Entre chamas e gelo

Capítulo 15

O plano de Rowena tinha dado errado.

Durante anos ela planejou alguma forma de enfrentar sua tia e libertar seu povo das mãos dela, mas o medo e a insegurança tomavam conta de seu corpo.

Seu pai dizia que no futuro ela poderia ser rainha ou algo muito ruim poderia acontecer no lugar, Rowena não queria ser rainha, mas faria de tudo para salvar seu povo.

Seu pai se apaixonou por sua mãe que era uma solar, como ele não iria ser rei, os dois fugiram para Solaris onde viveram escondidos e felizes. Eles tiveram Rowena e Avina não gostou nada disso, ela sempre teve inveja do carisma do irmão e quando soube que eles tiveram uma filha, sua inveja aumentou.

A rainha mandou seus homens para matarem toda a família, eles assassinaram os pais de Rowena e a garota colocou fogo na casa para os corpos virarem cinzas e não serem identificados, fingindo sua própria morte.

Quando foi achada pelo senhor Quinhill no beco, ela jurou a si mesma que se vingaria da tia, ela mudou seu nome para Kesara e treinou para ser a melhor assassina de Solaris.

Eris era o único que sabia quem Rowena era de verdade, o amigo ajudou a garota a treinar seus poderes por parte de pai e acabou reprimindo os poderes da mãe.

As chamas era mais fortes e poderosas que as trevas mas Rowena não conseguia usar elas sem se lembrar da noite da morte dos pais.

Foi quando Lee chegou na sua vida, no mesmo beco que ela se escondeu quando pequena, ele lhe contou o que Avina estava tramando, mesmo insegura ela não negou a oferta.

Ela treinou o fogo da mãe e aceitou o que tinha feito, ela aceitou o que tinha que fazer. Seu povo achava que a princesa Rowena, filha do príncipe Damen, estava morta.

Mas ela iria mostrar a verdade a todos.

Agora ela tinha que sair desse calabouço o mais rápido possível e salvar Lee do anel. Eles deveriam ter sido mais cuidadosos, agora ele está sendo controlado por um anel.

Sua cela era escura, a única iluminação vinha de uma janelinha retangular com grades, o chão era frio igual as barras de ferro.

Rowena usava correntes que bloqueavam seus poderes que queimavam nas suas veias, em um canto da cela tinha uma poça de vômito seco de quando ela acordou na cela e suas roupas estavam sujas de poeira.

Já tinha dois dias que ela estava presa, Rowena apenas conseguia escutar os passos dos guardas e algumas fofocas.

A garota já tinha tentado arrancar as correntes sem arrancar os próprios pulsos, procurou por algo fino para tentar abrir a fechadura mas não achou nada, suas armas tinham sido confiscadas. Seu almoço e jantar eram sempre mingau frio e pão velho.

Deveria ser fim de tarde, a luz do sol estava com a coloração alaranjada na cela. Rowena estava sentada no chão com as costas apoiadas nas barras ao lado esquerdo, suas mãos apoiadas em cima de seus joelhos enquanto encarava a outra cela vazia.

Passos ecoaram pelo corredor, ela olhou de canto de olho e percebeu quem vinha, depois voltou a olhar o chão. Os passos pararam na frente da cela da garota.

- Gostando de sua estadia, assassina?- Rowena ficou calada, não suportava olhada para ele.

Lee usava roupas formais pretas, os cabelos prateados arrumados, os sapatos estavam extremamente polidos, ele estava bonito como o príncipe que ele era, mas na mão tinha o anel preto e seu olhar estava vazio.

- Estou falando com você.

- Por que eu deveria falar com um demônio?

- Esse garoto é forte, mas não o suficiente para me expulsar do corpo dele...Espero que você apodreça aí.

- Tá, acabou o discurso?- a garota o olhou, ela tentou pegar na mão dele mas o demônio deu alguns passos para trás se afastando da cela.

Ele se virou e saiu do lugar, Rowena voltou a se sentar e uma ideia para salvar Lee veio na cabeça mas ela não sabia como iria executa-la.