Capítulo 1

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- Mais uma rodada, Kenni.- a garota diz levantando sua caneca vazia, o garçom pegou e se afastou.- E com isso meninos, eu ganhei mais uma vez.- ela jogou as quatro cartas na mesa, os homens xingaram jogando suas cartas enquanto entregavam os sacos com algumas moedas para ela.

- Sinceramente, Kesara...- o homem de barba grisalha disse ao seu lado.- Já é a quinta vez essa noite, eu vou voltar falido para casa.

- Vocês que não sabem jogar.- ela diz colocando a última sacola de moedas dentro da bolsa de couro marrom gasto, os homens se retiram da mesa ainda xingando a garota mas o de barba grisalha continuou ao seu lado.

- Como foi a missão de hoje?

- Fácil como sempre, a mulher tentou gritar mas antes do primeiro "A", minha adaga já estava na sua garganta.- o homem assentiu.- Os corpo foram jogados no rio Adarin, não foram descobertos ainda.

- Seu pagamento vai ser entregue amanhã, obrigada pelos seus serviços.- Kesara se levantou fazendo a cadeira arrastar no piso de madeira.

- Só faço o meu trabalho.- deu dois tapinhas no ombro esquerdo do homem e se afastou, a garota colocou a bolsa atravessada no seu corpo.

O garçom da taverna entregou o copo cheio de cerveja e a garota virou em um gole, entregou cinco moedas de ouro para o rapaz e saiu do estabelecimento que começava a ficar cheio.

Colocou os pés para fora e estendeu a mão olhando para o céu, chuviscos começavam a cair. Kesara colocou o capuz na sua cabeça e uma mão segurando a alça de sua bolsa.

Solaris sempre foi um reino calmo, o solstício de verão se aproximava e logo o povo iria começar a enfeitar suas casas com lâmpadas coloridas e enfeites.

Há muitos séculos, Solaris e Lunare era apenas um reino, todos viviam em paz, porém a paz acabou quando um rei solar e uma rainha solar assumiram o trono. Rebeldes lunares não aceitavam ser governados por solares, os piores massacres da história foram causado por esses rebeldes.

O rei tentou diminuir o número mas eles aumentavam cada vez mais, foi quando o líder dos rebeldes e o rei entraram em um acordo.

O acordo de Vian foi feito, o povo lunar se separou do povo solar e um novo reino foi criado.

Séculos depois, a rivalidade entre os reinos continuava mas nenhuma guerra foi feita. Hoje, Solaris é governada pela rainha Levana, o rei acabou morrendo por uma doença junto com sua primeira filha.

A rainha Levana ainda não possui um novo herdeiro, mas há boatos que um novo rei pode chegar ao trono logo.

Kesara era uma jovem solar nos seus vinte anos, a garota era uma assassina de aluguel, treinada por um dos melhores assassinos do reino, o senhor Quinhill. Não era uma profissão que Kesara amava, mas lucrava bastante e se divertia escapando dos guardas reais.

Kesara tirou um fio solto de seu cabelo longo e ondulado de cor preto avermelhado do rosto e acelerou o passo percebendo que a chuva apertava e molhava suas roupas. Seus olhos castanhos escuros observavam as pessoas correndo para se protegerem da chuva.

Barracas e casas se fechavam, Solaris era conhecido por ser calor escaldante de dia e ter chuvas durante a noite.

A pele levemente bronzeada da garota refletia de forma fraca na luz amarelada dos postes espalhados pela rua.

Kesara queria chegar em sua "casa", contar quantas moedas conseguiu nos jogos e cair na sua cama.

Porém enquanto passava por um beco levemente escuro, um barulho estrondoso ecoou. Não parecia um barulho que um animal causaria, Kesara olhou para o beco e sacou uma adaga de sua bota esquerda.

Lembranças de seu passado atingiram sua mente, mas ela apenas ignorou a sensação que elas traziam.

Com a adaga na frente do peito e passos lentos, ela entrou dentro do beco. Um pequeno rastro de sangue no chão parecia estar sendo lavado junto com a água da chuva.

Kesara levantou seu olhar até um dos cantos do beco, vendo uma pessoa agachada, o sangue vinha dela e a capa preta gasta que usava estava encharcada pela chuva.

A garota pisou em uma poça de água fazendo barulho, a pessoa levantou a cabeça e apontou uma adaga para Kesara.

Entre chamas e gelo Onde histórias criam vida. Descubra agora