foi a primeira coisa que Taehyung viu ao abrir as pálpebras e ele sentiu vontade de abraçá-los também, mas quando se lembrou que estava no hospital por um certo motivo e se sentiu mal, se sentindo culpado. Ele não queria pular no meio da rua e deixar um caminhão atropelá-lo. Foi surpreendente porque doeu pouco e nem morreu, mas naquela hora ele sabia que precisava de ajuda urgente.

Para quebrar o abraço, pois Jeongguk já estava chorando em seu ombro e disse que queria acordar Taehyung logo, então apenas um sussurro foi o suficiente para eles se soltarem e correrem até a maça, com grandes sorrisos e o ruivo assobiou o alarme para chamar o médico.

— TecoTeco. — Jeon estava emocionado, derramando lágrimas de felicidade. — Eu senti tanto sua falta. — Ele o abraçou com muito cuidado para não machucar os pontos da cirurgia.

Taehyung não reagiu nada, mas ele estava lutando contra as lágrimas e o homem tatuado sabia muito bem então ele apenas tentou dar todo o amor que tinha em seu coração para poder fazer Tae se sentir muito bem-vindo.

Se precisar, temos um psicólogo muito bom. Para não preocupar, entrevistei-o e gostei. — Jeongguk ainda deixando as lágrimas rolarem pelo rosto e sorrir até nas orelhas. Taehyung apenas acenou com a cabeça, fazendo-o entender que estava aceitando ajuda.

Gguk sabia muito bem que Taehyung se importava muito com a opinião dos outros, então ele fez todos os esforços para agradá-lo e de fato fez essa entrevista com o psicólogo que entendia muito bem a comunidade LGBT em um país de mente fechada.

Kim Taehyung nunca teve muito contato com ninguém a ponto de desabafar assim, e seu melhor amigo era a única pessoa e Jeongguk era confiável. O problema é que o loiro não está se sentindo confortável, e sua cabeça dizia que ele está bem, mas o subconsciente sabe que ele precisa urgentemente de ajuda, pois jogar pro o caminhão não é comum.

Ele precisava de alguns exames se tudo estava bem para ter alta e então eles voltariam ao hospital para tirar os curativos.

Não acho que você esteja feliz por sair daqui.— Jeongguk perguntou enquanto arrumava sua mala e Taehyung estava fazendo beicinho.

É minha mãe. Ela alguma vez me visitou? —O loiro perguntou trêmulo, com medo. 

Ela veio na primeira noite em que você foi atropelado, mas depois desapareceu dizendo que precisava resolver um problema. —Jeongguk sabia que o machucaria ainda mais, mas ele precisava ser verdadeiro.

Taehyung apenas deu de ombros, assentindo e sem reação. Ele já esperava essa resposta, pois era o pai que impedia a mãe de encontrar o filho. Foi o que ele pensou, isto é, ele tinha certeza. É o momento certo para dizer que começou a ficar com raiva de seu pai?

Jeongguk só precisava de um esforço para fazê-lo sorrir.

Não se preocupe. A Sra. Seoyun me permitiu ficar em sua casa por enquanto apenas quando você estiver bem. —  A realidade seria que Gguk estava tentando se livrar da culpa dolorosa que poderia destruí-lo se ele se sentisse sozinho e a mãe de Jung Hoseok soubesse disso, então ela permitiu.

Falando nisso, Taehy foi finalmente liberado então a "família" estava esperando por ele na frente do hospital. Seoyun tocava uma música alta no carro, que pela cara do filho, se recusava a saber o que era aquela música pervertida. Min Yoongi estava acenando, dando seu raro sorriso gengival e com Jung Hoseok, com uma cara feia por causa de sua mãe que estava pirando.

O Hyung Namjoon disse que se desculpou por não estar aqui, mas enviou um grande abraço para que você pudesse senti-lo aqui. — O ruivo comentou mostrando os braços e Tae apenas sorriu fracamente, aceitando o abraço agradável que estava precisando.

Kim não sabia o que ele estava sentindo. Depressivo, chateado, animado, feliz, triste, com raiva e era tudo uma mistura de sentimentos. Ele estava muito confuso e não queria contar a ninguém, então fingiu que estava feliz com tudo isso.

Eu preciso de ajuda. — Taehyung comentou, sussurrando no ouvido de seu melhor amigo que sorriu, assentindo.

— Eu sei que sim. Novamente, amigos não mentem. — O ruivo nunca teve problemas com a família quando se assumiu, mas conhecia muito bem a homofobia, pois já passava pela rua quando beijava alguém então ele está disposto a ajudá-lo e fazê-lo entender que precisa ser muito duro se quiser enfrentar a homofobia.

friends don't lie - taekook - jjk+kthOnde histórias criam vida. Descubra agora